domingo, 12 de julho de 2015

de SOMBRAS VESTIDA




Escondo o corpo e as vontades do olhar mundano, que me possa observar, mesmo quando nua, tudo me apetece revelar, a natureza me surpreende e de sombras me veste.

Na verdade com alguma hipocrisia, se não, não seria de lingerie que me vestia.

dc

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Colorir os dias



Sei que gostava
Sei que ouvia
Sei que lia
Sei que sorria
Sei que adorava

Os sorrisos
A gargalhada
A estória do dia
Contada
Num intervalo
De tempo
Que a vida
Encontrava


Assim acontecia
As palavras
Se soltavam
Os olhos brilhavam


Na boca desenhada
Os lábios tremiam
O seu corpo
Se insinuava
Da noite
Ao romper do dia
Trazendo consigo
Prazer e alegria


Nem tudo
Era perfeito
Na mente
Ou no corpo
Mas só não tem defeito
Quem já está morto


Se fosse tamanha
A beleza
Ou especial
A sedução
Ficaria na incerteza
Se era amor
Ou ilusão.

dc

quinta-feira, 9 de julho de 2015

inDECISÃO



Fixa-se a mente no que já não é
Vive-se o que não se viveu
Com medo de perder da vida o chão
Ou o amor não ter pé

Tivesse tomado a decisão
E vivido o momento

Hoje seria livre da avaliação
Repetitiva do pensamento.

dc

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Poema humanista..



Imagino-te nesse outro lugar, do qual as palavras me referenciam o espaço e o volume. Vejo-te "anjo" na brancura da vestimenta, como se paz chegasse contigo, à dor dos que ansiosos te procuram na cura. As perguntas assustadas caem no regaço da tua escuta, os olhos brilham e se fixam no mover dos teus lábios, que debruam o sorriso da tua boca, sorvendo cada palavra, e embora temendo da explicação sabedora, dela procuram a serenidade para acreditarem que vale a pena. A tua escolha não é profissional é um poema humanista ao bem estar dos outros, é um regalo permanente ao teu espírito e corpo, é servir um interesse maior. Derretes energias cumprindo, vivendo e ajudando a viver, os que por temerem a morte mais cedo, a querem longe bem depressa. Como poucos, podes entrar no teu retiro, com o ego repleto e distribuir amor, compreensão, alegria, mesmo que na pele ainda tragas o último arrepio da morte próxima de mais. Mereces o direito ao silêncio, mesmo quando tens de sustentar e alimentar o ruído dos que te rodeia, essas gentes desejosas da tua presença.
Ainda te restam forças nas palavras, que usadas com mestria declaram sentimentos, enriquecem espíritos e são uma catarse que trás à superfície os sonhos e desejos.


dc

domingo, 5 de julho de 2015

TÃO VAZIO


Amanheci
tão vazio
por dentro
que escrevi
para saber
que não morri.

dc

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Escolhemos o Silêncio....




Olhava o céu onde as nuvens, faziam e desfaziam formas, como imagens sucessivas de um filme. Procurava encontrar a resposta adequada a esse silêncio, que escolhemos como cama das nossa incertezas. As respostas não chegavam, entretanto as pausas sem nuvens e as gaivotas voando em acrobacias deliciosas, faziam-no planar sem rede, perdendo-se, de forma abstracta, dos raciocínios. Sem se aperceber ia baixando lentamente os olhos, até encontrar a linha do horizonte, como que a sugerir que era a hora de aterrar, agarrando-se novamente à terra firme. A serenidade se apossara dele, o silêncio tinha agora um outro efeito, menos vazio, como se aquele tempo, ali passado, sentado no banco da marginal face ao mar, tivesse funcionado como uma espécie de Prozac, medicado pela natureza. Agora, sentia dentro de si a energia, necessária, para não se deixar corromper, pela modernidade bacoca, A natureza o acordara mais uma vez, para o que mais imprescindível existe no humano, a liberdade de decidir, contra ventos e marés.
O silêncio e o isolamento são uma opção, nada de mau existe nisso, fazem-lhe acreditar cada vez mais naquela frase que diz: importante não é quantos os bens materiais que possuímos, mas termos os bens que necessitamos. Ele não prescindia da sua vida, para assumir uma outra, castrada por uma vontade estranha, importante, importante é ter a mente livre e deixá-la voar.

dc

quarta-feira, 1 de julho de 2015

APEGO...



o meu corpo
é prisioneiro
do teu corpo.
meus olhos
se perdem
dentro dos teus,
meu desejo
do teu desejo,
meus lábios
são do teu beijo,
até os sonhos
já não são meus.


dc