Resto parado preso no horizonte, retido no
tempo isolado no mundo. Quero sentir-me água brisa, cheiro e me reencontrar neste vazio, neste só. É incrível este sentir,
da natureza, o eu diminuído perante a sua grandeza, o sentir a “alma” lavada e mente
liberta. Não me preocupa se tenho um caminho a escolher, ou percurso a
estabelecer, a noção de espaço se perdeu neste lugar.
Olho no infinito horizonte, sem barcos surgindo, sem gaivotas se agitando no ar,
nem os pássaros no seu piar, tudo é sereno. Não sei se o mundo se finou, se fui
eu que se transformou, na verdade, viverei do sol, enquanto existir, enfrentarei
vazio sem medo do que surgir.
dc