quarta-feira, 19 de junho de 2013

MENTE É COMO A ÁGUA




Eu penso, que ele pensa, que eu penso, no que ele pensa, sobre aquilo que pensei...

Assim é a pescadinha de rabo na boca, que nos atira para um emaranhado de pensamentos, que nos ocupam a cabeça afastando-nos do que existe à nossa volta, tirando-nos a paz de espírito.

Se atentarmos no que se passa à nossa volta, e observarmos tudo o que de bom existe, distanciámo-nos temporariamente do que nos preocupa, e ganhamos disponibilidade mental, para mais tarde com cabeça fresca, verificarmos que nada era tão negro, ou tão sem solução.

Escrever é um bom modo de limpar da mente. Se o fizermos sem a preocupação formal, e nos deixarmos ir, arrastados pelas palavras, fazemos do espaço de escrita, o depósito dos pensamentos, e a catarse das dores da alma. Essa maravilhosa descarga tem duas vantagens: primeiro, e no imediato a perda de tensão física e mental; segundo, mais tarde ao relermos o que escrevemos apagamos metade, rimo-nos um pouco e verificamos que afinal tudo era bem mais fácil.

DC

terça-feira, 18 de junho de 2013

mAr sempre o MAR



Hoje a água do mar estava tão azul
que se via nele a viajar do Porto até ao Sul.

Via os barcos no horizonte levando suas cargas
Via gente lançando ao mar as dores mais amargas.

Ouvia gaivotas piarem espiando o peixe no mar
E o mar meio revolto com vontade de falar

Esse mar que escondida no seu fundo
Tesouros e estórias desconhecidas do mundo

Estórias de marinheiros e barcos naufragados
E de amores para sempre desencontrados

De homens perdidos pelo canto das sereias
Que os deixavam exaustos nas areias.

Mar, sol, areia, gaivotas, estórias e tesouros
Neste pedaço de terra mar arrancado aos mouros.

dc


segunda-feira, 17 de junho de 2013

FOI EM MAIO...



...sol, mar, areal, capela, horizonte, calor... Miramar, tudo numa manhã de domingo, Enquanto o cheiro da maresia se instalava em nós, tirávamos fotografias, que iam fixando memória de um dos momentos mais serenos e agradáveis do fim de semana. Um disparo, um registo, novo disparo, um outro registo dum novo ângulo, um outro enquadramento, Um sorriso, um disparo, um novo enquadramento e um novo registo, fixando imagens, num “tu cá tu lá”, de procuras estéticas e motivos a fixar.
Em Miramar, numa manhã com cheiro de maresia de sol a brilhar, num areal extenso com uma capela pousada, isolada, em contraste com o céu, mar, areal, aconteceu fotografia, Com amor.

dc

domingo, 16 de junho de 2013

PINTARA TEU CORPO


Sim pintara teu corpo, com poemas escritos pela nossa paixão, Compostos letra à letra, palavra a palavra, na tinta indelével do amor, Eles seriam roupa do teu corpo, preliminares do nosso amor, A tua pele, tela plena de sensibilidade, com terminações de prazer, que se descobriam ao toque do pincel dos dedos, no urdir emaranhado das múltiplas letras e palavras do nosso desejo.
Noite após noite, após noite, escrevendo, de espírito livre sem pressa, deixando fluir, fazendo de cada letra um prelúdio, de cada palavra uma conquista, de cada verso um êxtase. Escritos, invertidos como um código, registados no diário do teu corpo, para que ao iniciar do dia lesses no espelho da alma. Serão sempre a marca de um tempo em que as borboletas no estômago falavam ausência, o tremer das pernas ansiedade, o beijo um morango maduro de sabor eterno.

VAZIO


adj. Que nada contém; que só contém ar: garrafa vazia.
Que não tem ocupantes; desocupado: apartamento vazio.
Fig. Falto, privado, carente, destituído: espírito vazio de idéias.
Pej. Vão, fútil, frívolo: rituais vazios.
Matemática Diz-se de um conjunto que não comporta nenhum elemento.
S.m. Física. Espaço que não contém nenhum corpo material, ou onde as partículas materiais são muito rarefeitas; vácuo.
Fig. Sentimento angustiante produzido por saudade, privação ou ausência: sua morte provocou um grande vazio.
Fig. Vaidade, insignificância: o vazio das coisas terrenas.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

UM SONHO SEM FUTURO


Não julgues o meu silêncio se me tiraste a voz
Se me fizeste regressar a mim próprio, a sós.


Espalhaste o teu sorriso, fazendo-me acreditar no céu,
E depois deixaste-me perdido sem encontrar o meu.

Na alma só ficou a neblina que obscurece o dia
Colada aquela dor fininha que nos rouba a alegria

Restei de pés assentes na terra, sem asas para voar
Por me haver perdido num sonho, impossível de realizar.

DC

HÁ MÃOS E MÃOS



Há outras mãos com outras estórias de que um dia escreverei, Hoje  são estas, as mãos que falam tão alto no seu silêncio e denunciam em cada pormenor a sua diferença, Mãos que deslizam uma sobre a outra, que formam um todo e no seu desenho, um corpo em dança de amor, Mãos da saudade, da timidez, mãos que se namoram em pequenos toques superficiais, São mãos de apaixonados em que a minúscula distância que as separa impede que o fogo da paixão os consuma, Mãos em sugestão do bailado, mãos em "pontas", que não são dedos dedos pés, e que vão fazendo agitar todo o suporte que as sustém.

Estas são mãos com memória e
reconhecimento digital, que permite a abertura do cofre da vida de cada um perante o outro. 

DC