sábado, 6 de fevereiro de 2016

A História faz-se de estórias




O tempo passou rapidamente, ainda ontem a fralda te enrolava e a tua voz era feita de nham hnam..e sorrisos. Hoje, já és um menino crescido o suficiente para te expressares num falar coerente, pedires e dares atenção a quem te rodeia, pais, avós, tios, e todos os outros amigos, professores, expressando com clareza bastante, desejos, vontades e as necessidades que te movem construindo o teu caminho.

Fazes hoje nove anos, e pela tua frente um mundo para viver com aventuras cada vez maiores. Já não serão as estórias como a “Vida Mágica da Sementinha” de hoje, mas outras estórias não menos ricas, mas mais reais e vividas do que nunca, com que irás crescendo e fazendo a tua própria história.


Hoje, enche o dia vivendo sonhos de princesas e príncipes que a tua imaginação alimente, vive a
  alegria da amizade, fraternidade, dos teus companheiros, amigos e família. Aproveita o sol da vida e sorri com a alegria do girassol, que alimenta os pássaros com a sua cor e presença.

É muito, mas mesmo muito bom, que existas para todos nós que tanto gostamos de ti, e tudo faremos para te acompanhar o mais tempo possível, na tua/nossa existência, no futuro largo que tens a percorrer.

Beijos e um xi apertado do teu avô.

dc

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Através das Janelas



por trás da janela,
descendo, ou subindo,
vidas se movimentam
na especulação dos dias
sem prever quando caem
ou quando se levantam,
nem quando o azedo
ou a doçura
se fazem presentes.

vidas, através de janelas
mais ou menos discretas,
mas todas vidas concretas,
existentes nas ruas, ou vielas,
com estórias que falam delas.
nem sempre vistas de fora,
nem sempre janelas com horizonte,
às vezes, só mesmo luz como fonte.

difícil olhar um sol ambicioso
através do embaciado destino,
que o vidro caprichoso
afasta do nosso caminho.

ficamos subindo e descendo,
descendo e subindo,
num sucessivo crescendo,
à espera que num dia radioso
toda a dor se torne ausente
num mundo sem janelas
com a liberdade presente.

dc

 




domingo, 31 de janeiro de 2016

De dentada em dentada




Quem poderá dizer quem comeu o quê? Se a vermelha maçã, a verde, ou se a verde maçã, a vermelha... As conotações de cor podem querer dizer que a verde está a precisar de amadurecer, e que a vermelha já madura tem a experiência do saber, o calor do seu comer, ou é imagem do pecado que dizem do Paraíso tem seu nascer. Poderá também pensar-se a cor verde, tem conotação de frescura, de esperança e um regalo para os olhos, ou que está pronta para amadurecer. Na verdade foram esculpidas com dentes de sabedoria, uma e outra foram comidas de expressa vontade, desenhando na forma a realização do seu desejo... de dentada em dentada, na boca como um beijo.

dc 



quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Por trás de um sorriso...


  
O sorriso dominava-lhe o rosto, sempre atenta ao que a rodeava, nas situações mais difíceis brincava com as palavras, alargava o seu sorriso e o carinho com que se expressava, Todos tinham, perante ela, lugar no seu tempo disponível para serem compreendidos e ânimo para desenvolver as suas confissões. Nem todos percebiam essa sua forma de estar, a extravagância no vestir, o seu comportamento aberto e sem constrangimentos, o que não raro, transmitia sinais errados em especial aos homens, Estes perante ela descreviam o seu mundo de raivas, incompreensões e desesperos, e procuravam em seu ombro pouso de lamentos, alguns, erradamente, pensavam que isso criava suficiente intimidade para terem direito a usufruir o seu corpo e a sua bondade. Ela só dava um pouco de si para contribuir para alegria e felicidade dos outros e de si própria, não permitindo que lhe tirassem o sorriso de que não pretendia desligar-se, mesmo quando o lado negro da vida a convidava a retirá-lo da moldura do seu rosto. 
Verdade, verdade, ela se perdia nos seus sonhos e muitas vezes era possível encontrá-la sentava nas escadas do castelo olhando o reino dos outros e ficava em silêncio, embevecida, os seus olhos e o seu sorriso possuíam um brilho especial como se procurassem um lugar para pousar e encontrar a resposta aquele sentimento que dentro de si ia habitando. Ela atirava para o ar toda a sua alegria, e sabia, que entre o sol e a chuva, o seu príncipe chegaria.
dc 



quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Gato que é Gato




Sentado no parapeito
O gato apanha seu sol
E fica observando de seu jeito
A borboleta borboletando
Sobre o girassol

Felino é o gato
E como qualquer gato gateia
Acolhe sempre seu dono
Quando este se sente no abandono
E com ele ronrona ou pranteia

O gato tem seu dono por companhia
Muito independente se sarcoteia
E a toda a hora se asseia
Mas quando a fome aperta mia mia
E nas pernas de seu dono se enleia

Com a fome saciada
Anima o dono com seu brincar
E no seu colo se vai aconchegar
Ambos se vão afinando
O humano com a mente sossegada 
E o gato que é gato gateando

dc


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Um dia acontece

 



Chega silenciosamente
Umas vezes devagar
E quase não se sente
Outras apressadamente

Chega sem lhe sentirmos o pé
Assenhora-se do pensamento
Abala o corpo por dentro
Na primeira impressão recebida
Na fala ainda contida
No sorriso que entontece
No brilho dos olhos que acontece
Nas mãos que se agitam
Nos sentimentos que gritam

E assim da noite para o dia
Abala o nosso coração
Faz-nos chorar de alegria
Voar nas asas da emoção

É voz dos poetas e escritores
De artistas e doutores
Todos eles vibram, sentem
E contam estórias que não mentem
Ao dizerem de seus amores.

dc

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

o mar tem essa força.



Assustador, pelo vento que o arrastava em ondas cadenciadas, o mar ia inundando tudo trazendo o medo à nossa pobre existência, as vagas enormes atemorizavam ao mesmo tempo que nos seduziam a avançar em sua direcção, atraíam-nos como se fossemos surfistas querendo apanhar a melhor onda. Apetecia desafiar a sua violência, como se fosse uma luta, que sentimos perdida, mas justa, contra o seu poder...o mar tem essa força.
As ondas iam explodindo contra o farol, ele ali parado continuava...apreciando a sua força. Um casal, que passeava pela marginal debaixo da chuva torrencial, parou para observar, como se aquele espectáculo fizesse parte de uma paisagem idílica do seu romance. Coisas estranhas que se fazem perante a força da natureza e os seu fascínio. 
dc