domingo, 27 de novembro de 2011

NO "CPF" EXPOSIÇÕES FOTOGRÁFICAS A NÃO PERDER

O fotografo Juantxu Rodriguez

Juantxu agarrado à sua máquina, depois de abatido a tiro


Foto de Juantxu
Hoje fui ao Centro Português de Fotografia, nas antigas instalações da "Cadeia da Relação" no Porto., para ver três exposições de fotógrafos de espanhóis. Gostei dos novos valores espanhóis com alguns destaques que não quero realçar, para não correr o risco de dizer disparates, pois as opções estéticas a cada um dizem respeito, goste-se ou não. O mesmo não direi das fotografias de Marín que abrangem um período que vai 1908-1940 e as de Juantxu Rodriguez que me deixaram impressionado. Este último, impressionou-me de tal modo que por momentos me perdi. O nome dado a exposição deste fotografo, é por si só, suficientemente explicativo "Fotografias que falam por si". De facto é só ir ver e esperar que as imagens falem convosco como o fizeram comigo.

Aconselho que veja os links abaixo indicados para conhecerem um pouco da vida deste artista/fotografo que morreu bem novo, pelo um tiro de um soldado EEUU, no Panamá

http://grandmonde.blogspot.com/2011/11/juantxu-rodriguez-no-centro-portugues.html
http://imagesvisions.blogspot.com/2011/05/o-fotografo-que-morreu-abracado-sua.html

http://www.elpais.com/articulo/internacional/RODRIGUEZ/_JUANTXO_/FOTOGRAFO/PANAMA/ESTADOS_UNIDOS/ESPANA/PANAMA/EL_PAIS/INVASION_DE_PANAMA_/20-12-1989/EL_PAIS_/_AGRESIONES/elpepiint/19891222elpepiint_8/Tes

sábado, 26 de novembro de 2011

FUI. PALAVRA CURTA DE SIGNIFICADO TÃO LONGO



Fui. Diz-se na linguagem dos jovens, significando, “já cá não estou”, “já estou noutra”. Nada mais enganador, quando se fala de sentimentos. Nessas alturas o, fui, disfarça a impotência em permanecer. Não é o fim das coisas que magoam, mas o muito que se poderia ter feito e aproveitado.

Todos os dias tropeçará no toque do telefone no amanhecer dos dias. Todos os dias ficará sem o som da voz que partiu, esperando resposta ao seu mandado.

Não sei se o sol conseguirá abrir a alma com o seu calor e luz, tornando os dias menos longos. Ele espera um pássaro do sul que traga as notícias do seu amor. Do amor que percorre a planície voando sobre as flores e sobe procurando o norte de sua vida.

Indeterminado o tempo do silêncio, para que decorra na sabedoria da vida a decisão de seu querer.

Não é virtual, o espaço que domina o amor deles. É mais uma linguagem de Braille, um lugar físico de toque e abraço, de palavras sonorizadas, com expressões de tonalidades várias. É algo forte saído de dentro, que se sente no ar que se absorve, na brisa que corre.

Calmamente sentado no tempo, entre espátulas, pincéis, espaços brancos, cores, formas e no seio de palavras enroladas na ponta da língua, ele espera as notícias que chegarão sem tempo determinado, mas que dirão se algum dia, mesmo que de forma remota, ele foi, ou será amado pelo aquele alguém cujo amor é há muito esperado.


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um Amor de Quadro. IX


A chuva caía sobre os seus corpos meios desnudos enquanto corriam alegremente. Brilham na noite com os reflexos das luzes.

Refugiam-se no espaço abastado do seu atelier. Na cama larga, despem o resto dos trapos que os cobrem. Beijam-se. Primeiro em pequenos toques leves, suaves, depois devagar a língua se insinua por entre os lábios, a respiração torna se agitada, a intensidade do seu contacto aumenta, enquanto mãos se buscam. O amor à largo tempo contido transfigura-os. Ela ansiosa pede-lhe que se faça sentir dentro dela. Um ligeiro murmúrio sai dos seus lábios e seu rosto se transforma, com o prazer de o possuir na sua totalidade. Corpos se agitam em dança incoerente, desenhando em pinceladas de sensualidade e erotismo o caminho do clímax.

