sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

HÁ DIAS ASSIM..

Há dias assim, em que ao menor descuido as lágrimas saltam-nos dos olhos. Tudo o que nos envolve, alimenta lágrimas e emoções.

Há dias, em que a brisa disfarça esse mar rasgado, que humedece o rosto e em que só o olhar a natureza, o brilho do sol, nos deixam um estertor comovido.

Há dias, em que a angústia nos nasce no peito e não sabemos como

Há dias assim, em que o simples sorriso de uma criança nos comove, nos trás outros risos, cheiros, semelhanças e infindas memórias.

Há dias, que a notícia de um medalhado olímpico, torna pungente o nacionalismo e nos comove como se ele fosse um povo inteiro.

Há olhos, em dias assim. Pedaços de alma, que não nos saem da memória, tiram-nos perspectiva, espaço de vida e fazendo-nos ruir por dentro.

Há dias assim, em que as dores, de todos os amores e desamores, rompem pelos olhos, são gelo da alma, esmagam-nos o peito, e deixam na mente interrogações sobre os seus porquês.

Há olhos de crianças, de abstracta tristeza, desproporcionados, pendurados num rosto e num corpo que não vemos, consumido pela fome. Olhos sem censura, porque não sabem a razão da crueldade dos homens.

Há os olhos dos sem-abrigo, que desenham dores, nos marcam a pele, fazendo-nos esquecer as curvas do rosto, o cheiro infecto, o corpo de farrapos e nos transportam para lá do absurdo.

Há dias assim, governos e senhores abastados, passeiam indiferentes no caviar, nos banhos de champanhe, no glamour. Santificando, ou purificando consciências, nas domingueiras missas, de um qualquer igreja de condomínio fechado; não vá o diabo tecê-las.

Sim. Há dias assim, que passamos transversais, ao que ocorre e decorre ante os nossos olhos, tentando fugir das lágrimas que nos nascem no canto do olho.

Há dias, em que a amizade não chega, mesmo que nos ouça, mesmo que seja ombro, mesmo que seja abraço. Só o silêncio é nosso refúgio.

Há dias assim, em que o poeta escreve versos de rima transparente com canetas de tinta das lágrimas.

E porque há dias assim, não devíamos tomar decisões, fazer promessas, dar conselhos, ou ralhar. É imperioso fazer cama no silêncio.

Nos dias assim, procuremos um espaço límpido, talvez verdura, talvez mar, talvez chão e libertemos esse caudal do espelho da alma. Que o seu rio corra, que encontre mares e se dilua.

Nos dias assim, façamos o rejuvenescimento da vida, encontremo-nos e depois...... tudo o que dantes fugíamos voltaremos a enfrentar de olhos límpidos e soberana coragem.










BRUTALIDADE NO PAQUISTÃO


 
Cerca das 02.30 da manhã , liguei a televisão para ver algo que ajudasse a que o sono chegasse. As imagens televisivas, que se me deparam fazem-me estremecer de terror e tristeza e tiram-me definitivamente o sono. Mulheres árabes e crianças, com rostos estropiados, pela brutalidade de pessoas, por crenças religiosas, princípios absurdos, ou por rejeitarem algum pretendente. Estes actos são cometidos, na maioria dos casos, por homens com H minúsculo.

Mulheres e crianças, tiveram de passar rejeição, que em alguns casos procuraram o suicido, como solução para porem fim ao seu sofrimentos, que lutam pela sua dignidade e que ganham novamente coragem para viver. Aquelas dondocas, que vulgarmente gastam fortunas para fazerem plásticas, por causa de uma ligeira rugazinha, que perdem horas em frente ao espelho, e que se aperaltam todos dias, coitadinhas para andarem todas lindinhas, quantas vezes com um cérebro cheia de caca. Talvez ao ver o vídeo, percebam de facto o que é mais importante, para que se sintam dignas, como mulheres.


Filme: Feito por Milt Alverez www.planetblue.com,
Depilex Smileagain Foundation é uma organização sem fins lucrativos para ajudar as mulheres e crianças que foram queimadas intencionalmente por ácido ou querosene. www.depilexsmileagain.co



http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/435/artigo119685-2.htm

QUANDO PERDEMOS...


