Há memórias, não datadas no
tempo, que desmerecem existir, quando deixam um rasto de dor, se tornam um
estorvo na mudança, nos prendem nas teias da saudade e travam um novo começar. É
difícil percebermos, ou explicar como elas surgem, mesmo que negadas, ou
desvalorizadas, dentro de cenários inventados. Memórias que se colam dentro de
nós, num apego que nos tira capacidade, nos contamina e não permitem a
racionalidade. Um perfume, um gesto, uma imagem e tudo acorda, como se ontem
fossem acontecidas. Hoje elas surgiram inesperadamente, na espera silenciosa de
um lugar para ficar em eterno repouso.
dc
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