Deixo que as palavras sejam
donas, que respondam aos meus desejos, solto-as, como pássaros saindo da
gaiola. Deixo sim que elas comandem as minhas vontades, que se assenhorem e
sejam na ordem que entenderem. Trabalho, coragem, vontade, esforço, amor, felicidade,
ternura, humanismo, memória, beijos, abraços, mulher, homem, família, alegrias,
amizade, pátria, povo, lugar, espaço, tempo, natureza, animais, céu, sol,
terra, água, mar, rio, casa, cor, arco-íris, cor de íris em olhos de vida. Não,
não deixo que outras palavras, essas outras que também existem e magoam, tenham
lugar, mesmo sabendo que são tão reais que eriçam a superfície da pele, que
imobilizam, que têm tonalidades graves, estridentes e que são dominadas por cores
pardas, e muito menos gosto quando são em língua cuja origem desconheço.
Enquanto eu puder, decido o quanto quero ouvir, o que quero ouvir, quem me pode dizer, e como encerrar as portas de entrada, ao que não quero ler, que não contribui para o meu bem-estar e daqueles que, próximos, me são tão necessários como a alimento de sobrevivência.
dc
Enquanto eu puder, decido o quanto quero ouvir, o que quero ouvir, quem me pode dizer, e como encerrar as portas de entrada, ao que não quero ler, que não contribui para o meu bem-estar e daqueles que, próximos, me são tão necessários como a alimento de sobrevivência.
dc
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