sábado, 14 de outubro de 2017

BOM DIA




Bom dia carregado com nuvens de algodão doce, com a serenidade de quem vive na certeza do sol, da cultura da beleza e das coisas terrenas, na emoção de quem ama, mesmo que sejam as flores, os dias vividos, os beijos consentidos, os abraços mesmo que distantes.

Bom dia, para quem amanhece correndo, na pressa de chegar, mesmo que isso signifique trabalho e canseira, mas com a segurança plena de que vale a pena, por se saber a lutar, para que sua vida não seja pequena e aos outros dar e amar.

 Bom dia, se o sol te aquece e tens quem te ama, que melhor te daria a vida?



dc

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

não é a lonjura que nos afasta




Tudo começou numa aventura
Vivê-la deu-lhe a chama que ainda perdura

Talvez por assim ter acontecido
Todo o amor foi nascendo e vivido

Meu amor não é a lonjura que 
nos afasta
É a importância que damos ao que nos desgasta

Se na peça que se constrói não alisamos a aresta
Ela nunca encaixa no puzlle que se testa

Temêssemos o fruto de espinhos protegido
E seu sabor seria para sempre desconhecido

Se não damos uma chance alimentando
o que gostamos, temos, ou fomos sonhando

Tarde ou cedo matamos ou perdemos
tudo aquilo porque lutamos e vivemos

dc



terça-feira, 3 de outubro de 2017

O Outono, ainda no seu começar



O mar ali tão perto, com o seu extenso areal, e as gaivotas, tal como flores, enfeitando, foi lugar de espera. A neblina surgida sobre o sol tímido, instalou-se sobre o mar e a praia, trazendo-lhe a reflexão sobre o tempo e a distância entre as diferentes pessoas e vidas que ali se movimentavam.
Uns dentro de água correndo contra, e favor das ondas, iam aproveitando todas as suas oscilações e o equilibrio difícil de andar na “crista da onda”. Outros, deglutindo o seu repasto, nos restaurantes frente ao mar, viam tudo com o filtro de baço da neblina. Muitos mais no areal, ou nas beiradas que limitam a praia, talvez enganados pelo sol que bafejava a cidade, a correr, teriam vindo até ali para receber os últimos esgares de um verão tardio. Havia gente no fastio da espera, nas paragens dos autocarros, defraudados pelo clima, e pela demora em sair dali, Ao seu lado estão também os que esperam, com as suas roupagens diversas, mochilas, sacos e máquinas fotográficas, o “Bus dos turistas”, para viajarem num dois andares, sentados, apreciando o litoral e a paisagem citadina. Estrangeiros, muitos deles possivelmente vindo de lugares de sol escasso e temperaturas baixas, se deliciam com o que observam, caminhando de um lado para ou outro no grande passeio que bordeja o areal, falando, gargalhando e tirando fotos.
Um mundo de diferentes opiniões, pensamentos e olhares, se desenrolavam naquele espaço com a neblina suavizando os matizes. Ele aproveitava aquele tempo de reflexão para se distrair, suavizando a espera e o terror da solidão que o amarra ao vazio. De corpo inteiro vai entrando na neblina como um D. Sebastião que não mais irá regressar.
O Outono, ainda no seu começar.

dc


sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Nunca digas, nunca!




Temer o que virá, é impedir o que se desenvolve, deixar para trás a esperança de que futuro seja diferente. Estagnar no medo do desacerto, é pretender que a vida seja feita de regras rigidas, com um só caminho, uma só via.
“Nunca digas nunca”, não é frase com cabimento quando às emoções diz respeito.  É preciso manter nossos valores mais intrinsecos, mas termos a capacidade de nos abrirmos à novidade, pela diferença e perceber que as circunstâncias em que, um algo ocorreu, não se repetem e que a experiência é um motor para o acerto nas decisões. Como tal, para quê pensar de mais, ou se segue em frente, com o caminho já traçado, ou então, arriscamos e voltamos ao principio refazendo-o com sabedoria e alegria, talvez determinando melhor os objectivos que se querem alcançar.
Para muitos é fácil desistir à primeira desavença, à primeira dúvida, ao primeiro fracasso, para outros, nada os derruba em relação aos seus objectivos e ao que pretendem como prioridade. Sermos felizes, depende mais de nós do que dos outros, mas é sempre nos outros que encontramos o bode expiatório dos nossos insucessos.
Quando objectivamos o que queremos, devemos confiar no nosso juízo e motivações, procurar encontrar o que nos faz falta para completar a nossa finalidade. O êxito depende da dedicação e intensidade com que nos devotamos a defender o que pretendemos e não de quem coloca obstáculos ao nosso sucesso.


dc
 

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

OPINIÕES



A cartomante
disse desista
O psicologo
disse porque insiste
O senhorio
disse con’domínio
O merceeiro
disse fia-se
O vizinho
disse tenha juízo
O amigo
disse é teu o prejuízo

todos disseram
nada acrescentaram
ou fizeram
para ajudar
ou melhorar
assim ele disse:
não desisto,
insisto
com domínio
e fio-me
tomarei
uma decisão
sem prejuízo
pelo meu juízo.

gosto de ti
com mais ou menos
juízo. Disse



dc




quarta-feira, 27 de setembro de 2017

D'verdade



Todos temos uma verdade,
tantas vezes percebida
como se de gente sem juízo.
Tantas vezes é a saudade sentida
a mentir com um sorriso.

A verdade é relativa 
dura o tempo de confirmação,
até ser absoluta demora um tempão.

Temos as nossas verdades,
desconhecidas dos outros,
como só nós as sentimos
nos julgam como loucos.

Na verdade..
muito depende de confirmação,
se não, é somente uma ilusão,
uma verdade relativa
em absoluta suspensão.


dc