terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Feche os olhos e deixe-se ir


Suavemente, o corpo sai para o vazio, flutuando, ondulando entre as folhas das árvores. A natureza se apossa dele, integrando-o, afastando-o do ruído da cidade. Projecta-o para uma outra dimensão, onde só vive o espírito de si próprio. Vivencie a natureza do seu corpo, não dominando o gesto, voando na brisa, ouvindo  som das águas que deslizam sobre o seu leito, deixando a dor saindo do seu peito, abra caminho a um novo destino, a uma nova alegria a um novo dia.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

FANTASMAS NO ARMÁRIO

Arrancou os fantasmas do armário, soltou-os na casa, deu dois gritos e voltou a adormecer. De manhã, acordou, abriu as janelas, deixou que o ar pestilento, do ambiente fechado da noite, levasse os fantasmas e com ele tudo o mais que os envolvia.

Hoje tudo será diferente, o pensamento se altera com as novas premissas, será um presente criando uma espiral de acontecimentos, que trarão um desenho diferente ao futuro que acontecerá.

Na realidade o presente é um somatório de decisões e atitudes falhadas, e outras de sucesso, ou nem por isso. Como se diz, por vezes é preciso conhecer o lado negro para se perceber quanto existe do lado positivo. Por que razão as pessoas pensam que lhes fez mal ter acontecido isto, ou aquilo? Esquecem-se, que sem isso ter acontecido nunca o saberiam, nem poderiam escolher outras saídas, mais do seu gosto e cada vez mais próximas daquilo que são os seus desejos? A vida constrói-se nas experiências, sem culpados, ou mal amados. Cada um arranja desculpas que entende para justificar os seus erros, ou atitudes menos correctas. Somos humanos, por isso deixemos cada um seguir o seu percurso o tempo dirá se o presente é um erro do futuro, de qualquer modo todos sabemos que o que hoje acontece marca definitivamente o modo como o futuro se desenvolverá.




É Doce Morrer No Mar

O mar te levou Cesária Èvora, deixando um buraco enorme na alma da gentes. Perdemos tua voz e tuas doces melodias. Ouvir-te continua a ser renascer, obrigado pelo que nos deixaste. Nenhuma homenagem será suficiente para te agradecer. Até um dia.

domingo, 18 de dezembro de 2011

CUIDADOS NA "REDE"

 
 
As redes de internet, além de nos permitirem contactos rápidos, consultas fáceis, e acesso a informações várias, também contém riscos, de manipulação graves, em especial de ordem social e política, para os quais devemos estar de olhos bem abertos.
Nestes dois vídeos vemos, mais uma vez, alguns dados sobre a importância de se ter cuidado na utilização das redes na internet, com as postagens de imagens de cunho privado e com aquilo que nos fornecem como informação na internet. As pessoas ao fazê-lo sem a devida ponderação, correm riscos de perturbação sua vida pessoal e social com consequências várias, como a invasão da sua privacidade e acabarem por ser formatados no conhecimento pela informação que recebem. 

http://www.ted.com/talks/lang/en/eli_pariser_beware_online_filter_bubbles.html

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

DE FACTO DEVE-SE DAR NOME AOS BOIS


Ao menos existe um deputado europeu que é capaz de falar sem medo de apontar o dedo aos responsáveis pela catástrofe do euro e das manobras que colocam os Boys da alta finança a governar países.

sábado, 10 de dezembro de 2011

POR QUÊ, A PERGUNTA?

Fica no silêncio. A pergunta está feita, ela põe em causa, interroga, como se quisesse saber porque razão os peixes vivem no mar.
Sim o silêncio é uma distância enorme no presente de um diálogo, é a distância certa, é mais do que uma espera, mais do que uma resposta, é o desgosto, é a tristeza do não reconhecimento de quem somos e de facto valemos para quem nos interroga. Porque o silêncio interroga-nos por dentro de quem somos.
Só resta impedir que as palavras se soltem, as frases se construam, e a resposta saia crua, sarcástica, colocando a distância necessária. O sentimento é maior do que a pergunta.
A memória solta-se e trás um passado recente luminoso de pequenas vivências que no presente se solidificam e emocionam, por isso o silêncio.
Sabes, as ruas são pequenos galhos de uma árvore imensa que abrange o mundo onde vivemos. Nelas andamos saboreando cada prédio avistado, cada lugar recôndito, cada pessoa que se movimenta preenchendo e florindo o espaço da nossa caminhada.
Gostar, amar, adorar não são frases soltas, são sentimentos que se expressam, mesmo sem que as mãos se toquem, mesmo que os lábios não se beijem, mesmo que não estejam no mesmo espaço... como se explica? Pode-se explicar a origem da terra e sua envolvência astrológica, mas não se explica a origem do Universo rotulado como Deus.
Sabe-se das emoções que nos correm nas veias e estimulam a mente, ao ouvir a voz, ou ao avistar da sua figura na distância, ao lembrar o beijo, a carícia. Corre-se por amor sem cansaço. Por amor os olhos brilham, o coração se agita como querendo soltar-se do peito. Tudo se desvanece, ou desaparece para além da razão daquele sentir.
Por quê a pergunta?

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ESPERO.TE VIDA


Espero-te todas as manhãs.
Mas até elas se vão esgotando,
e lentamente amornando
o sabor dos lábios teus
Na dureza da vida ousamos justificar
a ausência dos abraços, como se ela fosse um Deus
Como se quisesse acabar com o verbo amar
Sem ter que explicar, como ela trás o adeus
No cansaço do dia matamos a alegria
Nada fica nada se escuta
deixando morrer a permuta,
a troca de emoções.
Ficamos pacíficos a sentir e ver,
aquilo o que nos enriquece, morrer.
Tudo em nome de tudo, matando
tudo o que em nós floresce
e que mesmo se amando
com o tempo desaparece.

A verdade, por vezes encoberta, por palavras evasivas

Torna tudo mais cruel e faz criar novas feridas
 
Como seria bom falar de nós, de ti, no nascer da madrugada
Beijar-te, na doçura do tempo, que raras vezes nos liberta,

caminhar construindo tudo do nada

partindo para a vida, em permanente descoberta