quinta-feira, 6 de junho de 2019

Eles falam, falam...

Na verdade, pensei-te sempre, alguém perto de mim, querendo, abraçando, desejando assegurar o meu querer-te na força do teu, em laços únicos que faziam a vida a dois prevalecer no correr dos tempos. Embalaste os meus pensamentos, tempos infinitos, em regressos e começos inesperados, que se desfaziam na espera e no vazio do tempo. É uma espécie de maldade que fazemos a nós próprios, ao inventar um estereótipo do que será o amor das nossas vidas. Quando a realidade o desmente, passamos a ver tudo com defeito. Nem sempre fomos assim, em algum tempo, fomos livres e amamos longe desse pensamento, mas depois quebrou-se trazendo o desconcerto a desilusão o fracasso. Nestas horas que se desenrolam fazendo os dias, a certo momento, julgo descobrir que me gosto o suficiente para não acatar os conceitos e as razões daquilo que os outros dizem ser a base do amor. Eles confundem, como eu fiz, o desejo com a realidade desse sentimento, difícil de identificar ou explicar por palavras. Como diz o outro: Eles falam, falam, mas não dizem nada. Amamos porque amamos, ponto. Nada há explicar ou justificar. Hoje é difícil soltar-me de ti, deixar que vás definitivamente de dentro mim, mas terá que ser. O caminho a seguir, é esquecer que és o “amor” que eu gostaria de ter, e não o “amor” em si que tu és. 



dc


Sem comentários:

Enviar um comentário