terça-feira, 14 de junho de 2022

Despedida


Sabes, meu bem, era bom ouvir, chamares-me de amor. Infelizmente, nunca ajustaste a vocalização às frases e emoções certas, acima de tudo, às atitudes. Se assim fosse, talvez acreditasse, que valeria a pena continuar. Não foi o caso, e como também sabes, caminhos paralelos, nem no infinito se encontram. Na caminhada longa, que se me propunha, subjacente à palavra, não poderia perder o meu tempo, nem despender energias, que poderiam ser mais úteis, para a descoberta e concretização do meu objectivo. Encontrar o tal, alguém, que faz bem, o que deve ser feito, e encontrar a alegria e uma parte da felicidade, que a todos, o Universo tem para dar. É bem possível que nunca tenhas reparado, mas eu gosto de estórias de amor, que tenham aquelas declarações, mesmo que piegas, que emocionam e deixam lágrimas nos olhos, que projectam eternidades e heranças positivas. Daí, não nos acomodemos, façamos então o que deve ser feito, deixemos de lado o mapa, que não foi desenhado para a caminhada das nossas vidas. Só assim, outro corpo, outra inteligência, cheiros, saberes, risos e lágrimas, chegarão até nós, semeando existência e humanidade necessárias ao caminho de cada um. Foi bom conhecer-te, foi bom aprender e descobrir nesta nossa experiência, que a amizade existe, mas o amor, que se sonha e quer, é uma outra coisa, que se adentra em nós e nem sempre as palavras explicam.

 

dc

 

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