.... se aproxima do fim. O frio, o vento e os aguaceiros, gelam os ossos. As nuvens carregadas aceleravam o surgir da noite. Saí de casa sem destino, e nem a intempérie me atemorizava. Fugia do silêncio, queria perder referências, encontrar espaço para meditar, fugir das rotinas, libertar-me. Peguei na minha pequena máquina fotográfica e saí.
Na maioria das vezes quando se caminha, com as preocupações carregando o espírito, os olhos procuram o chão, ou se de cabeça levantada, olhamos sem ver, não reparando nem no que nos rodeia, nem do passar do tempo. Fazendo isso, não meditamos nem encontramos respostas. Tentei contrariar isso, levantei a cabeça, e enquanto caminhava, olhando para tudo o que ia surgindo, Ruas, casas, carros, pessoas e as árvores que delimitavam alguns espaços, sem me fixar em nada, deixando tudo fluir. De repente, sem saber como, nem porquê, as árvores despidas com os seus galhos, de diversas formas e dimensões, como que braços e dedos apontando o céu, me iam prendendo o olhar. Fui fotografando, tentando deixar-me levar pelo que via, fixando as suas imagens.
A meditação acontecera, a minha mente perdera-se naquelas formas estranhas que se iam desenhando aos meus olhos, e enquanto focava, enquadrava e disparava, o tempo decorria, a mente ia ficando limpa e a serenidade voltava.
Algumas horas depois regressando ao ponto de partida, a sensação calma mantinha-se, certamente, por hoje, a noite seria mais serena, sem pesadelos, e as preocupações não me iriam perseguir.
DC
domingo, 2 de fevereiro de 2014
A TARDE...
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Foto: Diamantino Carvalho
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Sabes?...em quanto caminhas, no final da tarde vão surgindo aqueles momentos
ResponderEliminarem que questionas os porquês todos.
Nesse teu mundo, vais descobrindo a grandeza de expores o que olhas num momento único. Assim libertas a tua voz calada em cada imagem. Talvez saibas, sim! Eu sei...