Nunca escolhi a noite para escrever
Nunca escolhi a noite para viver
Nunca escolheria a noite para dizer
As palavras que devias saber
Nunca por nunca eu o deveria fazer
Porque na noite só gosto do silêncio
interrompido pela tua voz
A fazermos os dois, um nós
Na noite só os teus sussurros
Encostados no meu ouvido
Não deixando criar muros
Nem amor não correspondido
Talhamos frases sonhamos
Na noite nos deitamos
Sem zanga ou desconhecimento
E fazemos o amor que gostamos
Vivendo sem arrependimento
Sonhamos, e nos abraçamos
Sem medo de dizer
Por muito difícil que seja a vida
Não nos deixaremos perder
Nunca escolheria a noite para dizer
Se não visse o tempo a passar
Perdendo a oportunidade de ter
E em meus braços te aconchegar.
Parto para um sono profundo
Perdendo-me de amor contigo
No calor da tu pele o mundo
Levando teu cheiro comigo
terça-feira, 13 de março de 2012
NUNCA ESCOLHERIA A NOITE..
Etiquetas:
Foto: Diamantino Carvalho
segunda-feira, 12 de março de 2012
A FALTA
Quando a sua irmã morre, ele, psiquiatra de carreira, tenta reencontrar-se consigo próprio, na casa de família junto ao mar. Quando, a ex-mulher, lhe envia uma encomenda, contendo as coisas da irmã, depara-se com uma série de diários, que começa a ler, tentando de algum modo perceber, as razões da sua morte.
Dois pensamentos, duas linguagens diferentes, vão-se desenvolvendo em paralelo no livro. A dele na introspecção sobre a sua própria vida pessoal e como médico. e a dela, que até à sua morte, fora a de uma escritora bem sucedida.
A consciência da dor vivida na pele, daquela que partiu para sempre, e a confirmação da sua suspeita de que se suicidara, fazem-no tomar consciência, que se calhar não teria feito tudo para com a aquela que veio a descobrir, afinal ser sua meio irmã. Debruando a "estória" o divórcio dele e um novo amor que vai surgindo, fazem os condimentos do livro magnifico de Paula Izquierdo
Visto-me para matar. Arranjo-me conhecendo todos os truques que podem desmoronar o sentido a um homem; são frágeis, tão estupidamente primários. Todos menos ele disfarço-me para que me deseje e no entanto, ele não olha para mim. É um intruso nos meus dias; não deveria pensar nele, dedicar-lhe as minhas vontades. Nas minhas reuniões intermináveis às quais às vezes vou procuro ser radicalmente magistral, nos meus pensamentos, nas minhas reflexões, mas para ele continuo invisível. Depois, chego a casa caducada, como um jornal do dia anterior. Sem palavras para expressar a notícia de tanta humilhação.
(...) Sobretudo, o que me fode é ele não me escolher. Se ele me quisesse como eu o quero, não teria de me vingar, não teria de lhe ser infiel todos os dias.
(...) É certo de que entre as minhas fantasias existe essa ideia de reter o homem, de fazê-lo meu, absorvê-lo para que nunca mais fosse ninguém sem mim. Isto é o que eu desejava realmente fazer.
"Não sei o que se passa com as mulheres; querem sempre uma relação diferente da que têm. Quando conhecem alguém não dizem: Que bom gosto, como gosto da maneira que ele tem de andar, a parcimónia com que actua, como pensa ou faz os ovos mexidos, mas sim como desejaria que ele pintasse quadros abstractos, que gostasse mais da farra, ou que não tivesse tantos medos infantis, os desejos incumpridos de subir na carreira. (...) O que se passa com as mulheres de hoje em dia? Apaixonam-se perdidamente por alguém que não aceitam tal como é. Pedem sempre ao outro algo mais ou diferente, algo que não está dentro das possibilidades dele. Algo que não os liga um ao outro, que não tem que ver com o seu temperamento ou os seus gostos. Porque é que as mulheres querem mudar os homens? Porque é que não se apaixonam pelo que eles são, e não pelo ideal do que poderiam vir a ser? Tudo em que se empenham é mudá-los, fazê-los à imagem e semelhança do que elas querem que sejam ou acreditam que eram. Podem passar a vida a tentar transformar o homem com quem estão para que se pareça com esse outro ideal que foi sendo forjado na mente à conta de imaginá-lo. "
(...)