Saciados, restam deitados, seus olhos brilham e um sorriso lhes ilumina a face. Os dedos dele caminham numa carícia de ternura desenhando-lhe os lábios e a mão vai-se emoldurando ao rosto. Lentamente as palavras se formam, frases melodiosas de amor se derretem nos ouvidos dela como notas de música dedilhadas num piano.


O tempo decorre denso como algodão. Lentamente ela se levanta e caminha nua, em contra-luz, na direcção da janela, o seu andar sensual deixa-o perdido na intensidade do momento que jamais esquecerá.


De repente ela roda sobre si própria expondo-se vulnerável ao seu olhar. A distância deixa-o aperceber-se da totalidade do seu corpo e instintivamente agarra no papel de desenho e no carvão começando a desenhar convulsivamente procurando fixar o momento. Não sabe o futuro, vive o presente fixando-o em linhas e esbatidos de carvão. Mesmo que parta, mesmo que faça doer, o registo fica eternamente marcado física e mentalmente sublinhado pelo cheiro do amor que permanece no espaço.


O dia surge no horizonte e o sol penetra agora o espaço, a meu lado desenha-se a forma do meu sonho, encostado na parede o quadro da minha realidade.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

NÃO ESPEREM POR VOS TOCAR A VÓS


 
Primeiro levaram os negros,
Mas não me importei com isso,
Eu não era negro.

Em seguida levaram alguns operários,
Mas não me importei com isso,
Eu também não era operário.

Depois prenderam os miseráveis,
Mas não me importei com isso,
Porque eu não sou miserável.

Depois agarraram uns desempregados,
Mas como tenho o meu emprego,
Também não me importei.

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.


Bertold Brecht (1898-1956)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

NÃO FALTAM RAZÕES PARA SE FAZER GREVE DIA 24NOV11




 Ao acederem ao link anexo, poderão ler como o governo tenta espoliar-nos de forma ilegal o 13ª mês. O governo tem consciência da ilegalidade, mas tenta habituar-nos à ideia.
Temos de nos impor na rua fazendo greve. Porque razão assinaremos um recibo, que nos apresentarem, se nele contar o desconto que o estado quer fazer ao subsídio? Porque razão devemos aceitar pagar o imposto como se recebessemos a sua totalidade do subsídio como denunciou a Associação Nacional de Sargentos?. TEMOS DE ESTAR ALERTA.


- Porque é que o corte dos subsídios de férias e de Natal é ilegal?
- O património das pessoas só pode ser objecto de incorporação no património do Estado por vias legais. E elas são o imposto, a nacionalização ou a expropriação. Não é possível ao Estado dizer: vou deixar de pagar a este meu servidor ou funcionário. O que o Estado está a fazer desta forma é a confiscar o crédito daquela pessoa. Por força de uma relação de emprego público, aquela pessoa tem um crédito em relação ao Estado, que é resultado do seu trabalho. Há aqui uma apropriação desse dinheiro, que configura um confisco: isso é ilegal e inconstitucional.
disse o magistrado António Martins ao Expresso
http://www.inverbis.net/juizes/estado-nao-tem-direito-pagar-uns-nao-outros.html
http://soundcloud.com/manpergo/ans-13mes

TEMOS DE DAR A RESPOSTA NA GREVE E NA RUA, O PONTAPÉ NA CRISE COMEÇA NO TRASEIRO DESSES SENHORES...