Quando o orgulho é mais do que a razão
Quando a resposta não chega depois de perguntada
Quando choramos com medo de perder, e nada fazemos para ganhar
Quando o amor é só uma palavra simulada

Perdemos a razão e a verdade não é revelada
Perdemos a pergunta e o tempo da resposta
Perdemos e choramos pelo que podíamos ganhar
Perdemos a partilha e ficamos com a palavra simulada

Por isso

Coloca o sentimento e inteligência ao serviço do coração
Coloca a verdade na resposta à pergunta perguntada
Coloca a determinação, sem medo de perderes, na luta para ganhares
Coloca o amor na partilha e deixa de simular com a palavra
A mandala personalizada é um instrumento para desenvolvimento pessoal e ampliação da consciência. Ela irá trabalhar aspectos da personalidade que necessitam ser clareados ou fortalecidos: como medo, ansiedade, relaxamento psicofísico, centramento, enraizamento, atenção e concentração.
http://www.mundodasmandalas.com/site/Artigos/Visualizar?ID_ARTIGO=404d032e-d8ff-4906-bda7-12215420b6af

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O DIREITO A....


Sem ser pretensioso, pretendo trazer à liça este tema, por saber, que há pessoas arrogantes, ou malcriadas, para com os outros, que passam incólumes de levarem o respectivo correctivo, seja por medo, ou incapacidade, daqueles a quem ofendem, em dar a resposta adequada. Pode ser interessante, para essas pessoas, saberem que outros pensaram sobre o assunto, e encontraram respostas.
 
No seu livro “Não Obrigado”, Walter Riso, ao falar sobre a assertividade, após a recolha de várias fontes, inúmera estes direitos “universais assertivos”, conforme em baixo seguem.


QUANTOS DIREITOS HÁ

1. O direito a ser tratado com dignidade e respeito
2. O direito a experimentar e exprimir sentimentos
3. O direito a ter e exprimir opiniões e crenças
4. O direito a decidir o que fazer com o meu próprio tempo, corpo e propriedade
5. O direito a mudar de opinião
6. O direito a decidir sem pressões
7. O direito a cometer erros e a ser responsável por eles
8. O direito a ser independente
9. O direito a pedir informação
10. O direito a ser ouvido e levado a sério
11. O direito a ter êxito e a fracassar
12. O direito a estar só
13. O direito a estar contente
14. O direito a não ser lógico
15. O direito a dizer eu “Não sei”
16 O direito a fazer qualquer coisa sem violar os direitos dos outros
17. O direito de não ser assertivo

.... é uma lista móvel e autocorrectiva. Perserverar na tarefa dos rever e estudar dá-nos a possibilidade de aprender a detectar os mais importantes. A vida encarregar-se-á de nos dizer os que estão a mais e os que não estão.

Os direitos não podem desligar-se dos deveres

É bom ter presente que cada direito arrasta a sua contrapartida. Assim como a moeda de duas faces, cada um deles traz impressa uma obrigação , ou seja, os temidos e bem ponderados deveres.

Voltaire, no seu Tratado de Intolerância expressa-se deste modo:
“O direito humano não pode fundamentar-se em nenhum outro caso para alem do direito da natureza e do grande princípio universal de um e de outro, que existe em toda terra: Não faças aquilo que não queres que te façam a ti”.

Clarisse Lispector


O que eu sinto, eu não ajo. O que ajo, não penso. O que penso, não sinto. Do que sei, sou ignorante. Do que sinto, não ignoro. Não me entendo e ajo como se me entendesse

Sentei-me no regaço do tempo


Sentei-me no regaço do tempo,
esperando de coração aberto
Que chegasses a qualquer momento
e de mim ficasses bem perto 
Nenhuma nuvem no céu, só um sol pleno
Num nascer do dia de amor forte sereno
Vivemos intensamente cada dia para que tudo florescesse
E num futuro mais próximo o amor crescesse
Não sei o que mais perturba, se o prazer teu
Ou nunca saber como tudo aconteceu.

Seremos capazes de certo de amar em céu aberto
De dormir nas dunas do deserto
E descobrir cada dia que meu o mundo é também o teu
Beijar-te-ei do fim do dia até ao amanhecer,
Percorrendo todos os recantos onde o amor te faz estremecer

Sentirás a cabeça perdida e o silêncio de cada espera
Como uma linda manhã em plena primavera
Sofrerás algumas tristezas, dias menos felizes
Agora com pequeno matizes
De um colorido maior que te enriquece
Por saberes minha flor que o amor prevalece






 

SOLICÃO.Porque há solidões de cão

A solidão, é algo que atravessa a vida de todas as pessoas.

Solidão palavra tão curta, de tremendo peso e dimensão.

