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domingo, 28 de outubro de 2018

Momento "ZEN"



A tarde veio fria, ao meu encontro, penetrava o corpo. O sol resistia a deixar dominar-se pelas nuvens que o rodeavam, e eu resistia ao gelo que dentro de mim, crescia. Encontrei antídoto rápido, convidei o meu neto para fazermos uma das coisas que gostamos: fotografar.
Fomos para um parque aprazível, onde se caminha e corre, ao mesmo tempo, nos traz conforto visual e ar puro para dentro do peito. Chegamos, entre o tagarelar entre nós, e o tirar fotografias, percorremos os diferentes pontos de referência: o espaço das máquinas de exercícios, o das merendas, o laguinho onde os patos se divertem. Em determinado ponto estavam estas duas lindas pombas (fotos), cada uma em seu galho, como que à espera a nossa chegada. Estava a cerca de metro e meio de nós. Entre dormitando e abrindo os olhos, indiferente ao disparar das máquinas. Ficamos empolgados com o que víamos, quase parecia domesticada, tal a forma como se apresentava destemida aos nossos olhares e atenções. Foi um momento único com que a natureza no premiou.
Ao sair do parque, com uma calma interior enorme, pus-me a pensar; andamos diariamente tomados pelos medos, preocupações, pressas e um imensidade de coisas, que nos fazem alimentar um “stresse” para além do necessário. Porque não, destes espaços ao ar livre, fazermos o nosso momento “zen” e soltar-nos um pouco, recarregando as pilhas para que a vida possa ser vivida? Já sei que alguns dirão, não ter tempo, apresentando mais de uma dezena de justificações para isso. A todos digo, mesmo sabendo à partida, que muitos gastam tempo em outras coisas, e ao fim do dia pensam ter sido inúteis, rompam com as rotinas, e façam algo diferente como visitar um parque arborizado, onde natureza parece estar ali para nos surpreender. Verificarão com toda a certeza que afinal a vida é mais que o trabalho necessário e a prisão dentro de quatro paredes de betão.

dc





terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

I'M NOT PERFECT...


Os dias passam vertiginosos, dez anos é o tempo de um sorriso, ou duma das tuas gargalhadas. Ainda ontem, davas o primeiro grito dizendo-te vivo e garatujavas uma língua de trapos, cada vez que tentava fazer-te sorrir. Hoje, um homenzinho, que emite opiniões, brinca, dança, agarras as pessoas com a sua malandrice, a sua traquinice, a sua ternura.
Como parecem já tão distantes, aqueles tempos de compromisso, em que eu e tu - ainda de pernas periclitantes, com a tua mão dentro da minha – visitávamos Museu de Serralves, ou caminhávamos pelos diferentes lugares da cidade, como o Parque da Cidade, o Palácio de Cristal, os jardins infantis que pululam por cá. Sem esquecer os pequenos almoços a dois, no Centro Comercial, para irmos de seguida à zona infantil e à Fnac escolher livros e música, ou as nossas caminhadas na Foz e na Ribeira.
Este ano lectivo, vou-te buscar à escola, sendo a tua companhia de fim de tarde. É o nosso momento In. Chegas à porta de saída, caminhando e cumprimentando: Olá avô! Com o pacote de sumo na mão, esperando que te dê as bolachas, a que te habituei, para ires comendo no caminho até casa; por vezes, digo que me esqueci, mas não acreditas, "vá lá avô, tu nunca te esqueces". Depois, depois conversamos e divergimos, rimo-nos e amuamos. A diferença de idade é mais do que muita. A idade dá-me a presunção da sabedoria, a ti dá-te a coragem de recusar os estereótipos, que te querem impôr. Assim vamos fazendo o percurso da vivência em comum, registando momentos das diferentes etapas de crescimento, solidificando os laços afectivos e criando memórias futuras. Como te lembras: “Eu não sou perfeito, mas sou edição limitada” , serve para os dois.

