Viu-se isolada, suspensa aos
olhos de todos. Não se envaidecia, ou tinha desgosto, pela cor da pele, isso era o menos importante.
O seu corpo era como um cálice, que sugeria beber beleza, quando perante nós. Ela
sentia-se uma força da natureza, pela exuberância como desafiava todos os
obstáculos, resistindo ao abandono, ao desprezo, tantas vezes
revelado em alguns dos rostos, que com ela cruzavam. O nascimento humilde, não
a impediram de aprender com decorrer do tempo, mesmo sabendo-se efémera. Ela
sabia-se um marco temporário, na alegria de muitos outros, nada seria
suficiente para a travar, nessa capacidade de se dar aos que com ela conviviam.
Foi isso que o fez perder o tino, apaixonar-se loucamente, e permitir o
sustentar de um amor calmo, que só terminou com a sua morte precoce. Nunca
houve arrependimento, nem se mediu a eternidade do que existia. Enquanto durou,
foi para sempre. Nada podia ser mais intenso e belo, nada poderia ser
diferente, dois se amando de igual modo. Independentemente da tristeza, da sua
ausência, um sentimento de paz e amor ficara-lhe nas veias, dando-lhe a
capacidade de sobreviver e ajudar outros a acreditar, que a vida sempre nos
surpreende e não existem limites de tempo, ou espaço, para que isso aconteça.
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