Paula Izquierdo
A Falta, Ambar, 2006
Etiquetas:
Foto: Diamantino Carvalho
O LONGE SE FAZ PERTO
Tens sido presença assídua, em momentos vários. mesmo longe, sempre perto, com as palavras divertidas, com o raspanete pronto, e com a meiguice, de um coração de manteiga. és sempre a voz bem vinda, a presença querida no quebrar dos silêncios, no afago do meu ego. és força, sempre que ela falta, és esperança iluminada no nevoeiro que se me instala.
Escondes o teu olhar nesse véu negro, dizendo o sol tapar, mas não é mais do que o refúgio de ti. escondes os teus sentimentos desse teu espelho da alma, para ninguém se aperceba da tua ternura, para que se não saiba o quanto sofres, para que ninguém saiba do teu gostar e do quanto tens para dar.
Longas conversas, em alguns casos, discursos, tem sido momentos únicos, neste nosso estar, de longos anos. Somos unha e carne na confissão dos dias, na revelação da vida e já fomos mais longe nos sonhos, de que vidas tem o mundo.
Seremos eternos companheiros, numa proposta de vida, que não foi escolhida. No entanto és a muralha do meu forte, em cada renascer, em cada nova dor que me abraça, és figura sempre presente, que me dás força para ir em frente.
Quantas vezes a nossa alegria se transforma em lagos de prazer, com frases e sabores que tanto gostamos de ter.
É bom saber que estás aí desse outro lado, mesmo te querendo mais perto.
És um pássaro, atravessando o oceano para matares a minha solidão, quebrar o meu deserto, me tirar da saudade, me trazeres à alma a liberdade.
Etiquetas:
Foto: Diamantino Carvalho
sábado, 10 de março de 2012
FOLHA DE UM DIÁRIO.3
De repente tudo acontece de forma inesperada e tudo muda.
Lentamente, no improviso, como todas as coisas que nascem sem premeditação, foram-se conhecendo. Muitas foram as palavras que antes se disseram, revelando ideias, valores atitudes e cumplicidades. Foi um percurso não excessivamente longo, mas não tão curto que impedisse que a maturidade da comunicação fosse demasiado aérea, ou frágil pela fraqueza dos temas. Foram tempos de comunicação sem voz, até ao dia em que o olá surgiu na linha inesperadamente ao vivo, do outro lado do mundo, voz grave e perfumada pelo sotaque, da ilha distante. Foi o começo de um saber estar, partilhar e vitalizar de sentimento impar. Pessoalizaram-se conhecimentos trocaram-se nas voltas e revoltas, das imensas componentes com que a vida é recheada. E assim foi até que o culminar de um frente a frente super divertido, envolvido de misterioso e quase rocambolesco processo. Processo esse que exigiu um afinamento de agulhas para o que um conhecimento restrito à longo tempo, não fosse percepcionado pelos demais, que teriam de ter de permeio e independentemente da sua vontade. Sorrisos cúmplices, frases de circunstância, ditaram o caminho de um futuro sem fim à vista, mas que de certeza seria, foi, é ainda hoje uma parte das nossas vidas.
Muitas coisas se passaram desde então com maior confiança, abertura, confidência, união de quereres e vontades.
Depois, sim depois, uns cabelos desgrenhados, olhares atravessando espaço, trocando mensagens. Agora ali tão perto, mas na necessária distância que o decoro exigia, nos entremeios de um momento lúdico desportivo e com a vontade imensa de romper as etiquetas, do bom senso e partir para os confins sem travões.
Nunca, uma Ilha se tornara tão pequena, que a dimensão dos sentimentos dos corpos que a continham. Dias de frente a frente, de caminhadas e sorrisos, de calores e pouco siso foram momentos incríveis. E de tal forma o foram, que algum tempo depois numa passageira permanência foram atrevidamente realçados em lábios saudosamente saboreados entre murmúrios e o avistar de ruidosos pássaros de metal.
Daí nasceram, sentidos, reacções e corpos que se soltaram em orvalhos maduros marcando rastos na intimidade. Mesmo na distância a sonoridade de um voz mexia na realidade libertando continentes de emoção.
Difícil será mesmo no interregno que a necessidade obriga, esquecer quem em nós está e vive, como presença de plenos sentidos.
Inté, como quem diz, mais depressa que o que se pensa acontece o que não se espera.
