quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Eu amo-te




Comecei o dia ver um vídeo, de um psicólogo brasileiro, em que o individuo dizia, que as pessoas temiam dizer: “eu te amo”, e que ao não fazê-lo perdiam uma oportunidade única das suas vidas.
Eu não fui educado a dizer eu amo-te, talvez por ser de outra geração, usávamos mais o “eu gosto de ti” ou, “gosto muito de ti”, a palavra eu amo-te, era mais utilizada entre casais apaixonados, e quase sempre, mais na intimidade. Não sei se era bom ou mau que fosse assim. Na verdade, na minha opinião, quando se utiliza com vulgaridade a palavra “eu te amo” ou “amor”, sinto que ela perde a força e o valor que ela tinha, quando usada somente com um número restrito de pessoas, que efectivamente mereciam essa diferenciação. A palavra amor tem uma conotação forte com a permanência desse sentimento em nós e nos outros, mesmo quando ele sofre desencantos. Importante, não é propriamente descobrir essa diferença, entre usarmos um modo ou outro, mas sim que nos habituemos a dizer às pessoas, o que sentimos, sem receios. Se as amamos ou gostamos delas, não devemos adiar expressar esse sentimento pelo outro, Não só porque é importante para nós, mas muito mais para o outro que se empolga, se alegra e se sente feliz, comprometido com esse amor.

dc
 

domingo, 26 de novembro de 2017

Já cuidei da flor



Já cuidei da flor
Já a reguei
Já a cheirei
Já me animou
Já me alegrou

Se ao tempo
Não resistiu
Não foi o amor
Que lhe faltou
Foi a natureza
Que não a poupou

dc



sábado, 25 de novembro de 2017

Este caminho de amar



Beijo teus lábios
Sinto húmida a tua boca
A língua serpenteando
Na minha como louca

Neste beijo insurrecto
Minha boca desce devagar
Até ao peito erecto
Onde me sinto navegar

Sinto a pele a arrepiar

Sinto e sem me apressar
Terá de ser com jeito
Este caminho de amar

Num amor feito a preceito
É imperioso tudo beijar
Não há lugar secreto
Que não se possa encantar

dc


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

DESAFIO




Ela estava ali desafiadora, provocando-o, pondo à prova as suas capacidades. O silêncio em volta era tentador para avançar. Aparentemente estávamos sós, podia estar à vontade e aceitar o desafio sem rodeios. Ele sentia-se meio temeroso. Se em tempos o fez com duas e sem hesitações, porque não agora só com uma? A idade, um pouco de peso a mais, faziam-no temer o seu desempenho. É certo que cuidava do seu corpo diariamente e sentia-se bem. Não parecia haver, razões, para que objectivo não fosse atingido com sucesso. Hesitava na necessidade de preliminares, para fazer o sangue afluir às partes do corpo que seriam submetidas à tensão. Aproximou-se devagar, encarou-a de frente, depois, olhando bem para cima, avaliou de si, avançou de mãos estendidas até sentir o seu contacto nas palmas da mão. Agarrou-a à bruta, com as mãos bem firmes, começando a envolvê-la fortemente, enquanto ouvia na sua mente os incentivos: tu és capaz, solta a cinta, eleva as pernas, ginga o corpo com vontade, força, vai, vai. Era como se uma força interior enorme o comandasse, enquanto ela se deixava submeter. De repente sem quase se aperceber o clímax aconteceu. Sentia-se no topo do mundo. Não sabe como, de repente libertou-se, soltou-a e sentiu-se a aterrar, mãos quentes como nunca, o corpo esparramado, ofegante com o sabor a vitória. A vida. A vida, tem de ser subida a pulso, nada nos é dado, pelo menos para todos aqueles que não nascem num berço de ouro. Ele, ali naquele ginásio, subindo aquela corda, sentira-se um campeão vencendo o desafio a que submetera o seu corpo e vontade.dc



domingo, 19 de novembro de 2017

E...se pudéssemos



E.. se pudéssemos repetir o caminhar, de mão dada, pela cidade, debaixo do mesmo guarda-chuva aconchegados pelo amor?
E.. se pudéssemos, lavar as mágoas, com as lágrimas e a chuva, deixando fluir o que nos une nesse caminhar tão doce?
E.. se pudéssemos deixar para trás os tempos mais difíceis, de arrufos carregados de frio, folhas secas, de “entretantos” desavindos?

E.. se pudéssemos agarrar esse tal algo, forte, que nos amarra, trazendo consigo sentimentos de diferentes intensidades e importância, mas que se conjugam e se transformam nessa força maior a que chamamos amor?

Ah.. se pudéssemos, desapareceria o futuro e viveríamos um presente contínuo.

dc