Sabes, tenho de confessar,
não sei o que hei-de fazer quanto a nós, ou melhor dizendo, quanto a mim. Li imenso
sobre autoestima, pedi conselhos, falei com psicólogo e li muito tentando
perceber. Os meus amigos mais chegados, estarão certamente cansados de serem
ombro das minhas angústias, das minhas queixas dolorosas, dos meus choros pela
tua falta, de manifestar-lhes o meu desejo de que fosses o pai dos meus filhos, se os viesse a
ter. Eles próprios, meus amigos, sem saberem muito bem o que fariam em caso semelhante.
Fiz um levantamento das incompatibilidades, das coisas comuns, do que nos une e desune, dos afectos, da razão que me liga a ti. Procurava descobrir as razões porque te afastavas, pois tenho a sensação de que te aproximas conforme as tuas necessidades físicas, ou quando te sentes perdido e isolado dos demais, ou ainda quando tens tempo livre. Por vezes penso, que avaliando tudo, com a distância necessária, não deveria sentir-me assim. Na realidade nada explica este registo de ti, que não sai dentro de mim. Chamam-lhe apego, dependência, uma série de termos justificados, dos quais não consigo encontrar, no meio de tudo, o passo certo para que mude e possa reformular tudo aquilo que são os meus afectos, a minha própria personalidade, que se recente, como toda a minha actividade social profissional e familiar. Imensas vezes estaciono o carro em lugar sossegado e dou largas ao choro atenuando a dor que me consome. Dizem que o amor não se explica e surge de forma inesperada, que não se deve formular opinião racional sobre ele. No entanto tenho para mim – e não sigo o conselho – que o amor não pode trazer para dentro de nós esta dor que nos transtorna e anula a capacidade de raciocínio inteligente e adequado. És como uma droga dura que lentamente se foi introduzindo no sangue, alimentando ilusões e dependência, que sem ti, sinto-me com ressaca, sem ter encontrado a metadona psicológica, ou o centro de recuperação apego-dependente capaz de me tirar-te do sangue.
Tento imaginar o meu mundo sem ti, reformular a vida seguindo outros passos. Procuro incessantemente, nesse mesmo espírito, de que o amor é inesperado, preparar-me para estar aberta ao surgir de uma nova oportunidade, de eu partir para algo melhor e superior que não este abuso sentimental, mental, físico e irracional que ainda está presente em mim. Terei de recuperar o meu eu.
Fiz um levantamento das incompatibilidades, das coisas comuns, do que nos une e desune, dos afectos, da razão que me liga a ti. Procurava descobrir as razões porque te afastavas, pois tenho a sensação de que te aproximas conforme as tuas necessidades físicas, ou quando te sentes perdido e isolado dos demais, ou ainda quando tens tempo livre. Por vezes penso, que avaliando tudo, com a distância necessária, não deveria sentir-me assim. Na realidade nada explica este registo de ti, que não sai dentro de mim. Chamam-lhe apego, dependência, uma série de termos justificados, dos quais não consigo encontrar, no meio de tudo, o passo certo para que mude e possa reformular tudo aquilo que são os meus afectos, a minha própria personalidade, que se recente, como toda a minha actividade social profissional e familiar. Imensas vezes estaciono o carro em lugar sossegado e dou largas ao choro atenuando a dor que me consome. Dizem que o amor não se explica e surge de forma inesperada, que não se deve formular opinião racional sobre ele. No entanto tenho para mim – e não sigo o conselho – que o amor não pode trazer para dentro de nós esta dor que nos transtorna e anula a capacidade de raciocínio inteligente e adequado. És como uma droga dura que lentamente se foi introduzindo no sangue, alimentando ilusões e dependência, que sem ti, sinto-me com ressaca, sem ter encontrado a metadona psicológica, ou o centro de recuperação apego-dependente capaz de me tirar-te do sangue.
Tento imaginar o meu mundo sem ti, reformular a vida seguindo outros passos. Procuro incessantemente, nesse mesmo espírito, de que o amor é inesperado, preparar-me para estar aberta ao surgir de uma nova oportunidade, de eu partir para algo melhor e superior que não este abuso sentimental, mental, físico e irracional que ainda está presente em mim. Terei de recuperar o meu eu.
dc