quarta-feira, 15 de julho de 2015

SOMBRAS


Sonhamos encontrar nas sombras o que nos foge. Entreaberta, nos espaços, se revela a distância que nos separa da totalidade daquilo que procuramos.
Nem sempre o que parece é. Inteiro, será todo o corpo e aquilo que o move. Importante, tanto mais que as formas desenhadas quase perfeitas(?), são os intervalos, imbuídos de afeição, que o completam.


dc

domingo, 12 de julho de 2015

REFLEXO D'outra VIDA




Tu nua, eu vestida que importância isso tem,
de uma ou de outra forma cada uma como convém
se a mente está limpa do que possa pensar alguém.

Não te vejo nua, nem certamente me vês vestida,
ambas somos o reflexo de toda uma outra vida


dc

de SOMBRAS VESTIDA




Escondo o corpo e as vontades do olhar mundano, que me possa observar, mesmo quando nua, tudo me apetece revelar, a natureza me surpreende e de sombras me veste.

Na verdade com alguma hipocrisia, se não, não seria de lingerie que me vestia.

dc

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Colorir os dias



Sei que gostava
Sei que ouvia
Sei que lia
Sei que sorria
Sei que adorava

Os sorrisos
A gargalhada
A estória do dia
Contada
Num intervalo
De tempo
Que a vida
Encontrava


Assim acontecia
As palavras
Se soltavam
Os olhos brilhavam


Na boca desenhada
Os lábios tremiam
O seu corpo
Se insinuava
Da noite
Ao romper do dia
Trazendo consigo
Prazer e alegria


Nem tudo
Era perfeito
Na mente
Ou no corpo
Mas só não tem defeito
Quem já está morto


Se fosse tamanha
A beleza
Ou especial
A sedução
Ficaria na incerteza
Se era amor
Ou ilusão.

dc

quinta-feira, 9 de julho de 2015

inDECISÃO



Fixa-se a mente no que já não é
Vive-se o que não se viveu
Com medo de perder da vida o chão
Ou o amor não ter pé

Tivesse tomado a decisão
E vivido o momento

Hoje seria livre da avaliação
Repetitiva do pensamento.

dc

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Poema humanista..



Imagino-te nesse outro lugar, do qual as palavras me referenciam o espaço e o volume. Vejo-te "anjo" na brancura da vestimenta, como se paz chegasse contigo, à dor dos que ansiosos te procuram na cura. As perguntas assustadas caem no regaço da tua escuta, os olhos brilham e se fixam no mover dos teus lábios, que debruam o sorriso da tua boca, sorvendo cada palavra, e embora temendo da explicação sabedora, dela procuram a serenidade para acreditarem que vale a pena. A tua escolha não é profissional é um poema humanista ao bem estar dos outros, é um regalo permanente ao teu espírito e corpo, é servir um interesse maior. Derretes energias cumprindo, vivendo e ajudando a viver, os que por temerem a morte mais cedo, a querem longe bem depressa. Como poucos, podes entrar no teu retiro, com o ego repleto e distribuir amor, compreensão, alegria, mesmo que na pele ainda tragas o último arrepio da morte próxima de mais. Mereces o direito ao silêncio, mesmo quando tens de sustentar e alimentar o ruído dos que te rodeia, essas gentes desejosas da tua presença.
Ainda te restam forças nas palavras, que usadas com mestria declaram sentimentos, enriquecem espíritos e são uma catarse que trás à superfície os sonhos e desejos.


dc

domingo, 5 de julho de 2015

TÃO VAZIO


Amanheci
tão vazio
por dentro
que escrevi
para saber
que não morri.

dc