Na verdade, pensei-te sempre,
alguém perto de mim, querendo, abraçando, desejando assegurar o meu querer-te
na força do teu, em laços únicos que faziam a vida a dois prevalecer no correr
dos tempos. Embalaste os meus pensamentos, tempos infinitos, em regressos e
começos inesperados, que se desfaziam na espera e no vazio do tempo. É uma
espécie de maldade que fazemos a nós próprios, ao inventar um estereótipo do
que será o amor das nossas vidas. Quando a realidade o desmente, passamos a ver
tudo com defeito. Nem sempre fomos assim, em algum tempo, fomos livres e amamos
longe desse pensamento, mas depois quebrou-se trazendo o desconcerto a
desilusão o fracasso. Nestas horas que se
desenrolam fazendo os dias, a certo momento, julgo descobrir que me gosto o
suficiente para não acatar os conceitos e as razões daquilo que os outros dizem
ser a base do amor. Eles confundem, como eu fiz, o desejo com a realidade desse
sentimento, difícil de identificar ou explicar por palavras. Como diz o outro: Eles falam, falam, mas não dizem nada. Amamos porque
amamos, ponto. Nada há explicar ou justificar. Hoje é difícil soltar-me de ti,
deixar que vás definitivamente de dentro mim, mas terá que ser. O caminho a
seguir, é esquecer que és o “amor” que eu gostaria de ter, e não o “amor” em si
que tu és.
dc
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