Só nos apercebemos que a vida
nos envelhece, quando acordamos para o dia com esperança de que o inusitado
aconteça, quebre a rotina e que o lugar dos sonhamos se torne a realidade
futura. Talvez até, que aquele sentimento, a que alguns, mais conhecedores,
chamam de amor, surja num piscar de olhos, ou num sorriso vindo do nada, e o
possamos sentir bem fundo. Ao olhar aquele corpo jovem com colar de pequenas
pérolas, desenhando o colo do seu pescoço esguio, ele se pergunta, porque não
eu, ser razão merecedora do seu olhar do seu desejo, da sua alegria e presença
na sua vida? As pérolas que no peito baloiçam o hipnotizam, durante breve
instante. Entre a vontade, o desejo e as subtilezas da esperança, adormeceu,
inclinando a cabeça sobre o peito, ao jeito de corpo morto e tudo se confundiu
numa espécie de limbo, sem que a materialidade se tornasse palpável.
As ondas vão-se espraiando no areal e o vento forte traz os borrifos, que caem
sobre o seu corpo despertando-o. Absorto olha em volta, o areal está deserto,
esfrega os olhos enquanto pensa que faço aqui só?
dc
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