Esperando, na espera de todos
os dias, que um corpo leve se lhe pouse e com alegria voe no espaço soltando
gargalhadas sonoras.
Olho, a figura recortada contra o céu e o rio, lançando o desafio atrevido a quem passa, de ali se sentar e baloiçar, a usufruir da brisa e sentir o prazer, que à pele traz um arrepio.
Todos os sonhos regressam, todas as memórias saltam para o presente. Apetece correr para ser o primeiro a sentar-se e começar a viagem, naquele esticar e encolher de pernas, que quebram a inércia, enquanto as mãos firmes se assenhoram das correntes na segurança do voo.
Um dia, criança de rosto trigueiro, agora com a pele enrugada, o mesmo desejo da garotada, um voo pleno entre os gritos das gaivotas, sentindo leveza no corpo e uma vontade enorme de gritar: Estou vivo!
dc