Mais do que uma história de um quadro- VIII

Pela madrugada dentro pintado, um nascer do sol. Em espatuladas de cor forte, viva marcante, se ia ele distraindo, evitando pensar. Era difícil, ele não fora com os outros, na sua tarefa. A greve dos pescadores, era muito importante, e era necessário mobilizar a população local, para actuar solidariamente com eles. Era necessário informar e esclarecer os motivos da sua luta. Foi decidido que deveria ser colocados panfletos debaixo das portas, e distribuir os restantes por lugares estratégicos, para que no dia seguinte quando as pessoas se dirigissem aos seus empregos os encontrassem. Assim como fazer pichagens a favor da sua luta. Como seu irmão fora escolhido para a tarefa, não convinha que ele participasse, seria arriscado, por que ambos fossem presos nessa acção, ainda para mais sendo ele militar. Tentou que se alterasse a decisão mas não era possível, o risco seria grande. Perante tal, a única forma de passar o tempo até que soubesse como tudo tinha decorrido, seria pintando. Foi-se entretendo com os preparativos, até que seus pais se deitassem. As horas de angústia duplicaram na tensão da espera, e o quadro foi-se realizando entre sustos, enquanto o coração bombeava com intensidade, e qualquer ruído exterior era sinal de alarme e motivo de preocupação. Algo poderia correr mal. A pintura, um nascer de sol em terras algarvias, observado em manhãs de instrução militar, ia surgindo em cores fortes. Era um sol madrugador, ocupando o céu ainda azul escuro, com o seu clarão avermelhado. Todo o quadro era tensão de uma espera.   Hoje passados estes anos relembra, esses momentos e como eram dedicados a uma causa maior. Tinha sido executada uma das muitas acções clandestinas, que muito contribuíram, para que a liberdade e o 25 de Abril fosse uma realidade

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

ONDE É QUE NÓS ESTAMOS??

Engrenagem

Estou com grande dificuldade em perceber o país onde estou. Não porque tenha Alzhaimer, mas porque faço de conta, perante tanta borregada que anda para ai nos jornais. Então não querem lá saber, que o Isaltino, entra e sai, sai e entra, e não há quem o segure, a sua demonstração de machismo perante os tribunais é obra. Há tem quem diga, que ele ainda se arrisca a que os processos em causa caduquem. Parece o Zézé Camarinha, come-os a todos de cebolada, e com um descaramento que faz com que um assaltante de ourivesarias seja um santo.
Por falar em ourivesarias, o povo daí de uma terra qualquer há uns dias apanhou uns jovens ladrões e chegou-lhes a roupa ao pelo, mas logo veio um sr. Director de um jornal a alertar que se o povo começa a fazer isso, é perigoso, porque se pode tornar incontrolável. Oh, que chatice, será que os que são assaltados e levam tiro também pensam como este sr.? Acho que não, felizmente que aparecem pessoas que se insurgem. Ainda há uns tempos atrás, num shopping da cidade do Porto, um jovem foi espancado por uma série de jovens energúmenos, e as pessoas, com medo, pacificamente assistiam, será que isto é melhor?
Acho que a violência não é solução, mas não podemos deixar que a bandidagem se passeie pelas ruas desafiando as pessoas. Aumentem-se os policiamentos e o número de policias, não se lhes diminua aos salários, não lhes tirem as regalias justas a que têm direito, e não ponham na rua, no dia seguinte, os indivíduos, que eles em missão detiveram em flagrante, ele perdeu por vezes a sua folga para estar presente no tribunal. Se necessário ponham as companhias militares de comandos, ou fuzileiros, na rua, eles estão nos quartéis a olhar para o tecto.
Se não nos garantem a segurança, vamos ficar pacificamente a ver as pessoas a serem espancadas, e os culpados no dia seguinte saírem à espera de julgamento? Que nos sugerem???
Todos sabemos que a insegurança gera conflitos e preocupações na sociedade, permitindo aos governos produzirem leis mais duras que cortam as liberdades individuais e põem-nos a todos a desconfiar uns dos outros enquanto eles tratam de nos ir amordaçando e tirando direitos.
“CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reacção no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.” Noan Chomsky