segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Na verdade...



..., já não esperava muito mais, o que deveria acontecer nunca chegou a acontecer, ficaram-se pela troca de fluídos e deixaram morrer tudo o resto que poderia nascer. Refrearam-se nas vontades, quando ao que se seguiria, com medo de perder não se sabe o quê, como se viver e amar fosse uma questão de perder poder.
Quem tem medo de perder nunca se aperceberá do quanto poderá ganhar. No acertar e errar se avança, se descobre, se evolui. Nas dores se constrói a força de resistir, de sobreviver, solidariedade, partilha, solidez no que surge de novo.
Fizeram as escolhas, erradas ou não, só mais tarde se avaliará, na realidade nada mais avançaram. Cada um por si, se pretendia mais livre e, assim foram esbracejando, como afogados, tentando sobreviver não sabendo ao quê. Afastaram-se cada vez mais, e ainda hoje, cada um por si, procura explicações cármicas para o acontecido. Resta agora, a cada um, ter a seu lado páginas de solidão, dias continuos de silêncios, um vozear de palavras que não têm escuta, emoções que não recebem retorno.
Quem não se prepara para oportunidade, quando ela surge, pode ficar eternamente esperando, talvez de que tudo seja perfeito, esquecendo-se que são humanos.

dc

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