domingo, 25 de maio de 2014

REFLEXÃO VOTA'CÃO



Estava eu na esplanada, quando vejo chegar dois casais na casa dos cinquenta e picos, e uma jovem, entre os dezasseis e os dezoito anos, pelo que percebi filha dum dos casais. O outro casal tinha todo aspecto daqueles casais que por qualquer razão, ou fatalidade não tiveram filhos. O homem, do tal casal sem filhos, e a jovem traziam no colo dois cães tipo “West Highland White Terrier”.
Sentaram-se os cinco em volta de uma mesa, e reparei que no pescoço de cada cachorro, traziam um lenço a cobrir a coleira. O sr. sentou-se e poucos minutos depois pôs o cachorro no chão, a moça foi mantendo o dito cão no colo e abraçava-o de frente, com as patas em cima dos ombros, como se de um bebé se tratasse.

- Ele hoje está sem comer até agora...podes-lhe dar qualquer coisa.. - Diz a “dona” sem filhos, com ar de peninha – Dá-lhe um biscoito..

- Não! Responde o homem, ele só come uma vez por dia.

A moça continua, quase beijando o cachorro, abraçada ao seu “bebé”, e toda entusiasmada com as conversas de cachorrada que se vão desenvolvendo.

A “mãe” sem filhos diz: - Hoje compramos brinquedos para o nosso menino, ora vejam, e mostra um peluche de pequeno porte, que lindo... o meu pequenino vai ficar muito feliz.

Uma criança se aproxima e pede para tocar no cão.
- Podes tocar sim - diz a “dona” sem filhos - sabes esse é um “menino” por isso tem lenço azul, aquela é uma “menina” tem lenço vermelho!

A jovem continuava com a “menina” no colo, toda afadigada a prodigalizar-lhe beijinhos e ternuras roçando sua boca no pêlo do cão, tentando ao mesmo tempo abrir um saquinho que tinha os biscoitos, para a sua “menina”.

Entretanto o “menino”, vê um carrinho de bebé – mesmo de um bebé humano – que se aproxima e começa a ladrar irrequieto. Que só amaina perante a voz apaziguadora da dona, diminuindo os ão aos.

Fico olhando, silencioso, pensando...

Quem tem animais deve tratá-los com amor e atenção, mas não será exagero tratarem-nos como seres humanos? Não será ridículo que se trate um cachorro, ou um gato por António, Matilde ou Maria, ou que se diga que o bicho “está com uma carinha triste”? E o que pensar dos que vestem o cão com “coletinho de malha” por causa do frio?

O que leva esta gente a cuidar dos animais domésticos como se fossem crianças?

Será que esta gente, que também vota, terá a percepção da fome e dificuldades com que vivem a maioria dos portugueses?

DC

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O mês de Maio traiu-nos...



..... como este governo aos crédulos, que esperavam sair da invernia “socratina”, acreditando no “agora é que vai for”.

O mês de Maio começou cheio de promessas, com um calor saboroso, sol radioso, tudo florindo apontando-nos um mundo a sorrir, De repente regressou o frio, a chuva voltou a cair e o sonho se esboroou, Tal como o “chefe laranja”, que muito prometeu e mal chegou ao poleiro do (des)governo da nação, abriu as torneiras galgando sobre as nossas parcas economias, sugando tudo o que é possível, deixando os pobres ainda mais pobres, mais descrentes com a sociedade a que pertencem.
Resta-nos agora, esperar ansiosamente que o dia trinta e um chegue, e com ele um resultado positivo nas eleições para o parlamento europeu, Acreditamos que os verdes, os vermelhos e os azuis regressem em força, diminuindo o poder viciado dos rosas pálidos, dos laranjas de vómito e os cinzentos fascistóides que tentam boiar à tona de submarinos e de irrevogáveis decisões.

Esperemos que o Maio regresse, com o sol que toda a humanidade merece enchendo os corações de alegria, pelo surgir de um homem novo, uma sociedade mais justa, um mundo melhor.

