Tocava com a mão o seu pelo
branco, comprido e fofo, enquanto ele empurrava a sua cabeça e rodava
procurando abranger, o mais possível da carícia. Os olhos, que não fechava,
eram de uma cor amarelo-claro com ligeiro tom de verde e ao centro uma mancha
vertical preta. Quando eu parava, ele olhava para mim, com aqueles olhos
grandões, sérios, intensos e esperava que eu recomeçasse. Era um autêntico
cobertor da serra, peludo e quente. Já não era a primeira vez que eu o via
naquele lugar junto do portão, um dia até lhe tirara uma fotografia na varanda
da casa. Enquanto isso apareceu o irmão dele, no passeio junto do quintal da
casa, tinha os mesmos olhos, mas com o pêlo castanho-escuro, matizado como
tivesse madeixas. Aproximei-me dele e de imediato deitou-se no chão rolando e
saboreando as minhas mãos passeando no seu pêlo. Não parava, ronronando, e
procurando as mãos. Dois bichanos lindos que me interromperam a caminhada e
deliciaram-me por instantes. Entretanto, chegou a sua dona, cumprimentou-me
educadamente e com voz meiga disse-lhe para eles entrarem em casa, quando a
observei com curiosidade reparei num pormenor, ela tinha a cor dos olhos e um
olhar semelhantes aos do gato, e um sorriso enorme debruando a boca embelezando
o rosto. Afinal “tal gato tal dona”.
dc
dc
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