quinta-feira, 8 de maio de 2014

NADA AconTECE...



Nada acontece, a não ser o que acontece, quando nada acontece, zero, nada, vazio, é isto que acontece. Espera-se que depois de tudo o que já aconteceu algo surja. Fica-se a pensar que nada seria pior, tudo o que vier será sempre mais positivo do que o aconteceu, como se diz “ o não já eu tenho, tudo o que vier será positivo”, neste caso o resultado está abaixo de “não” porque nada aconteceu. Nem bem, nem mal.


Num qualquer dia/do mês/ do ano
DC


sábado, 3 de maio de 2014

Outras Notas de música


Kama Sutra in "Prelude du Fornication"
Notas de música, de saber e calor humano.
Melodiosa partitura, desenhando humanos desejos.
Sem amores proibidos, ou gestos contidos.
É uma música ao sabor dos amantes,
libertando-lhe os corpos e os sentidos.

DC

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Os SONHOS e as IMAGENS


"..os sonhos falam em nós o que nenhuma palavra sabe dizer."
E se Obama fosse africano e outras InterInvenções". Mia Couto. Ed.Caminho

Já todos conhecem a a frase "uma imagem vale por mil palavras", aqui ousadamente prefiro substituir na frase de Mia Couto, a palavra" sonhos" por imagens, porque muitas vezes as imagens que captamos, são como sonhos, que só se obtêm em determinadas condições e momentos, que as tornam únicas.

DC

quinta-feira, 24 de abril de 2014

por vezes....FLOR


Por vezes basta ser flor, isolada entra a terra e o canteiro de pedra, para nos fazer brilhar o nosso olhar quando de perto a apreciamos. A sua simetria, as suas cores, as múltiplas pétalas, o seu centro caloroso, o verde das folhas e do pé que a sustentam. Flor que decora o nosso jardim, as nossas jarras, sejam de cristal, ou barro, alegra festas. A flor que quando oferecida a alguém, trás agarrada a si, além da sua própria beleza, as palavras e sentimentos de quem oferece. É a desculpa que não foi dada, o mimo esquecido, a ternura de uma amizade, o agradecimento, a cerimónia que respeita, é o amor por alguém...e por vezes, um recomeço, ou sinal de paz.

DC

sábado, 19 de abril de 2014

Um beijo desperdiçado



Um beijo desperdiçado
Foi o que pensaste...

Talvez a boca beijada
Onde deixaste teu beijo,
Não fosse a boca amada
Nem razão do teu desejo.
No entanto no teu carpir
De amor mal entendido,
Desfizeste todo o sentido,
Mataste um amor não começado
E o ainda inacabado.

DC

segunda-feira, 14 de abril de 2014

OuViNDo PiAnO

 

Tenho-te para todo o sempre retida na memória, não pelos sons da música que nunca me tocaste, mas nas palavras escondidas debaixo das tuas escolhas.
Teus olhos têm o vidro escuro da timidez, são desenhados pelas notas de música da tua alma, em cada momento que teus dedos fluem na superfície lisa das teclas do teu piano, Momento único, onde expões teus sentimentos. Voas para destinos que não os meus, procurando ir mais longe nos teus saberes, sentimentos e aventuras, sentindo as diferenças do viver do teu passado, com um presente que se desenha como futuro.


Imagino-te olhando os arranha-céus, as ruas largas da cidade onde te instalas temporariamente e pensas se vale apena trocar a simplicidade que te está na pele, pela riqueza conquistada num mundo poderoso, de mãos sujas de sangue inocente. Nunca te senti, ou pressenti, como linha demarcando o horizonte, no entanto sinto-te na vivência do êxito.


Sei-me com mais noites e dias, para além de ti, As minhas mãos não têm a delicadeza de quem afaga o marfim preto e branco, elas têm a dureza das chagas obtidas na força bruta da construção dos dias. Os teus saberes foram ganhos fazendo um caminho ilustrado e iluminado por mentes ricas, e pelas letras pousadas nas superficies brancas das leituras, Enquanto isso os meus resultam da experiência feita vida, da presença da música a que não reconheço a pauta, das leituras vulgares enriquecidas com o passar dos tempos, das vozes das gentes transversais à oralidade dos tempos.

Na longínqua distância, sem o cheiro do teu corpo, sem sentir o teu respirar sobre meus lábios, sem ouvir sequer a tua voz, fico pensando no absurdo que nos afasta, e nos dois mundos diferentes com que temos de nos sujeitar, deixando acontecer como o eco que nos responde sem ter corpo.

DC

domingo, 13 de abril de 2014

FUI AO CONCERTO..


O público vai-se sentando, a sala vai ficando cada vez mais composta, Os músicos ensaiam os instrumentos, naquele fraseado desorganizado dos múltiplos sons que deles saem, quase parece uma conversa, em que todos falam e ninguém ouve. É todo um ruído que dá para observar e pensar como se constrói e se vive a música. O público e músicos, afinal ambientam-se e preparam-se para o concerto. É um ambiente único. De repente o silêncio, O chefe de orquestra entra..e todos os músicos se levantam, Palmas e silêncio... começa o encanto.
A música tem uma linguagem sofisticada de comunicação. O cérebro entende a sua abstracção, e não se conseguem encontrar as palavras que descrevam, ou expliquem o que nós percebemos, ou sentimos, naquele jogo de notas musicais que nos fazem viajar mentalmente a diversos lugares, com diferentes paisagens e ambientes. Por vezes flutuamos, outras entramos bem terra dentro, outras ainda ficamos num limbo do qual nos custa sair.

Não sou um aficionado pelos concertos musicais, não, por que não goste da música, ou do ambiente, mas porque me disperso em relação ao importante, a escuta. Perco-me na leitura de cada instrumento e seu músico, fico fascinado pela forma como ele se envolve com a música e consegue tirar de um objecto morto, todos aqueles sons.
O meu olhar por vezes faz-me abstrair de tal modo, que só acordo para o conjunto da peça quando o maestro, faz entrar na composição os violinos ou a repercussão de forma intensa. De qualquer modo, mesmo assim, são muito mais os momentos em ouço a todos naquele jogo harmonioso e sedutor da orquestra, não sem que o pensamento de quando em vez traia a minha escuta e me faça pensar nos pormenores...”Como consegue o maestro dirigir a orquestra e levar aqueles, indivíduos todos através da batuta? Como é que ele consegue memorizar milhares de notas, para cada instrumento? Como é que músicos e maestro, mesmo com a pauta à frente conseguem manter na memória a vibração de cada nota e a forma como ela se entrelaça com as outras?”.
É claro que a música ao vivo trás uma qualidade de som mais pura e natural, não existe a correcção, tudo sai como tem de sair, com as afinações, o toque do maestro, a disposição com que cada um encara de diferentes formas o concerto, inclusive os que ouvem e só. Como uma boa colheita do melhor vinho, é única. É ali no concerto que a orquestra e todos os seus componentes são submetidos a julgamento pelo público, quanto ao objectivo e qualidade.

Assim me perco eu, ouvindo e observando, mas ainda mais motivado para chegar a casa e ligar o aparelho de som, e voltar a ouvir as mesmas músicas, Agora sentado no sofá de olhos fechados e deixando-me ir pelo universo que ela me vai transportado.

Uma coisa é certa, a partir de agora antes de ir a um concerto, vou
primeiro ouvir o reportório em casa, podendo observar sem me perder quanto à qualidade de execução do que ouço.

DC

>UM pPensamento depois de ter assistido ao concerto de celebração dos 500 anos do Foral de Matosinhos, na Casa da Música