06FEV18


dc




terça-feira, 16 de agosto de 2016

Saí do meu "canto"


Praia do Magoito

Saí do meu canto, das minhas rotinas, fui ao desencontro intencional da existência comum. Deixei-me perturbar por ambientes estranhos, lugares diferentes, pessoas singulares. Furtei-me das minhas rotinas e deixei-me envolver pelas não rotinas dos outros, mesmo que nem sempre as melhores.
Fiquei horas intermináveis ao sol, brutamente ao sol, no areal da praia, banhei-me num mar que temi, em água fria que não pedi, Caminhei por montes rasgando o céu, só, como eles próprios, com os meus olhos colados à linha do horizonte desenhada pelo mar, com a brisa marcando a pele. Fiz caminhadas para ir à civilização do pão, para compor a mesa. Até passei por Cascais e pelo Guincho, lugares difíceis de habitar...
Entrei no Alentejo, que adoro, nos quarenta e quatro graus centigrados de temperatura. Aí, nadei tempos enormes, em piscina pública de grande qualidade, que as terras daqueles lugares fazem por manter activas e boas. Prendi-me aos casarios brancos, marcados pelo sol do meio dia, ou pelo sol do entardecer, tomados pelo tom rosa quente. Deixei-me perder pelas planícies. Fotografei casas, monumentos, torres de igrejas e castelos, de vários ângulos e diferentes momentos do dia, tentando fixar em imagem a emoção do que via. Iluminei a alma e o estômago com repastos, com o sabor gastronómico marcantes. Dormi em camas variadas, umas mais escaldantes outras menos, em lugares iluminados e outros onde uma vela ou uma lanterna serviam como referência.
Estive num lindo monte, gozando a riqueza das relações humanas, entre doutores e homens do campo, almoçando “Carpa grelhada”, Javali assado acompanhado de batata doce assada, courgetes e outras variedades de alimentos cozinhados no forno, saladas fabulosas, tudo feito com o gosto de quem recebe com prazer.

Os dias correram, na suavidade e irresponsabilidade, de quem não quer saber do mundo tal qual ele se encontra, como uma lobotomia estabelecida com prazos de começo e extinção. A isto chamei-lhe férias. E gostei.


dc


Alentejo - Sousel

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

o mar tem essa força.



Assustador, pelo vento que o arrastava em ondas cadenciadas, o mar ia inundando tudo trazendo o medo à nossa pobre existência, as vagas enormes atemorizavam ao mesmo tempo que nos seduziam a avançar em sua direcção, atraíam-nos como se fossemos surfistas querendo apanhar a melhor onda. Apetecia desafiar a sua violência, como se fosse uma luta, que sentimos perdida, mas justa, contra o seu poder...o mar tem essa força.
As ondas iam explodindo contra o farol, ele ali parado continuava...apreciando a sua força. Um casal, que passeava pela marginal debaixo da chuva torrencial, parou para observar, como se aquele espectáculo fizesse parte de uma paisagem idílica do seu romance. Coisas estranhas que se fazem perante a força da natureza e os seu fascínio. 
dc





sábado, 3 de janeiro de 2015

LUA CHEIA



Hoje a lua está cheia, quase nos cem por cento.

Redonda quanto baste, visível o suficiente, para se fazer notar, foi aparecendo pé ante pé entre as árvores, como uma bola branca ponteando o azul do céu, Ainda o sol não se tinha posto, já a nossa amiga dava ares da sua graça.

Hoje a lua dos romances e dos românticos paira no ar. Que se conste, o Lobisomem não anda por aí.

Sem esquecer os nossos pequeninos duendes e das fantásticas estórias que falam da lua, das quais as crianças se pelam de prazer de as ler e escutar, Vamos nós também, os mais crescidos, usufruir da lua em pleno olhando-a, com a mente aberta à imaginação, permitindo que todas as estórias sejam possíveis, em especial, as tais em que o amor é a motivação principal.

