quinta-feira, 12 de junho de 2014

COMI hoje uma SANDES de OXIGÈNIO



Comi hoje uma sandes de oxigénio.
Aproveitei o sol e calor sorvendo com intensidade o ar, para que me secassem as humidades do inverno. Deixem a pele ao ar para respirasse e absorvesse o abençoado oxigénio. Por fim como estamos em crise aproveitei a situação e abri um pão ( carcassa, molete, como quiserem) e deixei-o ao ar um pouquinho para que se recheasse de oxigénio, não muito tempo, para não ficar seco, e comi-o deliciado. Como dizem o comum dos mortais “ mais vale isso de que nada”, desde que o pão seja fresco....

A continuar assim, transformar-me-ei em torrão e um dia destes estarei a adubar os bichinhos com uma dose de oxigénio de primeira qualidade.

DC

terça-feira, 10 de junho de 2014

Somos Paz Somos Bomba

 


Somos cólera somos riso
Somos fúria somos gente concreta
Somos gente com juízo
Não gente que vegeta.
Somos luz somos sombra
Somos sol somos cometa
Temos a vitória como certa.
Somos calmos somos sérios
Somos gente sem mistérios
Povo é nossa origem
Nosso rosto tem fuligem.
Somos mão de obra de estaleiro
Somos pátria somos povo primeiro
Não gostamos que nos roubem
Esses homens do “poleiro”.

Somos paz somos bomba
Somos flor somos pomba
Metamorfose cumprida

Somos povo primeiro
.

DC

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Entre o SONHO e a REALIDADE




Todas as noites adormeço e sonho, Na noite sonhando tenho sonhos de prazer e encanto e muitos outros trazendo-me o pranto.
Também sonho, por vezes, com os olhos abertos, um sonho recorrente, que me deixa perdido quando no banco sentado olho o mundo florido.

Um sonho tão rico, que me esqueço do tempo e do sítio, como um sem abrigo perdido do lugar de nascença, esquecendo o já vivido.

Nesse sonho que a realidade nunca alcança, se preenche o tempo, entre a tempestade e a bonança.

Neste vira-vento da vida, entre sonho e realidade, os dias se vão passando e continua o sonho... de ir sonhando...

DC

domingo, 1 de junho de 2014

O TAL ABRAÇO




Um abraço surge como um palavra de remate no findar de um texto, de uma mensagem telefónica, de e-mail, num dizer “estou aqui”. Abraço de conforto, de apoio, de ternura, num gesto de amizade, Despedida carinhosa de gente que se conhece e sabe do aconchego que representa. Ele é a simulação mais próxima, do desejo de apertar no calor de nossos braços, esse tal alguém que lhe merece. Não substitui o abraço concreto, envolvente, no qual se respiram e se trocam calores de atenção. Aquele abraço bem saído de dentro que mata saudade, acentua uma despedida, acalenta camaradagem, ou retém o amor entre dois.

Eu tenho um amigo que nunca abracei, mesmo quando perto, no entanto com ele tenho partilhado, muito assiduamente, muitos almoços, algumas viagens, imensas histórias, conversas de circunstância e desabafos. A nossa aproximação é tal que mesmo sem o abraço propriamente dito, sempre nos abraçamos pelas palavras, na oralidade dos dias de convivência. Agora que ele tem estado ausente, reparo na falta desse tal abraço, diferente, do tal, que é sólido e trás calor à alma.

Sei amigo, que a tua ausência é temporária, mas teria ficado mais contente se te tivesse dado um abraço, que não fosse uma manifestação de grande amizade à distancia, escrito em palavras. Tu bem sabes que prefiro a tua birra, perfumada pelo luxo dos abastados, que em ti é simplicidade e amizade, à palavra, a que mesmo não queiramos por muito doce e amiga, não deixa de estar perdida de substância.
 
Voltarás breve mais confiante do que nunca, verrumar-me a cabeça, com as tuas teimosas certezas, a ironia do teu comentário, os rasgos de humor e agudeza de raciocínio apanágio das pessoas pensantes. Faremos certamente, mais uns quantos almoços e jantares, muitas e boas conversas carregadas de bons momentos de boa disposição, ou seja o nosso “tal abraço”.

DC

sexta-feira, 30 de maio de 2014

MÃOS, Marca de Água na vida


Mãos rasgadas de sofrimento
Mãos que têm em si um lamento
Mãos que são um mapa
Mãos a que a verdade
não escapa
Mãos de dor
Mãos de alma sofrida
Mãos de amor
Mãos de gente
Mãos de quem não mente
Mãos, marca d'água da vida.

DC

quarta-feira, 28 de maio de 2014

NÃO me FRITEM OS MIOLOS



Aprendi a relevar certas atitudes, Embora por vezes quem as comete não mereça. Não porque faça como aquele cristão que diz: “ Pai perdoa-lhes que eles não sabem o que fazem”, mas simplesmente porque não me quero chatear, com a ignorância assumida como bandeira, ou porque não tenho nem idade, nem tempo a perder, com energúmenos. As pessoas existem e eu tenho de as aceitar como são, mas não tenho de partilhar com elas, ou convidá-las para minha mesa da vida. Há gente, que é “mau carácter” sempre e não adianta a capa que veste, mas sim a forma como vive a sua vida e suas próprias circunstâncias. Tudo isto, porque há quem julgue, que por ler livros, ou ter uma licenciatura, significa ser mais inteligente, ou ter um “estatuto qualificativo” no seio da sociedade e entre os seus pares. Esquecem esses doutos iluminados, que determinados valores e capacidades não são algo que se possa obter, na sala duma qualquer biblioteca, ou nas salas de aula duma qualquer faculdade. Até as crianças sabem isso, como aquele miúdo que com sete anos dizia: “eu quase não precisava de ir à escola tenho as minhas próprias competências, sei desenhar e esculpir, sei ler e escrever, mas não sou “marrão”. Quando lhe foi perguntado, o que é isso de ser marrão? Respondeu: “Marrões são aqueles meninos gordos que estudam muito e são “inteligentes”.

DC

“A distribuição humana de inteligência, graça, sensibilidade, sentido de humor, originalidade de pensamento, capacidade de expressão é independente da educação ou do grau de instrução”.
Cardoso, Miguel Esteves – “A devida Educação” – Livro, Amores e Saudades de Um Português Arreliado. Ed. Porto Editora.2014

terça-feira, 27 de maio de 2014

umA VOZ no meu OUVIdo


Deixo tua voz vogar no meu ouvido, como a borboleta que se delicia sobre as flores de cores exuberantes, no seu voo ondulante cheio de vibrações. Tua voz tem a melodia dos amantes, que transforma as palavras mais vulgares em imensas metáforas de alegrias e entendimentos. Soa por vezes rouca, por vezes doce e outras tantas como suspiros de desejo. Esse teu falar, essa tua voz, é o que possuo mais próximo de mim, e antes que desvaneça, no seio de imponderáveis, aproveito-a na totalidade registando cada sílaba, cada ênfase, cada sentido, para que possa ficar gravado na memória, a que recorro sempre que partes, ou te tornas ausente. Ela é o complemento de um silêncio a dois, ela fica aliada aos sonhos, às vivências, É o despertar dos dias, o fim de tarde e o anoitecer da vida.

DC