Lentamente, no improviso, como todas as coisas que nascem sem premeditação, foram-se conhecendo. Muitas foram as palavras que antes se disseram, revelando ideias, valores atitudes e cumplicidades. Foi um percurso não excessivamente longo, mas não tão curto que impedisse que a maturidade da comunicação fosse demasiado aérea, ou frágil pela fraqueza dos temas. Foram tempos de comunicação sem voz, até ao dia em que o olá surgiu na linha inesperadamente ao vivo, do outro lado do mundo, voz grave e perfumada pelo sotaque, da ilha distante. Foi o começo de um saber estar, partilhar e vitalizar de sentimento impar. Pessoalizaram-se conhecimentos trocaram-se nas voltas e revoltas, das imensas componentes com que a vida é recheada. E assim foi até que o culminar de um frente a frente super divertido, envolvido de misterioso e quase rocambolesco processo. Processo esse que exigiu um afinamento de agulhas para o que um conhecimento restrito à longo tempo, não fosse percepcionado pelos demais, que teriam de ter de permeio e independentemente da sua vontade. Sorrisos cúmplices, frases de circunstância, ditaram o caminho de um futuro sem fim à vista, mas que de certeza seria, foi, é ainda hoje uma parte das nossas vidas.
Muitas coisas se passaram desde então com maior confiança, abertura, confidência, união de quereres e vontades.
Depois, sim depois, uns cabelos desgrenhados, olhares atravessando espaço, trocando mensagens. Agora ali tão perto, mas na necessária distância que o decoro exigia, nos entremeios de um momento lúdico desportivo e com a vontade imensa de romper as etiquetas, do bom senso e partir para os confins sem travões.
Nunca, uma Ilha se tornara tão pequena, que a dimensão dos sentimentos dos corpos que a continham. Dias de frente a frente, de caminhadas e sorrisos, de calores e pouco siso foram momentos incríveis. E de tal forma o foram, que algum tempo depois numa passageira permanência foram atrevidamente realçados em lábios saudosamente saboreados entre murmúrios e o avistar de ruidosos pássaros de metal.
Daí nasceram, sentidos, reacções e corpos que se soltaram em orvalhos maduros marcando rastos na intimidade. Mesmo na distância a sonoridade de um voz mexia na realidade libertando continentes de emoção.
Difícil será mesmo no interregno que a necessidade obriga, esquecer quem em nós está e vive, como presença de plenos sentidos.
Inté, como quem diz, mais depressa que o que se pensa acontece o que não se espera.
Etiquetas:
Foto: Diamantino Carvalho
sexta-feira, 9 de março de 2012
ESPERA
O comboio chegou. Submerso nos seus pensamentos, ele não via as pessoas passarem de um lado para o outro com as suas malas de diferentes tamanhos. olhava sem ver. ele tinha ido para ali, sem saber por quê, como se precisasse de confirmar o que já suspeitava. nunca mais se veriam. ele desfasado no tempo, ela vivendo em outro tempo. A única coisa que o fazia, de vez em quando, mexer os olhos era o brilho dos carris, com os reflexos do sol do fim de tarde. estático ligeiramente curvado sobre si próprio, não sentia o mundo que o rodeava. seu corpo se transformava, conforme a noite surgia.
O comboio previsto, chegara há muito tempo, e depois disso ninguém o vira fazer qualquer gesto. transformara-se num dos muitos homens estátuas, só que sem chapéu para receber os donativos. Com o decorrer das horas começaram a aparecer, no seu corpo, pequenas alterações morfológicas, que se foram acentuando, conforme a gare diminuía a sua actividade.
No raiar do dia, quando um novo comboio chegou, vindo do mesmo destino, ela saiu e olhou para o lugar onde outrora o corpo estivera, e viu uma árvore cheia de flores. Conforme se foi aproximando reparou num pequeno letreiro que dizia: Árvore originária, da Ilha dos Amores, conhecida por “Minha flor”. Parou, tirou uma flor cheirou, e se evaporou. Há quem diga, que com ele se encontrou, num outro mundo onde para sempre o amou.
Etiquetas:
Foto: Diamantino Carvalho
FOLHA DE UM DIÁRIO. 2
Ele não sabe o por que razão aconteceu.
“Fiz mais de quinhentos quilómetros, quase duma assentada. O telefonema que recebera por volta das duas da tarde, deixar-me completamente transtornada. O filho telefonara-me para me dar a triste notícia. O pai encontrava-se hospitalizado em estado grave, da qual ele não sabia se sobreviveria.
Nosso romance tinha acabado há alguns meses, e depois disso tivera um namoro, segundo o filho, mas que já terminara.
Não hesitei um segundo, na decisão a tomar. De imediato enchi uma mala com alguns objectos de higiene, algumas peças de roupa e pouco mais de uma hora depois já estava a caminho. Entretanto fora abastecer de gasóleo o carro, e levantar dinheiro para a viagem e primeiras despesas que se colocassem. Ia fazer todos aqueles quilómetros até a sua cidade, que ficava abaixo de Lisboa, mas não me preocupava. Serviriam para fazer uma retrospectiva dos últimos tempos, e analisar a razão de eu própria, de imediato, sair desenfreada para ir ter com ele. Como é que uma mulher como eu, se dispunha a fazer uma viagem sozinha de tantos quilómetros.. amor a quanto obrigas..
