Me espanta o que se desconhece, de
quem pensamos conhecer, estamos tão habituados a uma bitola do que consideramos
conhecer e partilhar, que de repente, ouvimos algo que nos deixa confusos: “será
que ouvi bem?” Só nessa altura descobrimos o que desconhecemos, e quantos erros
cometemos, nas analises que fazemos uns dos outros, que pensamos: “o melhor é
estar calado e não dizer o que penso, pois se o digo fico tudo piora.” É uma
parte de nós que fechamos, e nem sempre a fechamos com propriedade, é mais naquela
ideia de pensar - não tenho que dizer tudo. Não é o dizer tudo que está em
causa, é não saber avaliar, o que desse tudo, é importante para a partilha
daqueles com quem contamos e vivemos o nosso percurso com prazer dos dias. É
troncar um conhecimento de nós que pode ser clarificador, daquilo que o outro é,
do quanto estou disponível para o seu eu. Por isso eu digo não quero que me
inibam de dizer e de ser, não me reduzam a liberdade, fazendo-me a saudade do
só que não desejo. Não me tragam tempestades, só porque o dia nasceu cinzento,
nem me julguem na brevidade. Há quem diga, que é “doença” dos latinos, quando
estão felizes logo rápido inventam razões para duvidar e pensar, que começar o
dia a rir, ao anoitecer vai acabar por chorar.
Que se lixe, não quero ver tudo a preto e branco, quero o fogo quebrando o cinzentismo dos dias.
dc
dc