quinta-feira, 18 de julho de 2019

Tudo se dilui no tempo


Certamente já não te importas e, na prática, eu também não. Há silêncios que falam como palavras e dizem muito mais do que imagens. São silêncios que calam fundo, e nos vão enterrando as emoções no arquivo morto das memórias. É um tempo que se não recupera, e nem vale a pena tentar ligar os pontos e linhas com que se costuram as coisas que falam sobre nós. Tudo se diluiu como escrita na areia que o mar se encarrega de apagar com o desfazer da onda.
Agora estou sentado no Parque e, olhando por cima da copa das árvores, vejo os pássaros fazendo um bailado harmonioso contra o azul do céu. Será assim o meu começo de liberdade, criando o espaço dentro de mim para me abrir e voltar a sentir novas emoções? Diz-se, e escreve-se por aí, que o amor está em nós. Será? Eu acho que só se revela quando alguém o traz à evidência e nos acorda para ele, mas aí temos de estar disponíveis para o deixar adentrar e fazer a sua cama no nosso, eu. Enquanto isso não acontece talvez seja melhor ver os pássaros e viver e aprender com a liberdade.

dc

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