quinta-feira, 18 de junho de 2020

Sou a sombra do que nunca fui.

A frase, saiu sem pensar, ganhou expressão por si só. O clima está incerto, faz sol, ou chove, há vento, ou uma ligeira brisa, o calor é imenso, no virar da esquina o frio segue. Tudo muda na incerteza dos minutos, dos gostos e desgostos, da mente perturbada, congelada, que não pensa, são os dedos por si sós que se movem, ganham vida própria. Serão comandados pelo subconsciente? Responderão directamente ao coração, ou não querem saber de nada disso? Confuso? Não sei, os dedos continuam carregando nas teclas, umas vezes depressa outras devagar, sempre marcando letras que fazem as palavras, os raciocínios e continuo sem pensar da razão do acontecer. Como aquele beijo que damos sem pensar, o abraço que damos sem explicar, o restar em vez de partir, a respiração que funciona mesmo sem pensar.
As palavras na sua suavidade, ou intensidade, por vezes surgem à frente, saem da boca e abstraem-se da pessoa que as solta, tantas vezes tem doçura e mel, outras tantas vinagre e sal, em ambas as situações são tempero de vivências, são reflexos de personalidade expressando de que massa somos feitos. Lá chegarão as alturas, em que será necessário, escolher as palavras com cuidado, com a precisão necessária, em razão do momento. Até lá deixarei que elas sejam livres e se façam sentir. Que as leia quem quiser, como quiser, e como eu, não pense demasiado na sua adequação. Sirvam-se delas gozem a sua sonoridade, fiquem-se pelo gozo da repetição ao serem pronunciadas, fiquem com as que gostam no vosso acerbo, e disparatem insultando quem acaba de se pronunciar, escrevendo tudo isto.

dc


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