sábado, 2 de maio de 2020

Engradados


Espalham o óleo untoso do egoísmo e do individualismo, o prazer da superfície das coisas, materializando-as na vida, que regam de desejo e ambição desmedida do ter. Vão-nos automatizando, para sobrevivermos robots da sua máquina infernal de poder. Desequilibram, criam novos paradigmas, rotulam e dão-nos os grilhões modernos, que aceitamos pacificamente, sobre a camada da pele, para que ninguém fuja ao seu controlo. Antes de tudo acontecer, somos desabilitados das asas do raciocínio, da inteligência, dos valores. Alimentam e sustentam o medo que nos faz trabalhar para sobreviver o “cada um por si” sobre o seu domínio.
Engradados de forma indiferenciada, bonecos articulados de uma sociedade corrompida, acumulam-se uns sobres os outros, aceitando pacificamente da voz do mandante, os ditames das elites obscuras, que querem e se vão apoderando, das suas mentes e corpos, tornando-os bestas egoístas, carnais, do eu, antes dos outros. Preparam-nos um futuro, cada vez mais curto, no qual não seremos actores da sua escolha.

dc
 

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