DC



sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Falar de IMAGEM

Montagem sobre uma imagem de alguns enquadramentos que teriam sido possíveis captar
Deixo-me levar pelas imagens, sem fazer escolhas quanto ao tema. Prefiro-as esteticamente ricas, sejam a cores, ou a preto e branco, sejam de pessoas, de animais, da natureza, de objectos, de pormenores. Podem ser fotografias, ou imagens de imagens de pinturas, desenhos, ilustrações, gravuras, esculturas, ou outras formas de expressão e conteúdos que as preenchem. Importante é que sejam suficientemente perturbadoras, que se façam sentir ser vistas, que nos seduzam, sugestionem, mexam com o pensamento seja qual for o ângulo, gosto artístico, ou diferentes significados que lhe atribui quem as produz.
A imagem enriquece quem a produz e quem dela usufrui, ninguém fica a perder, elas são as tais mil palavras de comunicação, que esbarram no nosso olhar e não nos deixam indiferentes.
Admiro todos aqueles que publicam, ou produzem diariamente obras que nos enriquecem, trazendo até nós um mundo infindável de momentos de vida, assuma ela a forma que assuma. Captam com o seu olhar observador para além do comum, recortam, revelam, enquadram, modificam proporções, escolhem a melhor luz, o tipo de cor e servem de bandeja, aquilo que os sensibiliza sem despudor, e tentam fazer-nos ver a vida por outro ângulo.
Todos sabemos que as imagens fora do seu contexto real, perdem ou ganham outra dimensão, seja ela redutora, ou pelo contrário, extrapole demasiado o que se vê. Não é raro que algumas imagens tentem formatar esteticamente, ou culturalmente a mente das pessoas, cabe a quem vê e analisa a capacidade de avaliar o contexto. De qualquer modo nelas existe sempre algo para aprender, tenham elas a intenção que tiverem e serão sempre um apelo de análise e inteligência, agregando um prazer especial ao vê-las.

Esta será por ventura, uma razão válida para passear por alguns links da internet, e usufruir esse espectáculo de comunicação, que nos transporta para mundos tão diversos.

DC
Alteração de tonalidade

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

VILA DO CONDE, visitar é obrigatório



Passeamos por Vila do Conde, neste último Sábado de Agosto. Estava um dia de sol belíssimo, embora de vez em quando algumas nuvens fizessem a sua aparição, só serviam para realçar a beleza do céu vestindo-o de onde em onde, sem afectar o prazer de usufruir a luminosidade, que enriquecia o que se observava.

Neste nosso caminhar fomos fazendo umas fotografias, apreciando o ar arejado e limpo da cidade, com bastante espaço verde, as ruas nas zonas mais antigas com imensas casas recuperadas e com ar fresco que as floreiras ajudavam a alegrar. A zona Ribeirinha, a Praça das Descobertas, a Capela do Socorro, os Jardins, a Nau quinhentista, a Foz do Rio Ave, tudo lugares que deslumbram, e nos quais vale a pena passar um tempo apreciando toda sua beleza e singeleza. Fica aqui o recado, é uma cidade a visitar sem qualquer reserva, e onde não faltam lugares bem agradáveis para tomar uma bebida ou uma refeição.

terça-feira, 31 de julho de 2012

OS HOMENS E MULHERES DE AMANHÃ


O sol encoberto o vento gelado e um sonho desfeito na cabeça do miúdo(?). Há mais de três dias a pensar no dia de praia, que iríamos passar. Quem podia conjecturar tal, depois de no dia anterior ter estado um dia de sol e boa temperatura?

De véspera, foi uma azafama. Preparar a mochila com a toalha, fato de banho, protector, as bolachas, os indispensáveis balde regador e pá para construir castelos, outras coisas que lhe apeteçam.

Dormir foi um repente, logo bem cedo acordado sem precisar de aviso, e aí está ele preparando-se activamente, até que chegue a hora de o ir buscar. Já sabe que o céu ameaça borrasca, mas ele não desiste e diz: “ Vô leva-me na mesma à praia”.

Quando o fui buscar, entrou no carro, ouvindo os vários conselhos da avó paterna, para que tivesse cuidado, que o melhor seria não forçar o avô a ir para a praia, porque apanhavam muito frio.

Todo pimpão, sentado na sua cadeira, foi dizendo o que lhe apeteceu sempre tecendo comentários que levassem a decidir que a praia era o destino. Nem aliciá-lo com um ida ao centro comercial, o fazia mudar de ideias. Perante tal insistência lá fui eu para a praia. Não sem antes tomar o meu pequeno almoço e ele um bolo de chocolate.

A praia estava praticamente deserta estariam se muito uma dúzia de pessoas, umas escolhendo lugares perto dos rochedos, e uns outros montando tenda. A maioria com casacos vestidos ou enrolados em toalhas.

Tentei de demove-lo de sair do carro, mas foi tempo perdido. A solução foi convencê-lo irmos passeando no trilho junto ao areal para nos habituarmos à temperatura.
Por muito que lhe dissesse que estava frio nada adiantava, todo mexido ia apanhando pequenas flores amarelas, “ as mais bonitas do mundo”, casaco vestido e não desistia.

