Ontem seis de Fevereiro, duas datas marcantes na minha vida. Um irmão há pouco falecido que faria sessenta e oito, o meu neto que fez sete anos. Para toda a vida ficam as duas lembranças agarradas, uma pela saudade, que fica para todo o sempre, e uma outra pelo significado de vida, seu crescimento e evolução. É a lei da vida, morrem uns, nascem outros num sistema de continuidade.
Do irmão o sorriso, amistoso, a vontade política na luta por uma sociedade melhor, que nunca descurou, do mesmo modo que no exercício da sua profissão de fotografo e juntos dos amigos e familiares, se devotava com toda a paciência entender as crianças com as quais se manifestava como se de um igual se tratasse. Para obter um retrato de uma criança, nem que tivesse de andar de joelhos ou gatinhar, tudo fazia para obter “um bom boneco”, como se dizia na gíria. Ficava feliz de mostrar os “bonecos” que obtinha. Em todas as manifestações, ou greves, onde estivesse uma criança, ela seria alvo da sua atenção de certeza absoluta.
Do meu neto o prazer de ver, cada ano que passa, a metamorfose que se vai verificando no seu crescimento físico e intelectual, A forma atenta e sagaz como vai engendrando diferentes saídas, em termos de expressão verbal, para esgrimir argumentos com os companheiros, com os pais e restantes familiares, e, como induz os outros, mesmo os mais velhos, incluindo os avós, a executarem as brincadeiras que ele gosta.
A escola primária tem sido um lugar de espanto e novos conhecimentos, onde tem dificuldade em manter o silêncio necessário dentro das aulas. Em casa delira na execução de desenhos e pinturas com que gosta de premiar os avós e as pessoas de quem gosta. Fala sem questionar com muitos porquês, trata sim de “dar a volta” conseguindo os objectivos que quer obter. Como costumo dizer é um safado. Nos últimos tempos já não vai à Fnac, ouvir as músicas para crianças, mas todas a que o agitam e fazem manear o corpo com trejeitos de bailarino. Até chama o avô para ouvir e indicar discos ao ponto de ter comprado um deles por sua influência, Para meu espanto ia da música de jazz a new age, passando por outras de chillout.
Fez sete anos e já a vida o agitou de tal ordem que parece uma “maraca”, das que ele construiu para apresentar na escola.
Duas pessoas, que me fazem saudade e alegria, duas pessoas que me acompanham, diariamente numa presença muito sentida e vivida e que me ajudam a entender e a suportar este nosso fado que se chama vida.
dc
sábado, 7 de fevereiro de 2015
SEIS DE FEVEREIRO...uma data inesquecível
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fotomontagem
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
SE eu fizesse anos..
Se eu fizesse anos, que não faço, amaria que eles fossem a celebração, num dia, dos muitos anos de amor e alegria contigo na minha existência. Festejaria na intimidade como se fosse a primeira vez, sem dúvidas ou nuvens, com vontade de me dar-te. Seria sempre o nosso aniversário, vivido de ternuras, de beijos húmidos, de carícias e palavras doces.
Celebraria a data como marca de vida. Apagaria as velas e pediria desejos, Beberia champanhe comeria uma fatia de bolo e celebraria um amor sem mágoa, eternizado, tão forte reconfortante e sem idade. Um amor para além da morte.
Se eu fizesse anos, que não faço, nunca por nunca, deixaria que nada perturbasse, o amor do “meu amor”.
Eu não costumo dizer: eu te amo! mas se fosses o meu amor dir-te-ia a toda a hora como se sempre festejasse o teu aniversário.
Bem, eu hoje não faço anos, mas pensei em ti e quis deixar-te uma lembrança, para que acredites que às vezes o amor acontece.
dc
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Foto. Diamantino Carvalho
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
QUASE LÁ, quase lá
Sabia que o infinito era já ali, estava mesmo ao alcance da mão, olhava e via que estava quase lá, comecei a caminhar em direcção a ele, Sempre mais próximo, Horas depois ainda estava próximo, quase lá, mesmo à frente do nariz, Tal qual a linha do horizonte, sempre a vemos no mar, ao fundo, e temos a certezinha que vamos lá chegar. Assim, tem sido este procurar permanente para te encontrar, amor da minha vida, estás sempre tão próximo, quase lá, quase lá.
dc
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Foto: Diamantino Carvalho
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Fevereiro ... e a memória
Presa na tristeza de tanto te gostar, olho o chão enquanto o corpo se me fecha, não quero que sintas meu sofrer, nesta dor que me machuca.
Senti-te a correr no sangue, na pele e no beijo, senti-te por dentro do nosso desejo.Viveste o meu viver, foste o amor primeiro, estiveste comigo por inteiro.
Hoje, restam as lágrimas correndo como rios no leito, fazendo o mapa dos cansaços vincando meu rosto. Não morrerei de amor. Matar-me-á o desgosto.
dc
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Foto. Diamantino Carvalho
sábado, 31 de janeiro de 2015
O sol me abraça
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Foto. Diamantino Carvalho
domingo, 25 de janeiro de 2015
PESADELO..
A noite decorre no silêncio do quarto vazio, a febre, o corpo dorido, e a pequenez, de todos nós, perante a enfermidade que nos toma. Nesse delírio, o silêncio é feito desse exército de batidas nos tímpanos, de rios que nos molham o corpo e dos arrepios que um vento que não existe nos trás.
Ouço a voz que não existe, falando-me como se ao meu lado estivesses, sinto teu cheiro de forma nítida, o seu sorriso, e sou trespassado pelos pesadelos que se afastam ou aproximam conforme o meu corpo reage. Falas de forma agreste, afastas-me. O coração bate desordenadamente, a sobrecarga é demasiada, parece querer explodir. Lentamente tudo se esvai não chego a acordar, ouço quem não existe, falando como se estivesse presente, tudo se mistura, pesadelos atrás e pesadelos e o corpo flutuando no limbo, talvez aqui como em outros lugares, tudo se cura ou “até que a morte nos separe.”
dc
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Foto. Diamantino Carvalho
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
A ESPERA
Gostava que chegasse mais cedo
do que a minha partida.
Gostava de te poder ver e dizer
mais do que algum dia disse.
Gostava de em pouco tempo viver
mais do que alguma vez vivi.
E se ainda por aqui fiquei e não parti
não foi por medo
Foi por ser ter a certeza de que é cedo
para me perder definitivamente de ti.
dc
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Foto. Diamantino Carvalho
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