domingo, 30 de junho de 2019

Gatos, bichanos lindos



Tocava com a mão o seu pelo branco, comprido e fofo, enquanto ele empurrava a sua cabeça e rodava procurando abranger, o mais possível da carícia. Os olhos, que não fechava, eram de uma cor amarelo-claro com ligeiro tom de verde e ao centro uma mancha vertical preta. Quando eu parava, ele olhava para mim, com aqueles olhos grandões, sérios, intensos e esperava que eu recomeçasse. Era um autêntico cobertor da serra, peludo e quente. Já não era a primeira vez que eu o via naquele lugar junto do portão, um dia até lhe tirara uma fotografia na varanda da casa. Enquanto isso apareceu o irmão dele, no passeio junto do quintal da casa, tinha os mesmos olhos, mas com o pêlo castanho-escuro, matizado como tivesse madeixas. Aproximei-me dele e de imediato deitou-se no chão rolando e saboreando as minhas mãos passeando no seu pêlo. Não parava, ronronando, e procurando as mãos. Dois bichanos lindos que me interromperam a caminhada e deliciaram-me por instantes. Entretanto, chegou a sua dona, cumprimentou-me educadamente e com voz meiga disse-lhe para eles entrarem em casa, quando a observei com curiosidade reparei num pormenor, ela tinha a cor dos olhos e um olhar semelhantes aos do gato, e um sorriso enorme debruando a boca embelezando o rosto. Afinal “tal gato tal dona”.

dc

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