...todos os dias,
de paleta na mão,
em pinceladas de cor,
fazemos um mundo
de cores diferentes,...
senti no vermelho,
a raiva que emprestei;
a vontade de querer
mudar o mundo
no vermelho vi sangue
brotado dos inocentes
e senti calor
daqueles que lutam
todos os dias
cobrindo com sangue a vida,
vi vermelho,
naquele puto traquina,
de camisola vermelha,
vi vermelho
na fotografia de uma guerra,
vi vermelho nas unhas
daquela senhora,
que do café,
vomitava um ar pouco
convincente,
de mulher fatal,
pintei o céu,
numa pincelada de azul,
acalmei as ondas
quando lhes falei
baixinho,
e, lhes emprestei um pouco
de azul,
acalmei os ânimos
da guerra
num esforço desmedido,
quando
esgotei o último
tubo de azul,
acordei,
vontade forte de acordar
o mundo,
vesti umas calças amarelas,
adornei-me com um lenço amarelo
e ri todo o dia!
fingi esquecer
as incertezas do dia,
colhi o amarelo
dos campos,
preveni-me nos semáforos,
espicacei sentimentos,
feri sensibilidades, ...
na noite,
no preto da noite,
abafam-se as vozes roucas,
no preto da noite
falam os amantes
as vozes caladas pelo dia,
preto
é o silêncio
calado,
de muitas cores
juntamos o mundo,
de verde os campos,
de azul o céu e o mar (às vezes),
de vermelho a dor,
a raiva,
de castanho a terra
que é forte,
de branco, o vazio,
de preto a intriga,
de violeta a paixão
de.....,
no branco
escrevemos as palavras bonitas
no branco
escrevemos poemas calados,
porque ninguém nos ouve...
RMT
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Um MUNDO de CORES Diferentes...
Etiquetas:
Foto:Diamantino Carvalho
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
LIBERTAM-SE SIM
Libertam-se fogem lentamente através das grades, não se retém pelo que delas querem fazer, Querem ser mais do que o jardim de um qualquer personagem, Elas sabem que todo o mundo tem direito a vê-las e observá-las, sem que se percam daquilo que são, O seu mundo não se confina ao ser e existir vão mais além, das questões terrenas, Elas transportam emoções cor e luz para com as outras almas que circulam, nesse seu outro espaço de vida. Elas sabem que lhes tentaram determinaram o destino ao longo de séculos, submetendo-as, Hoje isso já não tem razão de existir, e, muito menos, aceitar que as violentem, naquilo que chamam intimidade, Já soltaram as grilhetas, e não chega o branco com que as embrulham, nem a evocação aos deuses num aro metálico de ouro coberto.
Flor não é macho, é uma desígnio de mulher.
DC
Etiquetas:
Foto: Diamantino Carvalho
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Horas consecutivas...
..... de imagens, vozes, alegrias, angústias, ilusões, Arrepio-me com o mar a crescer em ondas desmesuradas, de repente tudo muda, Estou boiando no mar calmo, olhos no areal onde me bronzeio, mulheres bonitas que se exibem... Acontece o desastre com os corpos e os feridos espalhados pelo asfalto... Altera-se o tempo e o espaço.. viajo de carro, de avião, de comboio, voo com asas que não possuo... O carro dispara..vai em grande velocidade, os travões não funcionam, carrego no pedal do travão e nada, faço ultrapassagens loucas, umas atrás das outras... O carro pára e tudo muda é a marcha atrás que entra e não me deixa parar, recuando abruptamente passando no meio dos carros, sinto suores frios, medo, terror, uma angústia a entrar nos ossos.. O precipício surge, caio num espiral sem fim, vou descendo e tudo se vai tornando indefinido, o coração e os pulmões ficam perto da boca, a pele cola-se nos ossos, os cabelos ficam espetados de horror... É um beijo de uma boca sem rosto, é um corpo sem desenho, uma emoção forte, sinto-me esvair num prazer intenso... A espada pesada em mãos que esbracejam cortando corpos, todos no castelo defendendo nas muralhas e invasão, pessoas fogem em todas as direcções... Na corrida que participo vou descalço, inesperadamente descalço, o que faço eu descalço numa maratona, 42km sempre a correr, descalço..não pode ser, os pés ficam em carne viva...ouço ruídos.., agito-me quero urinar, todos os locais, têm gente, os WCs ocupados, na rua passa gente, a bexiga aperta, todo eu em pânico, agito-me, Uma cotovelada forte nas costelas afasta o barulho, de um resfolgar intenso, fica-se pela serena respiração. As imagens regressam agora mais difusas, com sons à mistura, vozes, gritos, música vibrante, som alto...nevoeiro um apitar de sirene do barco forte, permanente, ensurdecedor... não quer parar..entre o nevoeiro distingo uns números, um relógio dou-lhe um palmada e o som desaparece...mergulho letárgico...
De alguns lembramos o princípio e o fim, outros não. Tem momentos bons em que gostaríamos que a realidade fosse aquela, Tem alturas que num abrir de olhos se perdem as referências do acontecido...
Boca a saber a papel de música, lavados os dentes com a água do comprimido a tomar em jejum, Sentado na sanita o pensamento voa para os confins da existência e para o recomeço das tarefas do dia.