DC

segunda-feira, 19 de maio de 2014

“ há males que vêm por bem”




O calor repentino trouxe o estalejar das garrafas na cave mal protegida e a urgência de salvar os prejuízos.
O néctar fresco, de cor amarelo champanhe, foi bebido pelas razões e formas mais variadas, Havia que atenuar os prejuízos e dar azo à imaginação. Regadas foram as refeições, com tão precioso liquido. Banhou as “entradas”, condimentou os diferentes comeres, alongou-se nas sobremesas, sustentou brindes de alegria, foi enchendo a boca e todos os entretantos, de frescura e sabores frutados num namoro perfeito.
Foi um pena, algum do que se derramou inglório, no entanto, acabou por abrir um precedente para a criatividade e transformou um momento, que poderia ser de tragédia, tal o prejuízo, num estágio em SPA de glorificação. Diria o outro “ há males que vêm por bem”.
"In Vino Veritas".

DC


terça-feira, 13 de maio de 2014

o SOL E sua VOZ



O sol é meio caminho para a alegria. Faz realçar o desenho do mundo real que nos envolve, Trás-nos o azul apaziguador ao céu, o verde esmeralda às aguas do mar, aos campos e jardins, o verde brilhante e a riqueza cromática das flores, e agita a fauna envolvente.

O sol rejuvenesce, trás-nos os sorrisos à boca, o brilho aos olhos, faz-nos saltitar, aligeirar no vestir, dá-nos força para enfrentarem os dias.


O sol tem a voz de todos, é o “sol da vida”, dos pintores, dos poetas, dos fotógrafos, dos apaixonados, dos amantes eternos, das crianças e suas gargalhadas, dos idosos e suas memórias.


O sol é a demonstração de que o mundo não é feito somente de cinzentos, ou acastanhadas ferrugens dos tempos, mas de revolução de sangue na guelra, de agitação, de energia que todos os seres precisam. O sol suspende-se na pausa da noite, para que sintamos a sua ausência e nos surpreender no novo dia.


O sol é a cura com que a natureza nos premeia, é uma medicina preventiva, é o medicamento que em doses cuidadas, cura o corpo e alma.


DC

quinta-feira, 8 de maio de 2014

MAIO d'FLORES E LUTA



É da vivência do mundo e da repetição nos séculos, que as estações do ano trazem os momentos certos, para a reaprender e fazermos o rejuvenescimento, de cada passagem do tempo.

Do Abril em Portugal do turismo e seus interesses, das águas mil que sempre aconteciam, nasceu uma revolução, de cravos vermelhos e esperança, para todos, E com ela um Maio transformado que saiu das “maias”, colocadas nas portas, em nome do “carrapato” e se transformou num dia de celebração de quem trabalha.

Não há razão para ter medo das palavras, que no escuro da noite se escrevem. Mesmo que os tiranos insistam decapitar-nos as vontades sempre haverá Maio, e com ele a revolta sadia contra ventos e marés, Maio mês pleno da Primavera, com calor e sol, animando tudo o que nos rodeia, trazendo as flores que se abrem de promessas de futuras colheitas.

DC

NADA AconTECE...



Nada acontece, a não ser o que acontece, quando nada acontece, zero, nada, vazio, é isto que acontece. Espera-se que depois de tudo o que já aconteceu algo surja. Fica-se a pensar que nada seria pior, tudo o que vier será sempre mais positivo do que o aconteceu, como se diz “ o não já eu tenho, tudo o que vier será positivo”, neste caso o resultado está abaixo de “não” porque nada aconteceu. Nem bem, nem mal.


Num qualquer dia/do mês/ do ano
DC


sábado, 3 de maio de 2014

Outras Notas de música


Kama Sutra in "Prelude du Fornication"
Notas de música, de saber e calor humano.
Melodiosa partitura, desenhando humanos desejos.
Sem amores proibidos, ou gestos contidos.
É uma música ao sabor dos amantes,
libertando-lhe os corpos e os sentidos.

DC