segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Imagens com Estórias



Olho as imagens, centenas delas, com uma estória para contar, desde a forma como foram captadas ao conteúdo. Quantas horas de fotografar; diferentes máquinas analógicas, digitais. “Chapas” atrás de “chapas” procurando diferentes enquadramentos, o melhor ângulo, a luz e sua inclinação, contra-luz, contraste, o momento, o foco, o zoom, um grande plano, aproximado, geral... A tarde decorreu entre memórias, as emoções e os cheiros que a elas se agarram. O rio, a ponte, as pontes, a diversidade das flores, as árvores no correr dos seus dias; um rosto, a multidão, a cidade num todo, a cidade em detalhes, uma cadeira perdida, uma mesa deixada; as manif várias com milhares de pessoas do 25 de Abril, os cravos, um cartaz que conta, um primeiro de Maio dia do trabalhador, as reivindicação em panos, a carestia, as mãos marcadas pelo tempo e trabalho, a criança em ombros, os reformados gritando; os jardins do museu, a arte e seus autores, a filha, o neto, sempre ele no meio de muitas, natais de família, aniversários e casamentos, carnavais, os aeroportos de chegadas e partidas, as estações do comboio, os relógios das partidas e chegadas, passageiros saindo, carruagens e reflexos, um adeus dorido, a permanência tão breve, ou distante, o corpo deitado desnudado, a roupa vestida, a roupa deixada, um resto de fim de tarde, um dia a nascer. Um mar de sul, o cenário azul, um Alentejo de calor, um outro de primavera.
Tantas imagens com estórias infindáveis, demais para que me perdesse a analisar melhor cada uma das imagens, com os seus objectivos e conteúdos...fiquei pela observação, recapitulando, reavivando seus indícios, para que se mantenham na memória, mais uns tempos. Se uma imagem vale mil palavras, hoje devo ter lido milhares de palavras....

DC

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