Cansam-me as certezas dos
outros que me impedem de ter as minhas incertezas e viver com elas. Coisa tão
certa, impede-me o divagar e a capacidade criativa que não se afirma pelas
certezas, mas no explorar todas as coisas, incertas, sem ter de antecipar, se algum
dia, poderão afirmar-se como certezas. Tenho para mim, que mesmo aquelas, que
damos como certas, possivelmente num futuro próximo possam ser postas em causa.
E isso que importa, se a caminhada for gratificante?
Eu também tenho dias que acordo, cheio de certezas e firme para avançar,
levanto o peito, e vou em frente no que quero, subjacente à minha certeza. No
entanto, umas horas depois, verifico, que nada fiz quanto às certezas, que
tinha programado realizar. Afinal não sabia muito bem, se o que iria fazer,
deveria ser feito, ou deveria esperar outro momento, para ter a certeza, de que
faria as coisas do melhor modo. Na prática, acabo por contornar e desenvolver
outras ideias e realizações, ao princípio, incertas. Daqui, eu deduzo, que
somos uns troca-tintas sempre cheios de certezas, que as circunstâncias em que
vivemos mostram-nos que tantas certezas podem ser um empecilho.
dc
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