quarta-feira, 28 de maio de 2014

NÃO me FRITEM OS MIOLOS



Aprendi a relevar certas atitudes, Embora por vezes quem as comete não mereça. Não porque faça como aquele cristão que diz: “ Pai perdoa-lhes que eles não sabem o que fazem”, mas simplesmente porque não me quero chatear, com a ignorância assumida como bandeira, ou porque não tenho nem idade, nem tempo a perder, com energúmenos. As pessoas existem e eu tenho de as aceitar como são, mas não tenho de partilhar com elas, ou convidá-las para minha mesa da vida. Há gente, que é “mau carácter” sempre e não adianta a capa que veste, mas sim a forma como vive a sua vida e suas próprias circunstâncias. Tudo isto, porque há quem julgue, que por ler livros, ou ter uma licenciatura, significa ser mais inteligente, ou ter um “estatuto qualificativo” no seio da sociedade e entre os seus pares. Esquecem esses doutos iluminados, que determinados valores e capacidades não são algo que se possa obter, na sala duma qualquer biblioteca, ou nas salas de aula duma qualquer faculdade. Até as crianças sabem isso, como aquele miúdo que com sete anos dizia: “eu quase não precisava de ir à escola tenho as minhas próprias competências, sei desenhar e esculpir, sei ler e escrever, mas não sou “marrão”. Quando lhe foi perguntado, o que é isso de ser marrão? Respondeu: “Marrões são aqueles meninos gordos que estudam muito e são “inteligentes”.

DC

“A distribuição humana de inteligência, graça, sensibilidade, sentido de humor, originalidade de pensamento, capacidade de expressão é independente da educação ou do grau de instrução”.
Cardoso, Miguel Esteves – “A devida Educação” – Livro, Amores e Saudades de Um Português Arreliado. Ed. Porto Editora.2014

terça-feira, 27 de maio de 2014

umA VOZ no meu OUVIdo


Deixo tua voz vogar no meu ouvido, como a borboleta que se delicia sobre as flores de cores exuberantes, no seu voo ondulante cheio de vibrações. Tua voz tem a melodia dos amantes, que transforma as palavras mais vulgares em imensas metáforas de alegrias e entendimentos. Soa por vezes rouca, por vezes doce e outras tantas como suspiros de desejo. Esse teu falar, essa tua voz, é o que possuo mais próximo de mim, e antes que desvaneça, no seio de imponderáveis, aproveito-a na totalidade registando cada sílaba, cada ênfase, cada sentido, para que possa ficar gravado na memória, a que recorro sempre que partes, ou te tornas ausente. Ela é o complemento de um silêncio a dois, ela fica aliada aos sonhos, às vivências, É o despertar dos dias, o fim de tarde e o anoitecer da vida.

DC

domingo, 25 de maio de 2014

REFLEXÃO VOTA'CÃO



Estava eu na esplanada, quando vejo chegar dois casais na casa dos cinquenta e picos, e uma jovem, entre os dezasseis e os dezoito anos, pelo que percebi filha dum dos casais. O outro casal tinha todo aspecto daqueles casais que por qualquer razão, ou fatalidade não tiveram filhos. O homem, do tal casal sem filhos, e a jovem traziam no colo dois cães tipo “West Highland White Terrier”.
Sentaram-se os cinco em volta de uma mesa, e reparei que no pescoço de cada cachorro, traziam um lenço a cobrir a coleira. O sr. sentou-se e poucos minutos depois pôs o cachorro no chão, a moça foi mantendo o dito cão no colo e abraçava-o de frente, com as patas em cima dos ombros, como se de um bebé se tratasse.

- Ele hoje está sem comer até agora...podes-lhe dar qualquer coisa.. - Diz a “dona” sem filhos, com ar de peninha – Dá-lhe um biscoito..

- Não! Responde o homem, ele só come uma vez por dia.

A moça continua, quase beijando o cachorro, abraçada ao seu “bebé”, e toda entusiasmada com as conversas de cachorrada que se vão desenvolvendo.

A “mãe” sem filhos diz: - Hoje compramos brinquedos para o nosso menino, ora vejam, e mostra um peluche de pequeno porte, que lindo... o meu pequenino vai ficar muito feliz.

Uma criança se aproxima e pede para tocar no cão.
- Podes tocar sim - diz a “dona” sem filhos - sabes esse é um “menino” por isso tem lenço azul, aquela é uma “menina” tem lenço vermelho!

A jovem continuava com a “menina” no colo, toda afadigada a prodigalizar-lhe beijinhos e ternuras roçando sua boca no pêlo do cão, tentando ao mesmo tempo abrir um saquinho que tinha os biscoitos, para a sua “menina”.

Entretanto o “menino”, vê um carrinho de bebé – mesmo de um bebé humano – que se aproxima e começa a ladrar irrequieto. Que só amaina perante a voz apaziguadora da dona, diminuindo os ão aos.

