quinta-feira, 8 de maio de 2014

MAIO d'FLORES E LUTA



É da vivência do mundo e da repetição nos séculos, que as estações do ano trazem os momentos certos, para a reaprender e fazermos o rejuvenescimento, de cada passagem do tempo.

Do Abril em Portugal do turismo e seus interesses, das águas mil que sempre aconteciam, nasceu uma revolução, de cravos vermelhos e esperança, para todos, E com ela um Maio transformado que saiu das “maias”, colocadas nas portas, em nome do “carrapato” e se transformou num dia de celebração de quem trabalha.

Não há razão para ter medo das palavras, que no escuro da noite se escrevem. Mesmo que os tiranos insistam decapitar-nos as vontades sempre haverá Maio, e com ele a revolta sadia contra ventos e marés, Maio mês pleno da Primavera, com calor e sol, animando tudo o que nos rodeia, trazendo as flores que se abrem de promessas de futuras colheitas.

DC

NADA AconTECE...



Nada acontece, a não ser o que acontece, quando nada acontece, zero, nada, vazio, é isto que acontece. Espera-se que depois de tudo o que já aconteceu algo surja. Fica-se a pensar que nada seria pior, tudo o que vier será sempre mais positivo do que o aconteceu, como se diz “ o não já eu tenho, tudo o que vier será positivo”, neste caso o resultado está abaixo de “não” porque nada aconteceu. Nem bem, nem mal.


Num qualquer dia/do mês/ do ano
DC


sábado, 3 de maio de 2014

Outras Notas de música


Kama Sutra in "Prelude du Fornication"
Notas de música, de saber e calor humano.
Melodiosa partitura, desenhando humanos desejos.
Sem amores proibidos, ou gestos contidos.
É uma música ao sabor dos amantes,
libertando-lhe os corpos e os sentidos.

DC

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Os SONHOS e as IMAGENS


"..os sonhos falam em nós o que nenhuma palavra sabe dizer."
E se Obama fosse africano e outras InterInvenções". Mia Couto. Ed.Caminho

Já todos conhecem a a frase "uma imagem vale por mil palavras", aqui ousadamente prefiro substituir na frase de Mia Couto, a palavra" sonhos" por imagens, porque muitas vezes as imagens que captamos, são como sonhos, que só se obtêm em determinadas condições e momentos, que as tornam únicas.

DC

quinta-feira, 24 de abril de 2014

por vezes....FLOR


Por vezes basta ser flor, isolada entra a terra e o canteiro de pedra, para nos fazer brilhar o nosso olhar quando de perto a apreciamos. A sua simetria, as suas cores, as múltiplas pétalas, o seu centro caloroso, o verde das folhas e do pé que a sustentam. Flor que decora o nosso jardim, as nossas jarras, sejam de cristal, ou barro, alegra festas. A flor que quando oferecida a alguém, trás agarrada a si, além da sua própria beleza, as palavras e sentimentos de quem oferece. É a desculpa que não foi dada, o mimo esquecido, a ternura de uma amizade, o agradecimento, a cerimónia que respeita, é o amor por alguém...e por vezes, um recomeço, ou sinal de paz.

DC

sábado, 19 de abril de 2014

Um beijo desperdiçado



Um beijo desperdiçado
Foi o que pensaste...

Talvez a boca beijada
Onde deixaste teu beijo,
Não fosse a boca amada
Nem razão do teu desejo.
No entanto no teu carpir
De amor mal entendido,
Desfizeste todo o sentido,
Mataste um amor não começado
E o ainda inacabado.

DC

segunda-feira, 14 de abril de 2014

OuViNDo PiAnO

 

Tenho-te para todo o sempre retida na memória, não pelos sons da música que nunca me tocaste, mas nas palavras escondidas debaixo das tuas escolhas.
Teus olhos têm o vidro escuro da timidez, são desenhados pelas notas de música da tua alma, em cada momento que teus dedos fluem na superfície lisa das teclas do teu piano, Momento único, onde expões teus sentimentos. Voas para destinos que não os meus, procurando ir mais longe nos teus saberes, sentimentos e aventuras, sentindo as diferenças do viver do teu passado, com um presente que se desenha como futuro.


Imagino-te olhando os arranha-céus, as ruas largas da cidade onde te instalas temporariamente e pensas se vale apena trocar a simplicidade que te está na pele, pela riqueza conquistada num mundo poderoso, de mãos sujas de sangue inocente. Nunca te senti, ou pressenti, como linha demarcando o horizonte, no entanto sinto-te na vivência do êxito.


Sei-me com mais noites e dias, para além de ti, As minhas mãos não têm a delicadeza de quem afaga o marfim preto e branco, elas têm a dureza das chagas obtidas na força bruta da construção dos dias. Os teus saberes foram ganhos fazendo um caminho ilustrado e iluminado por mentes ricas, e pelas letras pousadas nas superficies brancas das leituras, Enquanto isso os meus resultam da experiência feita vida, da presença da música a que não reconheço a pauta, das leituras vulgares enriquecidas com o passar dos tempos, das vozes das gentes transversais à oralidade dos tempos.

Na longínqua distância, sem o cheiro do teu corpo, sem sentir o teu respirar sobre meus lábios, sem ouvir sequer a tua voz, fico pensando no absurdo que nos afasta, e nos dois mundos diferentes com que temos de nos sujeitar, deixando acontecer como o eco que nos responde sem ter corpo.

DC