Considerada frágil, ela reagiu contra todas as
tentativas de esmagamento. Uma fura-vidas. Tiraram-lhe o sustento, na tentativa
de a quebrarem. Gemendo e sofrendo, foi vivendo com precariedade, até ao dia em
que ainda viva e jovem foi conviver com os mais idosos, lugar de verdadeiros
apreciadores da sua beleza e capacidade. Embora através deles pudesse fazer um
retrato do seu futuro, sentia que voltara à vida. Houve tempos em que à sua
volta tudo foi cortado, e ela resistira, crescera, impondo a sua figura diáfana,
com um sol vivo centrado no seu corpo. Um infinito esverdeado completava-a,
lembrando, um farol para novas rotas sobre o mar. Ela resistira lutando, para
ser presente, na vida dos outros que amava e a amavam. Quando a quiseram, como
modernamente se faz, embalsama-la em cimento, ela resistiu e criou a sua brecha
para respirar e hoje é um exemplo, de abnegação e força que encanta, uma
amostra viva, de que até as flores resistem às vicissitudes da dureza das
tempestades ou ao meio social onde habitam.
dc
dc
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