quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A CHAVE..




A chave tem dentes,
Como a boca que se beija.

A chave só importa
Se liberta nossas mentes
E com ela a porta
Ao coração que se deseja.

dc.




quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Ouvindo o seu ninar



Nas noites adormecia
Ouvindo o seu ninar
Em voz que esmorecia
No cansaço do falar

Com atenção ouvia
As palavras do deitar
Com algumas me desiludia
Por delas nada tirar

Em outras eu vibrava
E pela noite repetia
Até ao sonho que chegava
E me levava ao nascer do dia

Num dia esquecido
A voz não chegou
Ela se tinha perdido
Em alguém que encontrou

Hoje lembro a sua voz
Nas noites sem dormir
Sem saber a razão de em nós
Se ter perdido o sentir

dc



 

E o amor ...




Colado o corpo
Colada a boca
Sente-se a “carne”
Meio louca.

Forte atracção
Às claras exibida
E sorvida
Com sofreguidão.

E o amor..
Importa ou não?

dc

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Te Sonho



         
          Te sonho
Sentindo teu rosto nas minhas mãos
          Te sonho
Nos meus braços aconchegada
          Te sonho
Num acordar sem o teu lugar vazio
          Te sonho
Perfumando o ar da madrugada
          Te sonho
Dias e noites a fio
          Te sonho
E me perco das realidades
          Te sonho
E acordo com saudades
          Te sonho
Sem saber se foste a insana paixão
          ou se te sonho
Sem noção da realidade ou ilusão.

dc



sábado, 2 de janeiro de 2016

Uma vida por outra





Ela morre
Ele nasce
Ele sofre
Quando
Ela morre

Quando
Ele nasce
A Vida
Acontece
Ela perece

Um coração
Novo bate
Um pára
Outro dispara
Perde a razão

O espanto
A tristeza
O desencanto
O pranto
A incerteza

A morte
E a sua frieza
O nascimento
É a vida
E sua beleza.

dc






Nas veias de alguém





Na voz que se aguarda
Na distância sentida
Na vivência parda
Na vida inconseguida

O sonho se mantém
O querer não é partir
O viver é estar além
Nas veias de alguém

Não termina dizendo
Circula por dentro
Mantém-se no centro
Resistindo ao tempo

dc


quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Mais um que finda..



Coloquei as rabanadas em cima da mesa perfumando o ambiente com o seu cheiro doce, era única coisa que eu queria que existisse para me lembrar a época natalícia e para fazer a diferença. Nada mais a registar para além da necessidade de silêncio e pausa para repensar quais as etapas positivas no espaço dos trezentos e sessenta e cinco dias decorridos. A meta é o objectivo, mas as etapas é que enriquecem a caminhada. Celebrar a passagem de fronteira entre um ano que acaba e o que começa não faz muito sentido, se constatamos que vamos para mais velhos e que não chega um dia de sorrisos, abraços e frases de circunstâncias, para apagar todo aquele tempo em que lhes fomos indiferentes. A única coisa que vale a pena, é a aprendizagem e o conhecimento que adquirimos sobre o mundo e os comportamentos das pessoas que nos rodeiam, entre eles os muitos familiares e amigos e conhecidos de circunstância. Temos os que nos amam, alguns nem por isso, outros que nos desiludem, e ainda outros que nos esquecem em favor de interesses vários e nem sempre por razões aceitáveis. Todos os anos haverá coisas boas e más para recordar e a isso chamaremos crescimento, realidade e outros palavrões, ou tiradas, filosóficas. Será sempre assim todos os finais de ano. Comam, bebam, abracem quem puderem e divirtam-se é para isto que estas coisas servem. Bom Ano Novo.

dc