sexta-feira, 4 de abril de 2014

Feias gaivotas...Belas gaivotas



Passei, elas digladiavam-se, tentando arrancar o mais depressa possível o que se encontrava dentro do recipiente...Faziam um barulho ensurdecedor. Longe do mar, onde na costa escasseia o peixe, elas entram cada vez mais terra dentro à procura de alimento. Colocam-se no topo dos edifícios como outrora nos mastros dos barcos, ou nas redondezas dos portos de mar, observando e ralhando em piares constantes, como se reclamassem, ou estivessem numa discussão acesa, Fazem-me ficar de cabelos em pé quando investem em voo picado em direcção ao solo como se fôssemos também alimento. Têm tanto de bonitas como arreliadoras. Terei de confessar, que elas me fazem temer o pior, quando enchem os areais às centenas parecendo um agrupamento militar pronto a atacar, Como me fazem ficar fascinado com os seus voos sobre o mar, Aí tornam-se belas desenhando arabescos contra o céu e planando contra o vento como se estivessem paradas. Não raras vezes ao observá-las, quase entro em estado zen, deixando-me transportar para outros mundos, fazendo viagens à descoberta como um qualquer navegador, ou pirata de outrora.
Feias gaivotas...Belas gaivotas duas faces da mesma moeda.


DC

Nota: Estas aves são porquinhas sempre que defecam em cima de nós...ou dos nossos carros o que nos dá vontade de lhes torcer o pescoço. Elas existem por alguma razão, talvez devêssemos pensar, se qualquer dia com a fome que grassa por aí, elas não serão um novo peru a saber a lagosta.