domingo, 16 de agosto de 2015

PÓ de um dó maior



Levanto-me
Agora
Da poeira dos lençóis.

O tempo
inexorável
Marca assim
A distância
Dos “nossos tempos"


dc

sábado, 15 de agosto de 2015

ÁGUA...





Adoro o chuveiro da manhã com a água deslizando no corpo, pena tenho que leve os resíduos da nossa noite intensa, os cheiros dos nossos corpos, da nossa cama, das nossas emoções, No entanto é aqui neste banho balsâmico que me deixo ir nos pensamentos saboreando e repensando tudo o que de bom vivemos.
Análise do prazer, é nele que se baseiam as decisões, é nisso que se tem de pensar, para que se avance, caso contrário tudo ficará igual, ao de sempre, não vale a pena antecipar possíveis catástrofes (?) ou guerras intestinas.
O correr da água, do banho da manhã, sobre o corpo, servirá sempre de catarse, de êxtase, fazendo relaxar e pensar quanto de bom tivemos e perspectivar novos rumos às emoções, mesmo quando os nosso beijos deixarem de ser trocados e os nosso corpos se perderem do desejo de se encontrarem.


dc

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Porque não....


beijo cruzado
línguas
irrequietas
mãos se agitam
nas descobertas

boca descendo
nos limites
da pele
suave de mel
boca
quente
no topo
das coxas
humedece
seu ventre

suas mãos
tacteando
seu peito
provocam
suspiros
no auge
perfeito.
amar
sem egoísmo
num vice
sem versa
não é altruísmo
é amar
sem pressa.

dc

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

HORIZONTE ou UTOPIA


Resto parado preso no horizonte, retido no tempo isolado no mundo. Quero sentir-me água brisa, cheiro e me reencontrar neste vazio, neste só. É incrível este sentir, da natureza, o eu diminuído perante a sua grandeza, o sentir a “alma” lavada e mente liberta. Não me preocupa se tenho um caminho a escolher, ou percurso a estabelecer, a noção de espaço se perdeu neste lugar.
Olho no infinito horizonte, sem barcos surgindo, sem gaivotas se agitando no ar, nem os pássaros no seu piar, tudo é sereno. Não sei se o mundo se finou, se fui eu que se transformou, na verdade, viverei do sol, enquanto existir, enfrentarei vazio sem medo do que surgir.

dc

sábado, 8 de agosto de 2015

IMPULSIVA






só preciso
do cheiro
da boca
imprecisa
do olhar
preso
ao meu falar

depois
com o tempo
a passar

com
o seu tocar
o beijo roubado
a carícia
impensada

tudo pode
acontecer
no espaço
dum segundo
alterando
o meu mundo.


dc

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A INSÓNIA



A desoras acontece-me pensar nas coisas, Não nas coisas, coisas, mas naquelas coisas que mexem connosco por dentro, que ultrapassam a superfície da pele e vão fundo na carne e na mente, que espalham interrogações, anarquizam emoções, tiram racionalidade, que nos confundem quanto ao sentido da existência. Um estar em que tudo é posto em causa, as emoções, o trabalho, poesia, pintura, escultura, anarquia, sociedade e até a procura do momento em que perdemos a alegria. São momentos em que vemos a vida como numa imagem digital desproporcionada e desfasada da realidade, Nem as proporções, nem as cores, correspondem aos factos. Vemos a cópia, imaginamos o resto, ganhamos conhecimento truncado da própria realidade.
A noite nem sempre é boa conselheira, deixa-nos presos às análises das incoerências, que se foram plantando ao longo do percurso das nossas vidas, mas também nos permite o silêncio que não escolhemos, para pausadamente tirarmos partido dessas experiências e encontrar novas soluções e crenças, quando à nossa capacidade de evoluir, modificar e aproveitar os aspectos positivos das situações erradas. É o tempo dos balanços e de dar mais um passo encurtando os quilómetros necessários ao êxito.
Valeu a pena, dessa insónia que me manteve nesse adentrar na noite, Tirei os tais aspectos positivos que me trouxeram para o acordar, o sorriso, a cabeça limpa de problemas e a confiança de que o importante é viver cada dia, sempre lutando para cumprir o projecto a que nos devotamos sem vacilar e sem cortar etapas, mesmo que difíceis.

Assim começou este primeiro de Agosto, onde todos pensam em férias e eu me devoto, à limpeza, da arrecadação, do escritório, das roupas que já não se usam, pondo uma nova ordem higiénica, confiando que o futuro trará as coisas novas.

dc

sábado, 1 de agosto de 2015

CADA UM SEU RACIOCÍNIO



GG- Sei que me olhas, como eu te olho, fixamente, eu querendo saber o que fazes, o que procuras ao fazeres essas coisas, todo agitado. Que queres tu, tirar-me a alma? Alguma vidas, das sete que dizem eu tenho? Estás a pensar se gosto de flores? Afinal, o queres tu de mim homem, que apontas essa coisa brilhante encaixada numa caixa escura? O tipo é ridículo, ajoelha, levanta, mexe na caixa, puf aquele ruído, Se aquela gatinha do quinto esquerdo, me visse aqui a ser admirado pelo homem, se calhar saía comigo para ver o luar...hummm como seria bom. Bem pelo menos alguém me admira para além da minha dona”

> O raio do gato é bonito, tem aquele olhar fixo...como se estivesse a interrogar-me sobre o meu papel aqui, perante ele. Tem um olhar intimidante, sério, talvez um pouco curioso, mas felino, sem medo. Regulo, disparo e ele fica registado. Um “retrato”, de cinzas e branco, que se realçam no meio das flores desfocadas e a relva. Talvez um dia adopte um destes, é uma gato com aspecto respeitável...ah ah ah.. lá estou eu a divagar enquanto fotografo, Às vezes canto, agora falo sozinho, raio de gato está pôr-me maluco.”

GG- O tipo tem bom aspecto deveria tratar-me bem, se eu não tivesse um dona poderia ser uma boa opção, experimentar viver com um dono, pelo menos parece interessado em mim...bem acho que vou embora antes que ele se entusiasme.

> Bom, parece que fiz um “boneco” interessante, vou deixar o gato em paz, estes bichos têm uma aspecto, de independência e personalidade que faz com que os admiremos e respeitemos, faz-me lembrar aquele texto do “Atentamente Gato”.
Vou parar por aqui, antes de começar a miar , ou a ronronar...kkkk

dc