Mais uma noite de sono agitado de sonhos e pesadelos, tinha terminado, começava o dia, outro pesadelo, O corre, corre da manhã, o banho, preparar as crianças, os transportes, levar as crianças, o beijo fugidio na boca franzida da mulher, O trabalho no emprego, cheio de momentos enrugados de sarilhos, salário apertado, contas a pagar no intervalo do parco almoço, e o fim de tarde a mesma rotina da manhã agora ao contrário....
Continuava sentado na sanita, momento sagrado de reflexão.. “ que merda, a felicidade é um pequeno arroto, no meio de dois pesadelos... “
DC
Etiquetas:
Foto: Diamantino Carvalho-CPF
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
...UMA PORTA SEM NOME
Dói expressar o que se sente
se não pensamos racionalmente
Dói a falta de coragem de falar
do muito que queremos partilhar
Somos uma porta sem nome
Somos uma casa sem janelas
Somos uns poetas perdidos
Sem metáforas e escondidos
Neste mar de incerteza
entre a alegria e a tristeza
Somos pássaros feridos
Perdidos do seu voar
DC
Etiquetas:
Foto:Diamantino Carvalho
sábado, 7 de setembro de 2013
MÚSICA tão ABSTRACTA tão TERRA
Vai entrando pelos ouvidos, na calada da noite, O violino, o violoncelo, o piano... tudo correndo como que de improviso, como se a nota de cada instrumento, se entrelaçasse formando um caudal de diferentes rios sonoros, que desaguam na foz que eu sou, Um caminho de estrelas e luas, um mar onde espraio o olhar e me prendo no seu ondular de tonalidades.
Música, tão abstracta e tão terra, Com ela o voar dos pássaros, o correr dos rios, a brisa no seu deslizar, os ventos no seu agitar o rumor da folhagem, É natureza e sua vida em seu movimento, É o sono de criança, é o cheiro do teu corpo, é o abraço de aconchego, És tu no meu leito a respirar, é o som do teu beijar, a carícia sobre a pele a latejar.
O piano dedilhado, sob dedos sábios, indica o caminho onde o sonho acontece, Eternamente repito, ouvindo e tornando a ouvir, como se quisesse chegar a um lugar chamado Infinito, num percurso palmilhado passo a passo.
Silêncio sonoro, soltando emoções em lagos, que se derramam em cataratas de espuma branca, aligeirando a alma e colocando as asas no meu voo.
DC
Beethoven - Silencio
http://youtu.be/39DNaNAMKAU
Etiquetas:
Foto: Diamantino Carvalho-ITAIPU
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Especulando O SILÊNCIO
Não sei, se, se apercebem como acontece o silêncio, Dizem que o silêncio é quando não se ouve ruído nenhum do exterior, mas não é verdade, Silêncio é quando dentro da nossa cabeça já nada se manifesta, isso sim é que é o silêncio.
Sentei-me no sofá em “silêncio” e continuava a ouvir um ruído de fundo nos ouvidos, Para fora existia o silêncio da noite, o mínimo ruído parece um trovão, Ouve-se um alfinete a cair no chão, ou as plantas a crescer, Eu sentia, ao concentrar-me nesse tal espaço sem ruído, que dentro, nos meus ouvidos, na minha cabeça, no meu cérebro continuava um barulho como uma fábrica de produção contínua, percepção esta que durante os outros espaços de tempo do dia, não sentia nem parecia funcionar.
Concentrei-me nesse silêncio que não era, esperando respostas, respostas que não podia ter, tal era o ruído que de forma ensurdecedora se apoderava da minha cabeça, Como uma fábrica com as máquinas a funcionar e as vozes de fundo dos operários. E pensava, ali no “silêncio”, “devem ser os neurónios a trabalharem, a dar ordens para os diferentes sítios do corpo do corpo. Deve ser difícil coordenar as diferentes tarefas, para as diferentes partes do corpo. - tu aí, deixa entrar o ar e sair...Ei oha estômago para de fazer barulho ainda há pouco tempo jantaste...coraçãozinho não abuses...lá pelos olhos te mostrarem coisas bonitas, estás proibido pelo médico de exageros...”, e por aí fora, Talvez o ruído seja mais o de um estádio de futebol com milhares de vozes. Para comandar este corpinho... muitas ordens têm de ser dadas.
Assim fui entrando na meditação, que não procurei, fechando os olhos e deixando correr o tempo, perdendo as razões do silêncio e especulação de tudo que tinha pensado, Talvez por isso me esquecia de dar boa noite, tinha medo de interromper as tarefas aos neurónios e acabar por criar uma confusão de mensagens propicias a uma circulação em estrada AVC.
Acordei de repente e meio estremunhado levantei-me do sofá, fui beber um copo de água à cozinha e fui para cama, onde fiquei a contar carneiros com o seu silêncio e as frases em balão mmmé mmmé mmmé.
DC
Etiquetas:
Foto:Diamantino Carvalho
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Sei porque sei..
Sei do teu incómodo
com o meu constante falar
e que precisas de mim
pela voz quebrando o teu silêncio
Sei que não me amas
mas precisas do meu amar
quando me olhas
concedendo a ternura
Sei que sentes em ti
toda a minha tristeza e amargura
Sei porque sei e senti
que estás longe e te afastas
Sei que não estou nos teus sonhos
vives a tua realidade do momento
Sei que fazes o luto do nosso “tempo”
para que morra o encantamento.
DC
Etiquetas:
"Eucalyptus deglupta".,
Foto: Internet
Subscrever:
Mensagens (Atom)