domingo, 7 de julho de 2019

Um pedaço de sábado



Assim foi naquele pedaço de sábado. Os amigos com o seu vozear eram a música de fundo. O seu olhar perdia-se no barco que ao longe que cruzava o mar entre a ligeira neblina que desenhava o horizonte distante. Aquele lugar, tinha sido escolhido de forma quase instintiva. Ali estava ela sentada na esplanada, onde pedaços de memória ainda viviam. De vez em quando, atentava na conversa, mas depois lá se perdia ela, nos meandros de outras conversas, de outros momentos bem mais felizes, do que aqueles de hoje adentrados de silêncio e vazio. É bom quando nos atrevemos a poluir os nossos lugares, até então sagrados, com outras visitas e momentos. O que foi já não tem validade, é mais fácil assim ir esquecendo, quem sabe possa ocorrer algo mais doce e belo, que possa levar para longe de si aquela mágoa, talvez até aquele barco ao longe a leve de mansinho e o coração reste sossegado, quem sabe?

dc

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