Fechados, isolados, com o
cutelo sobre o pescoço, vamos sendo intimidados com o medo da morte ao virar da
esquina. Permanecemos, egoístas, defendendo o nosso castelo, mascarámo-nos,
fugimos de quem gostamos, afastámo-nos de encontros em passeios, e das risadas
em comum. Ouvimos as notícias, caindo como se fosse chuva, algumas delas
contraditórias, e assim as pessoas não sabem a quantas andam. Vamos ficando
calados, ou falando exageradamente do que desconhecemos e aceitamos por obediência,
não por consciência. Ontem quarentena, mal conversada, hoje calamidade
indeterminada. Empanicados, sujeitos à voz de quem manda e pouco esclarece,
cortam-nos as pernas à esperança, ou nos dão como saída um futuro onde eles são
donos e senhores, governando em nome da segurança, pela troca da liberdade. Há
que abrir bem os olhos, dimensionando até onde os deixamos ir. Neste mundo
“moderno”, somos telecomandados nas decisões, e aceitamos ser policias de
possíveis servidões.
dc
Sem comentários:
Enviar um comentário