É possível que sorriam se disser que andei a procurar macaquinhos no sótão, mas têm de acreditar que seria pior, dizer que andei a procurar crocodilos, estes precisam de água e no sótão não sobreviveriam, É verdade, procurei os bichinhos durante horas para ver se encontrava a razão de eles me encherem o sótão com as suas macacadas. Tenho certeza que são eles que fazem os filmes que me aparecem no sótão, Suspeito quem seja o realizador de tal aventura, quais os figurantes, e as várias estrelas principais. Algumas delas com muita sabedoria, outras com figuras a condizer, com o melhor que há as estrelas de cinema, Cinema de Macacos. Como por exemplo o Macaco Selva e O Macaco Poelho.
Os primatas são os antepassados desta nova geração, por sinal, bem menos peluda, e muito mais actualizada. Os “novos macacos” governam os macacos da raça humanóide que se afiguram seres pensantes, com sensibilidade e inteligência evoluída, quando ouço isto, ou leio, até costumo dizer “é o fim da macacada”. Sim “é o fim da macacada”, porque afinal tem-se verificado não terem sensibilidade nenhuma, são egoístas, e a inteligência deles é permanentemente usada para se lixarem uns aos outros, o que de facto não abona a seu favor como seres superiores.
Procurava encontrar no sótão, as razões das macacadas, que nos dias de hoje se desenrolam nas diferentes sociedades, e como os diferentes macacos vivem no meio desta macacada toda. Algumas razões encontrei, Hoje em dia é difícil falar e conversar, ou sequer espetar o dedo e dizer o nome dos macacos responsáveis sobre a macacada que gere a sociedade da Macacada Humana pois corre-se o risco de ir preso, ou ir para o Jardim Zoológico pentear macacos, com a agravante de os macacos residentes, que já lá estão há uns bons anos, se sintam incomodados pela presença de macacos humanos que foram à depilação e aparecem com cheiros estranhos. Alguns até, chamados de metrosexuais, que são um tipo de macacos, ainda menos peludos que os outros, a cheirar a água de rosas.
Os macacos que gerem a sociedade dos macacos humanos, não permitem que nós os acusemos de serem uns Macacos, quando abusam do paradigma, para nos fazerem repetir as mesmas asneiras que se fazem ao longo de centenas de anos, obedecendo a um qualquer macaco.
Havia toda razão em procurar macacos no sótão, pois custa acreditar que alguns macacos considerados fiéis à maioria da macacada, quando se encontram senhores da árvore ou da plantação das bananas, fazem de um país à beira mar plantado a República das Bananas, o que para mim, que procurei horas a fio macacos no sótão volte repetir que “Isto é o fim da macacada” e pensar que temos de inverter as coisas mandando os chefes da macacada, para o Tarrafal, isto é se os Tarrafelenses os aceitarem, pois lembrando-se das suas macacadas colonizadoras talvez não gostem muito.
O sótão continua com algumas macacadas a incomodar, mas começa a aparecer um ruído de fundo que talvez ponha em sentido os Macacos que mandam, Até lá, para me não distrair com o que aí vem, fechei o sotão para obras. Ainda pensei em alugá-lo, mas não quero prejudicar ninguém.
DC
domingo, 14 de julho de 2013
É O FIM DA MACACADA
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quinta-feira, 11 de julho de 2013
Continuando...na SALA DE VISITAS....Serralves
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Fotos:Diamantino Carvalho
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Sala de Visitas da CIdade
Aqui, caminhando por entre a frescura das árvores, fui elaborando sonhos, sentindo o perfume das plantas e a alegria do sol brincando com as sombras.
Jardins de Serralves, para além da riqueza do seu Museu de Arte Moderna, é um lugar de memórias e conforto sereno dos sentidos.
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Foto: Diamantino Carvalho-Serralves
terça-feira, 9 de julho de 2013
ENIGMA
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma
Anónimo
Momentos de felicidade, são como as pausas na tortura feitas pelo torturador, Cada intervalo é um momento único.
DC
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sábado, 6 de julho de 2013
Ao FRANCISCO
O teu pai colocou-te um diminutivo que eu não ligo, para mim és o Francisco nome de homem, os nomes abreviados são mimalhice que eu não aprecio. O mimo está na forma como nós gostamos e intensidade que colocamos nesse gostar.
Sabes uma coisa pequenote, não encontro as palavras certas para te falar, mas vou tentar deixar um registo do que eu penso.
Hoje depois de observar o teu rosto e a forma afincada com que rabiscavas no papel, achei que tinha chegado a altura de escrever, e te dizer que embora não convivendo tão perto contigo, como seria meu desejo, GOSTO mesmo de ti, Não por seres criança, eu adoro crianças, mas por seres quem és e como és.
Levei-te em ombros passeando na beirada do rio Douro, enquanto conversava com teu pai, passeamos uma outra vez no jardim, brincando e sorrindo, Uma ou outra vez em momentos de família onde todos te querem prodigalizar com o seu gostar.
