Os acasos escorrem por dentro
de nós, como bebida fresca no verão, ou chocolate quente de inverno, fazem-no de
forma atrevida, inesperada, assenhorando-se do momento, alegrando-nos. Nem
todos os acasos são agradáveis, há alguns dolorosos, que surgem como uma topada, de pé descalço, na pedra que surge inesperada, no caminho. Acasos que parecem
surgir, como que respondendo a solicitações do corpo, às vontades e desejos
guardadas no subconsciente. Explodem sempre no momento certo, como uma espécie
de despertador, quando a esperança não é muita, ou o atrevimento é excessivo.
Nada acontece por acaso, diz o povo, possivelmente não, ele surge como o reflexo
de uma elaboração refinada, dentro nós próprios. Tão refinada elaboração, que
até parece ser por acaso. Quando ela, por acaso surgiu, foi a bebida fresca de
verão, quando partiu, não por acaso, foi a topada na pedra do caminho, que
por acaso, faz lembrar outro dito do povo: Quando uma porta se fecha,
logo outra se abre. Será que isto também é por acaso?
dc
dc