Acreditava que amar era como uma obra de arte, que acontece no meio de diversas experiências falhadas, entre esboços e ideias não concretizadas, na verdade, surgindo dum caldo de muitas vivências e sentimentos, dum cúmulo transformado em inspiração que sobressai em momento não previsto e se disponibiliza para o acontecimento. Do mesmo modo que haverá também quem pense, e acredite, que seja intuído pelo que dentro de nós acontece, quando pensado e imaginado vezes sem conta, sem percepção de que o fazemos, até que ele surja como se um click se desse. Seja qual for a versão, a sua descoberta, ou melhor, o seu acontecimento, traz consigo a capacidade, da tolerância para a repetição dos dias e dos hábitos, para o deixar-se ir livremente ao sabor desse sentimento e da vida de um e de outro, de um para o outro, sem tempo marcado. É um sentimento que não morre pela troca, pela ausência, pelo fim da vivência em comum, quando muito, se afasta da intensidade e muda de forma. Caso contrário teria sido um engano da sua percepção.
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