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sábado, 25 de novembro de 2017

Este caminho de amar



Beijo teus lábios
Sinto húmida a tua boca
A língua serpenteando
Na minha como louca

Neste beijo insurrecto
Minha boca desce devagar
Até ao peito erecto
Onde me sinto navegar

Sinto a pele a arrepiar

Sinto e sem me apressar
Terá de ser com jeito
Este caminho de amar

Num amor feito a preceito
É imperioso tudo beijar
Não há lugar secreto
Que não se possa encantar

dc


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

DESAFIO




Ela estava ali desafiadora, provocando-o, pondo à prova as suas capacidades. O silêncio em volta era tentador para avançar. Aparentemente estávamos sós, podia estar à vontade e aceitar o desafio sem rodeios. Ele sentia-se meio temeroso. Se em tempos o fez com duas e sem hesitações, porque não agora só com uma? A idade, um pouco de peso a mais, faziam-no temer o seu desempenho. É certo que cuidava do seu corpo diariamente e sentia-se bem. Não parecia haver, razões, para que objectivo não fosse atingido com sucesso. Hesitava na necessidade de preliminares, para fazer o sangue afluir às partes do corpo que seriam submetidas à tensão. Aproximou-se devagar, encarou-a de frente, depois, olhando bem para cima, avaliou de si, avançou de mãos estendidas até sentir o seu contacto nas palmas da mão. Agarrou-a à bruta, com as mãos bem firmes, começando a envolvê-la fortemente, enquanto ouvia na sua mente os incentivos: tu és capaz, solta a cinta, eleva as pernas, ginga o corpo com vontade, força, vai, vai. Era como se uma força interior enorme o comandasse, enquanto ela se deixava submeter. De repente sem quase se aperceber o clímax aconteceu. Sentia-se no topo do mundo. Não sabe como, de repente libertou-se, soltou-a e sentiu-se a aterrar, mãos quentes como nunca, o corpo esparramado, ofegante com o sabor a vitória. A vida. A vida, tem de ser subida a pulso, nada nos é dado, pelo menos para todos aqueles que não nascem num berço de ouro. Ele, ali naquele ginásio, subindo aquela corda, sentira-se um campeão vencendo o desafio a que submetera o seu corpo e vontade.dc



domingo, 19 de novembro de 2017

E...se pudéssemos



E.. se pudéssemos repetir o caminhar, de mão dada, pela cidade, debaixo do mesmo guarda-chuva aconchegados pelo amor?
E.. se pudéssemos, lavar as mágoas, com as lágrimas e a chuva, deixando fluir o que nos une nesse caminhar tão doce?
E.. se pudéssemos deixar para trás os tempos mais difíceis, de arrufos carregados de frio, folhas secas, de “entretantos” desavindos?

E.. se pudéssemos agarrar esse tal algo, forte, que nos amarra, trazendo consigo sentimentos de diferentes intensidades e importância, mas que se conjugam e se transformam nessa força maior a que chamamos amor?

Ah.. se pudéssemos, desapareceria o futuro e viveríamos um presente contínuo.

dc


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Longa é a espera




Parada, com a parede colada nas costas, fico olhando pela janela o luar que se vai pronunciando na noite, procurando descortinar entre as sombras que se colam nas paredes da rua, se algures estarás tu. O relógio estabelece o ritmo sinalizando as horas com o seu tic tac, ban ban, passou uma hora, tic tac, tic tac, tic tac, ban ban, outra hora que se foi,  até que o sono e o cansaço me tomem e me levem para o leito vazio onde não estás.
Espero-te noites sucessivas e não chegas. O meu corpo, desde que te ausentaste, arrefece um pouco todos os dias perdendo o calor intenso do amor com que me tomavas por inteira, premiando-me os dias, como se cada dia fosse o último. Tenho medo, a tua imagem vai-se diluindo e as memórias se vão reduzindo, ou sendo alteradas, instalando a dúvidas naquilo que fomos. Tenho medo que seja um pesadelo repetitivo, onde me encontro à deriva, confundindo a minha necessidade de amar com realidade que tu és.

dc

sábado, 4 de novembro de 2017

Melhor seria nada ter


“Fui atrás do que procurava recuperar e que julgava certo. Encontrei um labirinto de portas que se fechavam e abriam sem encontrar a saída. Sempre evasiva temendo as amarras, fugindo quando me sentia presa ou envolvida. Perante isto, dei-me tempo, isolando-me num lugar onde me podia curar, pensar e perceber a própria ausência; aí encontrei solidariedade, conforto, amizade. e, quando por fim me pensava curada, livre para me reencontrar com tudo o que pudesse acontecer, enganei-me, ao conhecer aquelas duas “figuras”: uma, se assumia livre, segura de si, em aparente autodomínio e que, de repente questionada, se perdeu ensimesmada de incertezas, quanto ao seu desejo e forma de viver a vida; a outra, deprimida, tomada por doença misteriosa, talvez mal da alma, meiga, carente e pretendendo aconchego. De uma senti a sua presença no meu regaço, da outra o calor intenso dos seus lábios na ponta dos meus dedos, que me fizeram derreter de ternura. Optei de forma errada, quando temendo tanta doçura de uma, me deixei levar para ser regaço, julgando não poder ter o melhor de dois mundos. A percepção do erro foi imediata, não estava preparada para decidir. Melhor seria nada ter, e partir de novo ao encontro daquilo que efectivamente me encheria de alegria e felicidade, A paz de espírito que as fugas sucessivas não me davam. Teria de deixar passar mais tempo, dar a mim própria o conhecimento necessário para me redescobrir e decidir como escolher quando serei o regaço de alguém que me faz sentir o calor de seus lábios, mesmo que na ponta dos dedos.“


dc




sábado, 21 de outubro de 2017

Cai a Máscara




                                                Seja qual fora máscara
                                                            Para enganar
                                                Seja qual for o perfume
                                                            Para disfarçar
                                                Seja qual o penteado que se aprume,
                                                            Para mostrar
                                                Sempre virá ao de cima
                                                            Aquilo que não é
                                                O “Se” que se quer esconder

                                                dc