Existem várias formas de sentir a solidão. Solidão do ser humano para com os outros. Solidão acompanhado, solidão consigo próprio, solidão entre quatro paredes, solidão no meio das multidões. São estas, algumas, das várias formas solidão. De forma inconsciente essa "besta", a solidão, se apodera lentamente, se aproxima sem que sinta, de pezinhos de lã, como quem não quer a coisa. Solidão imensa, de choro e lágrimas percebida muitas vezes tardiamente, ou irremediavelmente sentida, no decorrer dos dias.
Há também a solidão de um país marginal, porque pobre, porque outrora rico e agora esgotado pelos que o exploraram.
Há a solidão do nosso próprio país que nos marginaliza e os deixa morrer na enxerga.
Há a solidão dos pais idosos, de quem os filhos se esqueceram, num qualquer lar para a Terceira Idade, ou que os deixam fenecer lentamente de abandono e tristeza.
Há a solidão dos que perderam os pais, os filhos, em actos de guerra ou de guerrilha, que não entendem a não ser o próprio silêncio, e que por vezes se transformam em detonadores de ruídos, quando de bombas na cinta se fazem explodir, fechando o circulo de morte para onde foram atirados.
A solidão já não tem idade, ela atinge as crianças do Darfour, do Iraque, do Afeganistão, a da Nigéria, e no mundo suburbano das crianças das cidades, onde algumas, atiradas para a rua, se deixam morrer de inanição.

Há a solidão como opção, porque estar só não implica sentir-se só, é um modo de estar. Há quem goste, de ouvir os seus silêncios, enquanto espera os ruídos da outra alma que aparece. Por vezes, a solidão alimenta o prazer da companhia que surge e os abraça, preenchendo espaços ilimitados da vida.

Às vezes, a solidão também é um gesto de amor, que mantém vivas as emoções, que nos fazem gozar o prazer único de reviver olhando o mar, ou sentindo o cheiro da flor que amou.

A solidão não devia existir para quem não a quer, ou procurou. A solidão, nesta era da comunicação, da chamada mundialização, ou globalização, não devia ser uma “companhia” para tantas pessoas.


Imensos são os cavaleiros andantes, rainhas do sonho, procurando em blogs e sites de encontro, a esperança de matar o ócio não procurado e o isolamento. Tentam desfazer essa solidão, caminhando no silêncio do seu espaço físico, ou teclando fervorosamente. É necessário acordar. Diariamente circulam de perto com outros, que como eles solitários, esperam um sorriso, um só sorriso, para quebrar o gelo e dizerem “olá eu também estou aqui”. Cerram o seu espaço, fecham a porta ao olhar que se lhes dirige, ao sorriso, às palavras de circunstância, com o medo de algo, de não se sabe o quê. Falar, sorrir, não é entregar a alma ao diabo, é comunicar. Não com um monitor de qualquer computador, mas com seres humanos, gente que sente que vive, que sonha, que, como eles, quer ter a solidão que escolheu e não a que a sociedade fomenta, ou destina.


Porque não, quando saem à rua, olharem com prazer para quem querem, e sorrindo sem medo ou censura? Porque não enfrentarem, aqueles olhos bonitos e profundos? Porque não apreciar a curva dos lábios que lhe sorriem, e lhe verem a alma? Por quê tanta reserva de serem humanos, vivos, presentes, trocando o teclado de frases desconhecidas, na maioria das vezes desligadas do cheiro da pele, da luz que brilha nos olhos e da própria realidade?


Sim, é necessário reflectir, sem medo de descobrirem, o que dentro deles existe. Se for mau, têm tempo para corrigir, se for bom, têm tempo para aplicar e VIVER.


Escolher a comunicação net, como lugar privilegiado de comunicação é procurar um maior isolamento, e aceitarem irremediavelmente essa condição. Passam horas respondendo superficialmente a tudo e nada, a mastigar frases e palavras truncadas, tantas vezes alimento de discursos sem sentido. Para quê, se o silêncio da solidão não morre?


Saiam, vão ao cinema, à biblioteca e pelo caminho, pisquem olhos, vejam pessoas, espaços, jardins, sorrisos numa feliz loucura de estarem vivos. Arregacem as mangas à vida. E por favor sejam felizes.




quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

QUE MAIS SE PODE DIZER


No jornalismo ou em qualquer área profissional, social, ou pessoal tem todo o sentido:
"Possuímos a incrível virtude de reagir para lá da biologia e de nos enfurecermos quando os nosso códigos éticos se vêem agredidos. À cólera perante a injustiça chama-se indignação."
"A defesa da identidade pessoal é um processo natural e saudável."

Walter Riso – Não Obrigado