De algum modo, quando te vejo, relembro, como tu hoje és mimado pelo teu pai, também ele sobrinho, que foi muito mimado por tios e avós.
Olho para ti miúdo e sinto a ternura a encher-me o peito, nesse calor da tua inocência, com esses teus cabelitos encaracolados, a serenidade que emanas e que espero nunca percas, porque não são marca da tua família de origem, mas que a ti fica tão bem.
Vejo-te meu sobrinho neto, não na partilha física assídua, mas como um fã que te segue nas mensagens do “Dário de um Pai em Construção” e rouba as fotografias para sua colecção privada.
Sabes puto adoro-te, és de facto um “neto”, a quem apetece dizer presente aconchegando, abraçando, agarrando o teu sorriso, No encorrilhar da testa de estranheza, e na forma calma, repito calma com que encaras tudo o que à tua volta se desenrola, como se a vida, que do exterior chega à tua mente, estivesse registada no teu ADN, e acima de tudo porque o teu sorriso tem a dimensão do mundo.
DC
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Foto. Miguel/ DiamantinoCarvalho
MEUS DEDOS EM SEU CABELO ..
Gosta de tocar o seu cabelo com os dedos levemente como se afastasse a sombra, Um toque nos seus cabelos, depois... os dedos descem percorrendo a face, devagar como um cego querendo ver, sentir os contornos, trazendo-lhe a beleza à superfície dos dedos, Ele gosta de lhe tocar os lábios, sentir a respiração entrecortada, entre os lábios, ora num, ora noutro, enquanto a olha nos olhos, fundo nos olhos, lendo para além da cor, para além do brilho, olhos que mudam e respondem aos seus dedos, Ele deixa os dedos pousados nos lábios, sentido, Sentindo através deles o calor dos beijos por dar, Ele beija-lhe os lábios por entre os dedos, sentindo o sabor da sua boca, o seu hálito, o seu calor, Ele sente os lábios, como os seus dedos, desenhando a boca que beija, Sente a humidade da sua língua na ligeireza da abertura dos seus lábios e fica absorvendo o sabor, intenso a fruto maduro que são os seus lábios.
Os seus dedos, nos seus lábios, no seu cabelo, são o prelúdio, um astro’lábio’ de navegação, na certeza de encontrar destino, de encontrar o sentido da vida, Amantes que não se deixam morrer, alimentando os seus próprios silêncios com o ruído das vozes na memória, sempre presentes, mesmo quando distantes, mesmo quando perdidos pelo desconhecido que se lhes atravessa.
Amam-se por inteiro, com os dedos da mão no sabor dos lábios, no forte enlace de seus braços agarrando os seus corpos, Amam-se construindo-se, no olhar profundo em que se revêem, Unidos, amantes, conhecedores desse sentimento que se entranha sem julgamentos, sem dúvidas, mantendo-os intactos. Sentem-se através dos olhos, aqueles seus olhos, que são mais do que olhos, que brilham, que iluminam, o firmamento das emoções, Olhos que mudam com a cor do amor, cor que assumem quando toca os seus cabelos e desliza a sua mão pelo seu rosto. Sente-a na espuma dos dias. Não é uma amor inventado de um romance, nem a história de um filme de namorados na matiné de um domingo. São dois viventes de emoções, emoções no toque da pele, na pele com pele, na carne, na moldura do corpo.
Tocar seus lábios na vibração do soletrar palavras, enriquecidas do calor da sua voz, indo mais fundo, gravando, palavras que se gravam dentro dele, ouvir o seu adoro-te o seu amo-te, e os dedos sentindo, quando a sua voz é urgência, é resposta recíproca de um sentimento de um outro amo-te pronunciado, Como se de um eco se tratasse, como se um grito se soltasse, e batesse na montanha do seu peito, Pousar os dedos no lábio inferior carnudo, saboroso onde gosta de roçar seus dentes e beijar o seu interior, sentindo-a todinha naquele pedacinho da sua boca.
Não interessa o que os outros sentem, ou pensam, importa o que ele sente quando a tem por perto e pode simplesmente acariciar seu cabelo, seus lábios e beija-la como sentindo-se derreter todo, por dentro, como um glaciar sobre o calor escaldante.
Olho-a pela última vez dentro de mim, em mim, sentindo-a em cada cabelo seu, em cada carícia dos meus dedos, Dedos que trazem o seu sabor, e ficam com a perenidade dos nossos sentimentos.
DC
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foto: A&M arts
sexta-feira, 5 de julho de 2013
A DIFERENÇA NÃO ESTÁ NA PEDRA
O distraído tropeçou nela.
O violento usou-a como um projéctil.
O empreendedor construiu com ela.
O agricultor cansado usou-a como assento.
Para as crianças era um brinquedo.
David matou Golias e
Michelangelo fez dela a mais bela escultura.
Em todos os casos,
A diferença não estava na pedra,
Mas no homem.
Não há nenhuma pedra em seu Caminho que não possa trazer para o seu próprio crescimento.
(Anônimo)
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