segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

DA GRÉCIA a PORTUGAL...


Da Grécia a Portugal vai um "tirinho". Não te ponhas fino Zé Povinho e até levas no focinho.

Há quem diga que não adianta fazer manifestações.
Então o que é que adianta, "Está quetinho, se não levas no focinho?


VAMOS TODOS A LISBOA À MANIFESTAÇÃO DIA 11/FEV/2012. HÁ CERCA DE 6 500 000 DE PORTUGUESES QUE NÃO VOTARAM NESTE GOVERNO.

Forbidden Harmony (Instrumental Arabic Music)


Music Composed by Nassir
BELISSIMO

PARABÉNS DINIS



Há quatro anos nascias tu.

Hoje fico feliz porque nasceste, não no meio da guerra dos homens, nem no meio da fome que assolam outras pátrias. Nasceste forte e seguro e com muito amor à tua volta. Hoje és o grande amor de teus pais e avós, com que preenches o seu tempo. És criança a brincar no meio de outras crianças e tens o sorriso e alegria do teu olhar, que a todos fazes amar.

Sabes que te adoro. E todas as vezes que estamos junto eu cresço contigo, fazes-me falta, pelo muito que me dás.

Parabéns.


Beijo e um XI do Avô


Para ti este texto, para leres um dia mais tarde



Fecha-se o sorriso, o olhar fundo se perde no tempo, que não vive criança.

Por dentro, estranha-se, nos porquês que de forma variada, lhe surgem na sua mente ainda inocente, da percepção da maldade dos homens.

Uns violam a sua privacidade de crianças, outros enganam-nos hipotecando o futuro.

No peso imenso, em seu corpo franzino, das mochilas de livros, pretendem formatá-los, rápido, na sociedade de exploração e tiram-lhes a possibilidades de serem crianças.

Usam palavras ”estrangeiras”, para explicar a violência nas escolas, e não arranjam palavras portuguesas, para explicar a falta de tempo e capacidade, de muitos pais para acompanharem o dia à dia dos seus filhos.

Os pais, escravos do trabalho na sociedade que diz protegê-los, explorados até ao limite alienante nos locais de trabalho. diz quem pode e tem poder, para salvar a economia e o país. Eles assim ficam, sem capacidade para serem humanos e pais

Há pais que correm, correm, correm e não lhes sobra tempo para os mimarem,

Há pais que os deixam partir dos estudos, para brutalidade da oficina, para aprendizagem boçal de uma profissão, para que o pão lhes caia na mesa.

O que esperamos para dar dignidade às crianças de terem pais, de serem crianças?

Quanto mais aguentaremos, um presente tão difícil e um futuro tão obscuro?


domingo, 5 de fevereiro de 2012

D'REPENTE O MAR


O som da esplanada tornou-se distante. A cor azulada do mar, e o marulhar da sua ondulação batendo nas rochas cobertas pelo musgo das algas, foi mais forte. O sol marcava fortemente as sombras fazendo dos relevos da areia pequenas montanhas, destruídas pelas crianças, que entre gritos de alegria, correm esticando os fios do seu papagaio, que vai esvoaçando a cada rabanada de vento.
O pensamento torna-se mais abstracto, a noção de organização perde-se, esvazia-se. Para traz, ficavam aqueles pensamentos que lhe traziam à memoria caminhos percorridos em buscas inglórias, do tesouro outrora roubado. As indecisões quanto ao futuro, perdem-se naquele quadro vivo, que afastando-o das palavras do livro, levando-o para longe da angústia que o absorvia.
O mar, com o seu horizonte longínquo, fizera mais uma vez parar os juízos errados, devolvendo-lhe a crença perdida, em resgatar o pecúlio desse roubo, que lhe gelara a alma.
Roubaram-lhe a crença no amor romântico, guerrilheiro, livre, intenso.
Tiraram-lhe a inocência, quando mais amava a vida e acreditava na Revolução dos Cravos.

