sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

APRENDER COM A NATUREZA


Só da união de todos os portugueses, contra as políticas desastrosas deste governo, é que poderemos evitar, no ano de 2012, que o número de desempregados chegue a cima de um milhão. E como sabemos, os direitos dos trabalhadores perante o desemprego foram diminuídos com consequências desastrosas para todos nós.

"A análise das medidas para 2012constantes do Memorando revisto em Dezembro de 2011, à margem da Assembleia da República, o governo e a “troika” estrangeira, confirma o carácter irrealista e desumano daquilo que o governo e “troika” pretendem impor aos portugueses em 2012. Governo e “troika” tencionam reduzir os salários do sector público em, pelo menos, 3.000 milhões €, o que vai determinar uma degradação, por falta de pessoal e desmotivação, de serviços públicos essenciais à população
(educação, saúde, segurança social, justiça, etc.); diminuir as despesas com pensões em 1.260 milhões € o que vai lançar muitos milhares de pensionistas na pobreza; cortar 1000   € nasdespesas públicas com a saúde e 380 milhões € nas despesas com educação, o que levará a uma grande degradação dos serviços públicos de saúde e de educação; reduzir o investimento público em 200 milhões €, o que contribuirá para que não se crie emprego; baixar em 100 milhões € as transferências do OE destinadas a prestações sociais, o que fará aumentar a pobreza e a miséria; reduzir as transferências para as Autarquias em 175 milhões € e cortar mais 130 milhões € despesas pública por aumento da eficiência, embora não diga onde e como, etc., etc."
 Eugénio Rosa, Economista
edr2@netcabo.pt 28.12.2011




Amor porque fugiste


Pois é, vais-te ficar por aqui. Não vale a pena chorar pelo passado que não volta nem pelo futuro que não sabes. Pensavas que um dia chegaria a hora de partir e terias sabido qual o paladar do amor. Qual o seu cheiro, a sua ternura, o seu calor e alegria...ficaste parado no tempo, deixaste preguiçar-te perdendo oportunidades umas atrás das outras, não por quereres mas porque não te apercebias que elas estavam ali na tua frente. Tu bem sonhavas, imaginavas beijos abraços ternuras. Tu bem imaginavas o beijo e as palavras quentes e profundas do teu amor, aquela alma que te complementava a vida. Adoravas imaginar os olhos brilhantes depois do amor, depois do amplexo final. Daquele mundo de carícias que se transforma (dizem) em explosões de estrelas, de torrentes de lava que percorrem o corpo moldando-o à terra onde fecunda.

Sofre-se na pele a revolta, pelo o amor que se quer e não aparece. O amor que não nos vem aquecer a vida. Arrepiámo-nos por saber a morte cada vez mais perto, e a esperança tornar-se cada vez mais ténue.
Onde estás tu, rosto corpo alma, que fugiste do seu amor? Porque razão, tu não destilaste a química dos amantes? O que te fez afugentar, a alma que te completaria? Esta é a crueldade de quem vive, em tempo moderno, sonho antigo. Tudo está mais perto, mas as almas amantes... cada vez mais longe. Quase apetece pôr anúncio, curto, sucinto: “ preciso de ti num corpo que não sei qual, numa alma que não sei bem o quê, de um rosto que de agrado existe, de uma inteligência que será livre de se exprimir numa qualquer cultura, quanto baste para seres. Dá-se quanto podes imaginar e muito mais quando duplicado no amor que serás.”
Nas ruas do sonho, ainda podes viver. A tua imaginação, fértil, irá dizer que ainda há vida para viver, mesmo que só aqui neste texto ela exista.
Na realidade, nessa cruel realidade, verás que difícil será que te entendam, e continuarás a ocupar o tempo lendo, analisando, trabalhando, falando e muitas vezes para o boneco. Verás no espelho o rosto cada vez mais carregado de rugas, verás que os olhos vão ficando baços, a carne flácida e a vontade de lutar se esbatendo. Lentamente criarás uma mente Alzhaimer, para que não te dês ao trabalho de sofrer em cada dia que passa. Restará sempre a pergunta: Amor porque fugiste?


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A MEIA DE LEITE


Hoje contrariei o orçamento de estado, o orçamento da miséria e da poupança. Fui ao café e tomei meia de leite e comi um pão torrado. Espero não ser notícia dos jornais por esta extravagância, pois dizem-me que ando a gastar mais do que posso. Se o governo e o nosso pobre presidente, que como eu vive da reforma. a minha é mesma má. resolverem punir-me, devem enviar-me para mesma cadeia daquele senhor do BPN, pois assim poderei comer, beber e dormir à custa dos impostos dos outros e não farei extravagâncias, poupando a mim próprio muito dinheirinho.
E assim digo, tenham muito bom dia.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

NÃO LAMENTEM O ARRENPENDIMENTO.

Um reflexão bem interessante sobre o não arrependimento.
" Porque a incapacidade de sentir arrependimento é na verdade uma característica do diagnóstico de sociopatas. Também é, já agora, a característica de certos tipos de danos cerebrais. As pessoas que apresentam danos no seu cortex frontal orbital parecem ser incapazes de sentir arrependimento mesmo quando confrontados com más decisões óbvias. Então se, de facto, querem viver uma vida livre de arrependimento ainda têm uma alternativa. Chama-se lobotomia. Mas se quiserem ser plenamente funcionais e plenamente humanos e plenamente sensíveis, Eu acho que precisamos de aprender a viver, não sem arrependimento, mas com ele."