Fico olhando, silencioso, pensando...

Quem tem animais deve tratá-los com amor e atenção, mas não será exagero tratarem-nos como seres humanos? Não será ridículo que se trate um cachorro, ou um gato por António, Matilde ou Maria, ou que se diga que o bicho “está com uma carinha triste”? E o que pensar dos que vestem o cão com “coletinho de malha” por causa do frio?

O que leva esta gente a cuidar dos animais domésticos como se fossem crianças?

Será que esta gente, que também vota, terá a percepção da fome e dificuldades com que vivem a maioria dos portugueses?

DC

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O mês de Maio traiu-nos...



..... como este governo aos crédulos, que esperavam sair da invernia “socratina”, acreditando no “agora é que vai for”.

O mês de Maio começou cheio de promessas, com um calor saboroso, sol radioso, tudo florindo apontando-nos um mundo a sorrir, De repente regressou o frio, a chuva voltou a cair e o sonho se esboroou, Tal como o “chefe laranja”, que muito prometeu e mal chegou ao poleiro do (des)governo da nação, abriu as torneiras galgando sobre as nossas parcas economias, sugando tudo o que é possível, deixando os pobres ainda mais pobres, mais descrentes com a sociedade a que pertencem.
Resta-nos agora, esperar ansiosamente que o dia trinta e um chegue, e com ele um resultado positivo nas eleições para o parlamento europeu, Acreditamos que os verdes, os vermelhos e os azuis regressem em força, diminuindo o poder viciado dos rosas pálidos, dos laranjas de vómito e os cinzentos fascistóides que tentam boiar à tona de submarinos e de irrevogáveis decisões.

Esperemos que o Maio regresse, com o sol que toda a humanidade merece enchendo os corações de alegria, pelo surgir de um homem novo, uma sociedade mais justa, um mundo melhor.

DC

segunda-feira, 19 de maio de 2014

“ há males que vêm por bem”




O calor repentino trouxe o estalejar das garrafas na cave mal protegida e a urgência de salvar os prejuízos.
O néctar fresco, de cor amarelo champanhe, foi bebido pelas razões e formas mais variadas, Havia que atenuar os prejuízos e dar azo à imaginação. Regadas foram as refeições, com tão precioso liquido. Banhou as “entradas”, condimentou os diferentes comeres, alongou-se nas sobremesas, sustentou brindes de alegria, foi enchendo a boca e todos os entretantos, de frescura e sabores frutados num namoro perfeito.
Foi um pena, algum do que se derramou inglório, no entanto, acabou por abrir um precedente para a criatividade e transformou um momento, que poderia ser de tragédia, tal o prejuízo, num estágio em SPA de glorificação. Diria o outro “ há males que vêm por bem”.
"In Vino Veritas".

DC


terça-feira, 13 de maio de 2014

o SOL E sua VOZ



O sol é meio caminho para a alegria. Faz realçar o desenho do mundo real que nos envolve, Trás-nos o azul apaziguador ao céu, o verde esmeralda às aguas do mar, aos campos e jardins, o verde brilhante e a riqueza cromática das flores, e agita a fauna envolvente.

O sol rejuvenesce, trás-nos os sorrisos à boca, o brilho aos olhos, faz-nos saltitar, aligeirar no vestir, dá-nos força para enfrentarem os dias.


O sol tem a voz de todos, é o “sol da vida”, dos pintores, dos poetas, dos fotógrafos, dos apaixonados, dos amantes eternos, das crianças e suas gargalhadas, dos idosos e suas memórias.


O sol é a demonstração de que o mundo não é feito somente de cinzentos, ou acastanhadas ferrugens dos tempos, mas de revolução de sangue na guelra, de agitação, de energia que todos os seres precisam. O sol suspende-se na pausa da noite, para que sintamos a sua ausência e nos surpreender no novo dia.


O sol é a cura com que a natureza nos premeia, é uma medicina preventiva, é o medicamento que em doses cuidadas, cura o corpo e alma.


DC

quinta-feira, 8 de maio de 2014

MAIO d'FLORES E LUTA



É da vivência do mundo e da repetição nos séculos, que as estações do ano trazem os momentos certos, para a reaprender e fazermos o rejuvenescimento, de cada passagem do tempo.

Do Abril em Portugal do turismo e seus interesses, das águas mil que sempre aconteciam, nasceu uma revolução, de cravos vermelhos e esperança, para todos, E com ela um Maio transformado que saiu das “maias”, colocadas nas portas, em nome do “carrapato” e se transformou num dia de celebração de quem trabalha.

Não há razão para ter medo das palavras, que no escuro da noite se escrevem. Mesmo que os tiranos insistam decapitar-nos as vontades sempre haverá Maio, e com ele a revolta sadia contra ventos e marés, Maio mês pleno da Primavera, com calor e sol, animando tudo o que nos rodeia, trazendo as flores que se abrem de promessas de futuras colheitas.

DC