Longe ia o tempo da “outra senhora”, em que se perdiam as horas madrugada dentro sentados, numa qualquer calçada, conversando com companheiros da mesma luta, falando de um outro mundo, livre, onde o amor teria espaço em todas as suas latitudes. Falava-se de bem estar social, politico económico, cultural. Falava-se de participar nos nossos futuros, fora de guerras, de egoísmos, do poder dos mais ricos. Falava-se na necessidade de participar trabalhando enriquecendo o País e o seu futuro, trabalhando para aglutinar vontades no exercício de uma liberdade comum a todos. Falava-se de futuro, lealdade, justeza. Falava-se de flores, de paz, de fraternidade, de amor livre.

Onde andas tu Pátria, que me mataste o amor e me roubas o futuro?


Matosinhos 03MAI2011


METADE DE MIM.....


sábado, 4 de fevereiro de 2012

POEMA NAIFE


As noites são vigília esperando o teu chegar
Tens a distância, o tempo, o silêncio, podes esvoaçar
Corre pelo espaço, da marginal ao horizonte do mar
dá palavra ao teu querer, sem medo de te perderes
Livra teu voo, livra teu argumentar

Os dias roem por dentro, pela demora do teu dizer.
Não servem música e seus poemas,
Em língua desconhecida, que se carece entender
muito menos se alguém destinas tanto do teu querer

Usa a razão na verdade da tua escrita,
ou da voz que rompe e grita
Exprime a rota de teu voo, seu espaço a percorrer
sem limites no teu querer

Tens distância, tempo e silêncio, para o teu voar

e aprenderes a pronunciar o verbo amar


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

HÁ DIAS ASSIM..

Há dias assim, em que ao menor descuido as lágrimas saltam-nos dos olhos. Tudo o que nos envolve, alimenta lágrimas e emoções.

Há dias, em que a brisa disfarça esse mar rasgado, que humedece o rosto e em que só o olhar a natureza, o brilho do sol, nos deixam um estertor comovido.

Há dias, em que a angústia nos nasce no peito e não sabemos como

Há dias assim, em que o simples sorriso de uma criança nos comove, nos trás outros risos, cheiros, semelhanças e infindas memórias.

Há dias, que a notícia de um medalhado olímpico, torna pungente o nacionalismo e nos comove como se ele fosse um povo inteiro.

Há olhos, em dias assim. Pedaços de alma, que não nos saem da memória, tiram-nos perspectiva, espaço de vida e fazendo-nos ruir por dentro.

Há dias assim, em que as dores, de todos os amores e desamores, rompem pelos olhos, são gelo da alma, esmagam-nos o peito, e deixam na mente interrogações sobre os seus porquês.

Há olhos de crianças, de abstracta tristeza, desproporcionados, pendurados num rosto e num corpo que não vemos, consumido pela fome. Olhos sem censura, porque não sabem a razão da crueldade dos homens.

Há os olhos dos sem-abrigo, que desenham dores, nos marcam a pele, fazendo-nos esquecer as curvas do rosto, o cheiro infecto, o corpo de farrapos e nos transportam para lá do absurdo.

Há dias assim, governos e senhores abastados, passeiam indiferentes no caviar, nos banhos de champanhe, no glamour. Santificando, ou purificando consciências, nas domingueiras missas, de um qualquer igreja de condomínio fechado; não vá o diabo tecê-las.

Sim. Há dias assim, que passamos transversais, ao que ocorre e decorre ante os nossos olhos, tentando fugir das lágrimas que nos nascem no canto do olho.

Há dias, em que a amizade não chega, mesmo que nos ouça, mesmo que seja ombro, mesmo que seja abraço. Só o silêncio é nosso refúgio.

Há dias assim, em que o poeta escreve versos de rima transparente com canetas de tinta das lágrimas.

E porque há dias assim, não devíamos tomar decisões, fazer promessas, dar conselhos, ou ralhar. É imperioso fazer cama no silêncio.

Nos dias assim, procuremos um espaço límpido, talvez verdura, talvez mar, talvez chão e libertemos esse caudal do espelho da alma. Que o seu rio corra, que encontre mares e se dilua.

Nos dias assim, façamos o rejuvenescimento da vida, encontremo-nos e depois...... tudo o que dantes fugíamos voltaremos a enfrentar de olhos límpidos e soberana coragem.