A esplanada estava quase
vazia, cumprindo a distância social com número reduzido de mesas. Acabara de
tomar o café e saboreava, o seu gosto característico que ainda permanecia na
boca, enquanto isso ia apreciando aquele espaço sem máscaras, repousando o corpo
e a mente. Um beijo com sabor a café e sem máscaras, foi o mote para o que lhe surgiu da
memória.
Nunca precisavam de muitas falas, os caminhos, muitos e variados, eram
feitos com as mãos e as bocas que os sabiam todos de cor, não precisavam de
mapa. Estavam, no entanto, disponíveis para a novidade, ou descobertas
inesperadas. Nunca seguiam o mesmo ritmo, não gostavam de se repetir, do nada
nascia o acontecer, sem dia ou hora marcada, começavam simplesmente a ferro e
fogo até a bonança chegar. A bonança chegava com o ar carregado de diferentes
cheiros, um brilho nos olhos, depois, as mãos se enlaçavam, e ficavam, ombro com ombro,
num falar solto, até o murmúrio antecipar o adormecer, amo-te!
dc
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