Na altura que acabamos o nosso namoro, fizera-o com a consciência de que seria melhor para os dois, em especial para mim. não sentia ser correspondida, no meu entusiasmo e vontade de estar com ele, nem as manifestações de interesse eram as mesmas. Não raras vezes, colocava entraves, a uma maior aproximação, que levasse o nosso relacionamento mais longe. No entanto ao receber o telefonema tudo passou para segundo plano, nada disso me preocupou. a única coisa que queria era ajudá-lo a recuperar e na resolução dos problemas imediatos, que pudessem advir do seu estado de saúde. Da minha parte, sabia que o meu amor ainda existia e não tinha desaparecido, durante este tempo de separação. eu sabia, e sempre soube que não estávamos na mesma onda, no que se refere aos sentimentos, nem tínhamos os dois valores, e formas de estar semelhantes. Sabia que não há amor desinteressado, a partilha é parte disso, e ela não existia de todo. por tudo o que tentei, pelo quanto dei, sei que tivera de partir para não me magoar. Sabia, que mesmo ele não gostando de mim do mesmo modo, eu não deixava de sentir aquela emoção.
Mantendo uma velocidade, um pouco acima da legalidade, mas como se fosse em velocidade de cruzeiro, sem grandes variantes no conta quilómetros. Conforme os quilómetros iam decorrendo, vendo a faixa da estrada a vir ao encontro do carro, como se fugisse de mim, o minha mente continuava em grande actividade, com o desenrolar de diferentes tipos de pensamento e vivências, de um passado recente, em que a esperança de um futuro a dois seria possível. As feridas abriam-se novamente, as incompreensões surgiam. Tudo se tornava confuso. E pensava como seria recebida quando chegasse, ou até se ele recusaria a minha presença ali. a sua saúde estaria tão debilitada que certamente nem sequer teria forças para reagir, quanto mais para perceber que a minha decisão não o levava a ter qualquer compromisso comigo. Para mim isso era ponto assente. Correria o risco, daria a cara por aquilo que meu coração me pedia.
De qualquer modo, nada me faria voltar atrás naquele momento, tão difícil da sua vida, mais tarde se veria o que ditariam os acontecimentos.
Tive de parar novamente para reabastecer o carro e comer qualquer coisa, conduzia há já algum tempo e poderia não chegar a tempo, para comer nem que fosse uma sandes . entrei numa estação de serviço da auto-estrada e vim para esplanada procurar espairecer, os pensamentos e ter o meu momento zen antes de recomeçar. Estava há alguns minutos ali, quando surge um carro topo de gama, e estaciona mesmo junto da zona da esplanada. De dentro, sai uma mulher de meia idade, bastante interessante, vestida de forma simples mas elegante, com um casaco de golas levantadas, e contorna o carro em direcção do condutor, que entretanto saíra e accionava o comando de fecho de portas do carro. Ele um pouco mais velho do que ela, de cabelo grisalho, alto e bem constituído. Ela cola-se a ele e empurra-o contra carro, dando-lhe um beijo, daqueles que se sente o amor em carne viva, tal a doçura do gesto dela, e do modo como o beijava. De seguida, caminham na direcção da porta de entrada ao lado da esplanada e ao passar por mim ouço-os: “ que saudades que eu tinha de fazer uma viagem a sós contigo e sem destino..” . Sumiram-se e eu fiquei perdido novamente nos pensamentos. O momento zen perdera-se, tudo renascia das cinzas.
Cheguei à cidade, pouco passava das dezanove horas, não sabia se a tempo de me deixarem ir vê-lo. O filho, que eu nunca conhecera, mas sabia que eu existia, ficara de se encontrar comigo no estacionamento do hospital, que eu não sabia ainda onde era. Ao fim de algum tempo e com as indicações de um motorista de táxi, lá consegui chegar ao hospital. Aproveitaríamos esse momento para ele me esclarecer do que realmente se passava e para me levar ao quarto onde o pai se encontrava. O rapaz era alto e fisicamente uma estampa, e como tínhamos combinado, encontrava-se ao lado da cabina de pagamento, tendo nas mãos um livro que eu em tempos dera ao seu pai. Cumprimenta-mo-nos e após as saudações da praxe de imediato me pós ao corrente do que se tinha passado. O pai, após uns dias de obstipação intestinal, tinha ido para o hospital com dores. Ali fizeram-lhe alguns exames, e tinham detectado um tumor nos intestinos, tendo sido operado de imediato. A operação tinha sido delicada e demorara cerca de cinco horas. Aquele era o primeiro dia do pós-operatório. Estava com um diagnóstico reservado, sobre a evolução, mas havia a esperança, embora o tumor estivesse numa fase adiantada. Estes primeiros tempos iriam ser difíceis.
