quarta-feira, 22 de maio de 2013

O VERMELHO




.... simboliza tanta coisa na cabeça das gentes, que é difícil explicar o que vai nas suas mentes quando com aquela cor se deparam. Tudo depende de quem da cor faz leitura, se da terra de onde vem, se das simbologias que sustem, ou de aprendizagem do seu uso.

É uma cor que ilustra lindas flores da natureza, e no ser humano é manto de grandeza, vejam-se papas, e outras figuras que no vermelho dignificam seu lugar, como em confrarias, e outras honrarias, até em casamentos em outros lugares. É uma cor com vários perigos que se misturam.

Vermelho cor de sangue, perigo, fogo, chama, energia, revolta, papoula, paixão e loucura de amor.


Por muito que digam que o azul é sangue real, no vermelho está a vida para o bem ou para o mal.


DC

terça-feira, 21 de maio de 2013

LÁ no FUNDO





Lá no fundo
bem sós
maior do que o mundo
existe um nós

Nem sempre na vida, como nas artes
A soma de dois mais dois são quatro
O belo é maior que a soma das partes

DC

domingo, 19 de maio de 2013

No meio dAS Palavras



No meio das palavras, sempre surge o teu nome e o teu rosto.

Os olhos estão lá, a boca com os lábios cheios, o cabelo dourado esvoaçando com a brisa, das marés do mesmo mar que observas. Toda serena, confiante, acreditando que existe um futuro, neste presente.

Ainda bem que existem as palavras, que me falam de ti, quando não estás presente, relembrando-me os teus beijos confundidos com os meus.

As palavras em letras e forma, dizem fazes-me falta, amor, beijo, prazer, saudade, desejo, vontade, verdade, sonho, realidade, flor.

São elas palavras entremeadas de pontos e virgulas, interrogações e afirmações, com seus verbos e substantivos, que me desenham teus desejos, que se me aconchegam nos pensamentos.


DC

sábado, 18 de maio de 2013

HISTÓRIA DE UM QUADRO IX



Pintara um quadro com uma estrelícia há já alguns dias. Muito figurativo, e muito pormenorizada, queria testar capacidades, voltando aos primórdios académicos, em que pintava com o modelo à minha frente. Não desgostei do que fizera, mas sentia-me insatisfeito, amarrara-me demasiado à preocupação de que fosse quase fotográfico. Levou pequenos toques, artificiais para que o “está tal e qual” dos observadores, não se verificasse. As vibrações foram fracas.

Na prática precisava de “borrar”, ter o prazer de sobrepor tinta sobre tinta, pincelando, mexendo nas formas, engrossando traços deformando o desenho, procurando, sugerindo, compondo o espaço e cor. Assim fiz, pintando novamente uma outra “estrelícia”, deliciando-me, sugerindo mais do que copiando, longe da perfeição, do “parecido” com a realidade, para encontrar outros efeitos mais vivos, mais de dentro de mim próprio. O resultado foi o que aqui se vê. Como uma criança “brinquei”, não às casinhas, mas às pinturinhas e diverti-me bastante.


DC

CLARO E ESCURO






Está escuro, não vejo bem se a verdade é mentira, ou se a mentira tem verdade.

Uma coisa eu sei está escuro, e não vejo mais do que aquilo que sei.

Na verdade o pouco que sei me contaram e do pouco que me contaram, contaram o que não verifiquei.

Sei, isso sim que estava muito escuro, e o silêncio de uma só voz.
Estranho ruído se não estamos sós.

O tempo decorreu, sem preocupação, porque aquilo que eu sei é o que diz o coração.

O escuro fica claro, se na verdade, mudar o ponto de vista.


quinta-feira, 16 de maio de 2013

SENTI....



... o aroma do teu perfume no ar.
Sentei-me no velho sofá, olhando sem ver, e deixei que o resto fosse memória e imaginação
.

DC

quarta-feira, 15 de maio de 2013

SIM....



Sim "repara bem no que não digo", no meu silêncio, na minha não resposta, ou pelo contrário no meu fraseado desconexo, falando pelos cotovelos sem nada sair que seja entendível, só para que não exista silêncio, para que pareça um diálogo.

Não falar, não significa ausência de pensamento, assim como falar não significa que o que se diz tem validade, ou é recebido sem o eco da indiferença.

Tem momentos que não dizendo, deixamos à dedução do outro, nas entrelinhas, nas pausas, no gesto de enfado, o que se não disse. Passamos-lhe a batata quente, de ele decidir se deve perguntar, se deve dizer, se deve calar-se, ou se deve aproveitar, para também ele, analisar o porquê de tal silêncio, ou de tais palavras que não foram ditas.

Nem sempre estamos atentos ao que se não disse, razão do nosso espanto quando confrontados com a realidade. Tudo nos parece mais cru mais frio, mais doloroso.

Devemos ficar atentos aos espaços em branco das palavras não ditas. Preenchidos com as palavras certas, saberemos muito mais do que aquilo que nos deram a conhecer.

Por vezes, até o silêncio é de ouro e diz muito mais do que as palavras que se soltam pela boca.

DC