Kathryn Schulz: Não lamentem o arrependimento

Kathryn Schulz: Don't regret regret

http://www.ted.com/talks/kathryn_schulz_don_t_regret_regret.html
 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

MÃE, NÃO SEI O QUE DIZER...



Como eu gostaria que este silêncio não existisse, nem estas cortinas que encobrem as minhas fraquezas e por vezes me impedem de ser humano.

Lembro-me de ti, carregada do luto, sempre com os olhos marejados de lágrimas, desde que o teu homem partiu deixando-te só, para enfrentares o resto dos dias. Sofreste, porque ele foi de surpresa, sem te dar tempo de despedida. Tombou de repente, quando ainda parecia estar capaz de defender-se das tuas pirraças ciumentas, das tuas desconsiderações perante a sua inabilidade, para te ajudar, como sempre fazia todas as sextas feiras. O teu dia de pôr ordem na casa. Ele não queria que te cansasses mesmo sabendo que tu, irritada, sempre encontravas defeitos. Só depois dele partir, perante nós, confessaste o quanto ele era querido pela sua vontade. Era esta também a sua forma de amor. Ele, homem de poucas palavras, mais de gestos, gostava de assim te dizer, seres única, mesmo com outros afazeres.
Ele partiu deixando-te um enorme silêncio, do qual jamais recuperaste. Ele deixara-te sem muro de queixas. Agora não tinhas a quem recorrer, para o teu desabafar das canseiras. Sobre os filhos, sobre a carestia da vida, sobre das dores que todos os dias te atormentavam e de que muito falavas. Dores que te pareciam alimentar a necessidade de viver, de tanto as contrariares, fazendo todas as tuas tarefas de mulher, mãe e avó.
A dor do teu homem que partiu, juntaste a do teu filho do meio. Partiu cedo demais e antes de ti. Choraste imenso quando soubeste do estado de saúde em que se encontrava. Acusavas de injustiça, esse Deus, que te não levava a ti, em vez dele. Era em casa dele, que pai e filho, se entendiam na sueca nos fins de dia domingueiros, e para os quais gostavas de levar o lanche para acompanhamento. Mais doloroso se tornava, porque os dois falavam-te de um espaço de vida, onde gozavas um pouco de descanso e alegria de conviver. Coisa rara.

A partida deles deixara-te vulnerável e nós, os filhos procuramos de algum modo, amenizar a sua ausência. Ainda hoje, me lembro das nossas pequenas passeatas, e a forma como tu exigias, quando a família saía em conjunto, ir no meu carro. Como tu adoravas, sair a almoçar fora, porque toda a tua vida sempre cozinhaste para família.
E como ficavas feliz por puderes tomar o teu chazinho. Saída sem chá, não era saída.

No final da vida foste uma doente difícil, após os teus fracos ossos cederem. Um dia uma perna, um outro o osso da bacia. Fatalidade que te foi tirando mobilidade e reduzindo à expressão mais simples. Passavas os dias sentada numa cadeira, ou deitada. Tinhas medo de te mexeres. Sofreste dores horríveis, enquanto teu corpo, sempre firme e activo se ia desaparecendo. Foste uma resistente e até à hora da morte. Não querias deixar-nos, em especial os que sabias, ainda precisarem de ti.

Este relato tão sucinto, não explica a totalidade da nossa vida em comum, é só um pequeno lembrete que surgiu, na data do teu aniversário em Dezembro. Não sendo uma mãe que criou os filhos com mimos, foste mãe, tão sempre, que ainda hoje fazes parte do presente.

Deixaste saudade.

domingo, 22 de janeiro de 2012

PALAVRAS NÃO ENCOTRARAM ECO...

As palavras partiram, mas não encontraram eco. Uma corrente gelada manteve-as imóveis por tempo indeterminado. Não foram lidas, escutadas, comentadas, nunca chegaram ao seu destino. O destino, estava fechado para obras e decidiu que não as lia, enquanto congeladas. Perdera-se o tempo e a oportunidade. Agora, mesmo depois de descongeladas, já não teriam sentido. As mãos que as escreveram, perderam a agilidade, a capacidade de as ordenar no espaço, seguindo a linha de pensamento que as originaram. Nem outras ele encontrava para as substituir. Não se tratavam as palavras como peças de substituição de uma máquina. As palavras que foram escritas num tempo certo com um objectivo claro. Tinham calor, paixão, e sentimentos vários, nem sempre claros, mas sentimentos. Tudo passara, agora só sobreviviam como esculturas de gelo.
Inconscientemente ao escrever ele pensara no destino que lhes queria dar, embora não soubesse, se seriam lidas, mesmo que não congeladas. Já estava habituado, a que muitas das palavras, que colocava nas folhas que escrevia, fossem deixadas a esmo, como mortas. Nem todos, têm tempo para ler as palavras que se escrevem, nem motivação para ler qualquer um que lhe aparece.
Afinal, as suas palavras não eram tão importantes como isso. Melhor seria colocar imagens, em vez das palavras. “Uma imagem vale por mil palavras”, ufa.. que bom, menos papel a gastar, e se a imagem for bem clara no seu conteúdo, fácil será entende-la. Ler cansa, é preciso interpretar as palavras, o sentido das frases, a subjectividade do autor. São tantas, tantas palavras, que as pessoas se aborrecem. Dá trabalho, e demora imenso a chegar ao fim do texto, para se tirar uma conclusão. Quando esta acontece. Perguntam-se, “ o que queria ele afinal?”.
Melhor é falar com música, imagens vistosas directas e poesias curtas com versos repetitivos, brancos, que não rimam e com palavras simples. Se não se entenderem sempre se pode fazer figura de intelectual tergiversando.

Temos pena, quem te manda escrever?