Antes de avançarmos para o interior do hospital, por curiosidade perguntei-lhe a razão de ele me ter telefonado e porquê a mim. ao que ele me respondeu, que durante alguns meses, ouvira meu nome ser pronunciado pelo pai, quando este conversava comigo ao telefone. quando o pai fora internado reparara que o número do meu telefone, se encontrava escrito num papel na mesinha de cabeceira, o que o levou a pensar que o pai, não me dissera nada, mas que se calhar teria pensado em ligar-me, mas talvez por orgulho não o tivesse feito.
Subimos no elevador, e nesse entretanto eu pensava como reagiria ele ao facto de ter uma doença de carácter terminal, e como a parte física seria resolvida sabendo eu do modo perfeccionista como ele via o corpo. para mim a sobrevivência era o fundamental e, se tivessem continuado juntos, saberia facilmente ultrapassar isso, pois o que me importava era que ele estivesse presente, sem dores e a viver uma vida com dignidade. mas eu, sou eu, e nada naquele momento nos ligava, a não ser um compromisso com o passado.
Entrei a porta do quarto, e senti o seu olhar sobre mim, e lentamente a ficarem rasos de água. Virou a cabeça colocando os olhos no chão e as lágrimas corriam copiosamente. Por muitos anos que eu viva jamais esquecerei. Ali lhe perdoei tudo e fiquei mais apaixonada do que nunca, tudo faria para que ela ficasse bem, eu queria aquele homem na minha vida. As emoções foram fortes e me deixaram abalada por muito tempo“.
“Eiah pá, que estória mais emocionante, admiro esse teu amor, e essa tua dedicação, como decorreram depois as coisas, ele recuperou e vocês recomeçaram, ou foste viver com ele, para a cidade dele? Conta, conta amiga, isso era mesmo amor, caramba!”
“Gostaste? Não nada disto que te contei aconteceu!”. “ O quê?”. ”É verdade, isto foi o que eu pensei, no dia em que ele foi ao médico e me disse que este tinha suspeitas de que algo não estava bem com ele. O desinteresse dele sobre o assunto, como se não tivesse importância, e o modo arrogante como falou disso e de outras coisas em relação a nós. A sua independência, para fazer o que bem lhe apetecesse, e, o não querer assumir compromisso mais sério, foram a razão do pôr um ponto final na nossa relação. Na mente, passou-me exactamente a história como te contei, daí me perceber, que eu estaria disposta a fazer tudo por ele, mas tinha consciência de que ele não faria tudo por mim.”
Por vezes, pequenos momentos da realidade atiram-nos à cara os factos para os quais, nem sempre estamos atentos para os lermos. É preciso, que existam momentos, de tudo ou nada, para que saibamos o que temos. Amor é partilha para o bem e para o mal. O amor é.
Etiquetas:
Foto: Diamantino Carvalho
quinta-feira, 8 de março de 2012
PARA TI MULHER
PORQUÊ O DIA 8 DE MARÇO
Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.
O QUE SE PRETENDE COM A CELEBRAÇÃO DESTE DIA
Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher. (texto retirado internet)
PARA TI MULHER
Que te aprecio mulher pelas qualidades, que tens, pela tua força, pela tua resistência, pela tua capacidade de sofrimento, sem lamentos, estando na frente de todas as batalhas.
É por existirem grandes mulheres, que os homens constroem grandes feitos.
Eu te amo mulher, mãe, pelos filhos que dás e pelo amor que lhes consagras.
Eu te amo mulher por seres fecunda na inteligência, no amor que partilhas, nas flores que plantas nos nossos corações.
Eu te amo mulher, pelo muito que me ajudas a crescer como homem, que me ensinas a dimensão do amor, que me enobreces com tua existência.
Eu te amo mulher, pela tua independência, pelo despojamento com que me dás, o aconchego, o abraço, e tornas mais fáceis os meus dias difíceis.
Eu te amo, na harmonia do teu corpo, na beleza da tua sedução, no calor do teu eu, no beijo que me contagia, do amor da tua magia.
Muitos parabéns para ti, mulher que és meu chão, a minha flor, o meu cheiro, o meu amor.
DC
Etiquetas:
Foto: Diamantino Carvalho
Subscrever:
Mensagens (Atom)