Acabamos por ir para a areia, tantas foram as soluções que ele apresentava para todas as questões que lhe colocava que desisti. A persistência dele acabou por vencer.

Para não ficar gelado, lá me mobilizei, a mim e a ele para simularmos ter uma plantação que precisava de ser regada e daí teríamos depois de ir ao mar, etc. etc., foi uma alegria até saltou. Mas...

..aqui deu-se a novidade que deixou assustado, o rapazinho a tudo dizia que sim, e ajudava sempre a fazer o que já estava feito, ou então dava ordens: - Oh vô, vai buscar água! Quando simulei as plantas usando penas de gaivota, ou quando fiz uma cerca com cascas de mexilhão, ele continuava atento ao meu trabalho e dizia – Oh vô vamos buscar mais!. O safado via os objectos no chão: “ Oh Vô olha ali, apanha!”, “ Oh Vô vai buscar mais água!.

Ao fim de algum tempo já com a “plantação” feita, pus-me a raciocinar, sobre o assunto e deduzi, de mim para mim...” Esta ganapada só sabe mandar e quer tudo feito, ao seu jeito e sem trabalho, exigem...Onde e como aprendem eles a quererem que os outros sejam seus servidores, onde aprendem a mandar?”. Os avós, por vezes para terem a sua atenção, facilitam um pouco sendo permissivos e fazem mais do que deviam, mas neste caso, não era assim ele já vinha com a “escola toda”, e eu não era muito dado a facilidades.
Pensando bem no assunto decidi mudar a atitude e fiz-lhe sentir isso. A partir daí tudo mudou, comecei eu a ditar as regras, e como tal sua excelência mudou logo o seu “aspecto” ficando silencioso, e de cara fechada, até ao momento de voltarmos para casa. Não me consumi muito com o assunto, e já dentro do carro para o provocar lhe perguntei:
– Que se passa estás mal disposto?
– Sim estou!
– E porquê? – pergunto eu
– Não sei. Com ar enfastiado
– Não sabes? Se calhar foi de irmos à praia e apanhares frio.

Riu-se com sorriso aberto e começou a ouvir “o areias é um camelo”, com um sorriso malandro. Ele percebeu de imediato que a má disposição podia ter inconvenientes futuros, ou seja não ir tão cedo à praia, como tal era melhor mudar.

De facto estes miúdos parece que nascem com “muito andamento”. Não sei se é dos infantários ou do modo como os pais os educam, na verdade têm sempre resposta na ponta da língua, e estão mais treinados a ver e a mandar fazer do que fazerem eles próprios.

Nós os avós é que estamos tramados, porque nem sempre estamos com eles e como tal não podemos ser muito severos, se não eles “piram-se”. Perante isto temos de usar toda a experiência e manha para que eles não fujam do nosso convívio e possam aprender algo diferente do que aprendem com os pais e os amigos. Todo o cuidado e pouco, sem deixar que abram muito as asas, se não, quando crescerem, ainda nos fazem como aquele outro, que deu uma sova no avó porque não lhe deu o carro que ele queria.

Quanto a nós avós cá vamos continuando a tudo fazermos para beber da sua presença nas nossas vidas, dando-lhes mimo e vivências diferentes, sem perder do horizonte que eles serão os homens e mulheres do futuro, e como tal devemos contribuir para a sua formação como tal.

sábado, 24 de março de 2012

SOMBRAS E FOTOGRAFIA



As imagens de sombras, têm o seu quê de subjectividade, mas são esteticamente interessantes. Nestes casos, a cor torna-se secundária. Funciona o claro escuro como linguagem. a harmonia, composição espacial e o enquadramento. O referente em si não é fotografado, mas a representação dele, o que no leva a uma maior criatividade e imaginação. não só ao tipo de referente que originou a sombra, como as múltiplas sugestões que ele pode dar em termos de adjectivação. Não raras vezes a sombra é muito mais clara na informação, ou na categorização do objecto. Se verificarmos na foto da árvore não, nos perdemos com os vários matizes e formas, que possivelmente o referente possui, e vemos a "árvore", a estação do ano, o sol, e até, com um pouquinho de atenção a hora do dia, tendo em conta a sua projecção na parede.

Estas pequenas observações, têm simplesmente o intuito, de aliciar as pessoas a encontrar outras motivos a fotografar, sem medo de fazer experiências educando o olhar, observando melhor o que as rodeia.